quinta-feira, abril 02, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Sé de Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Nicky Loh/Reuters]

«The faithful prayed at the closing ceremony for the second World Buddhist Forum in Taipei, Taiwan, Wednesday. China and Taiwan jointly hosted the event in a bid to strengthen ties.» [The Wall Street Journal]

JUMENTO DO DIA

José Sócrates

Se os partidos forem criticados pelas propostas que apresentaram no parlamento e que os tempos condenaram ao esquecimento significa que a partir de agora o debate político será feito junto à lixeira de São Bento. Não é difícil encontrar algumas centenas propostas esquecidas para não falar de votações recentes. Um bom exemplo destas últimas foi o voto do PS contra o casamento gay, o mesmo casamento gay que dias depois passou a ser uma bandeira do PS.

O debate político deve ser mais sério e merece melhores argumentos do que andar a actualizar as propostas que o PSD apresentou para a Segurança Social, até porque mesmo não tendo sido privatizada o governo PS perdeu uns milhões de euros na bolsa por lá ter investido dinheiro proveniente das contribuições sociais. E nem vale a pena falar de quanto custou a intervenção no BPN que na perspectiva dos contribuintes vai dar no mesmo, alguém vai ter que pagar esse dinheiro e pouco importa que seja sob a forma de impostos ou de contribuições para a Segurança Social.

QUAL SERÁ O CANDIDATO DO PSD ÀS EUROPEIAS?

Pela actuação de Manuela Ferreira Leite começo a achar que Santana Lopes vai acumular a candidatura à autarquia de Lisboa com o lugar de cabeça de lista às europeias. Por este andar a líder do PSD ainda delega no "menino guerreiro" a candidatura a primeiro-ministro, enfim, perdido por perdido...

A SUBSTITUIÇÃO DOS MEDICAMENTOS RECEITADOS POR GENÉRICOS

Acho graça `posição dos médicos quanto à substituição dos medicamentos receitados por genéricos, todos sabemos que quando consultamos um segundo médico acerca de um problema de saúde são muitos os que não hesitam em mandar suspender os medicamentos recitados pelo médico anterior.

Todavia, concordo com a posição dos médicos numa condição, se fundamentarem cientificamente a proibição dos medicamentos que receitaram por genéricos.

AVES DE LISBOA

Rabirruivo-preto juvenil [Phoenicurus ochruros]

DICIONÁRIO (ISALTINO) MORAIS

«Isaltinar foi um belíssimo achado que Isaltino Morais inventou para uma das suas campanhas eleitorais (slogan em 2005: "Vamos isaltinar!"). Belíssimo, mas que eu não entendia. Até Isaltino Morais, presidente da Câmara de Oeiras, ser agora julgado. No julgamento, ele tem dito: 1) que as suas declarações de rendimentos "não correspondem minimamente ao meu património"; 2) que ele declarava menos do que devia porque "[as declarações de rendimentos] nunca foram levadas a sério" (já agora, então, porque declarou sempre a menos e nunca a mais?!); e 3) que "as sobras das campanhas eleitorais", anteriores a 2005, depositou-as na sua conta bancária da Suíça, não para "fugir ao fisco", mas porque "fiz o que toda a gente fazia." Os pontos 1) e 2) dizem-me que "isaltinar" significa aldrabar o fisco. Não sendo o moralista que aqui vos escreve mas o amante de palavras, estou encantado. Indo mais longe, o ponto 3) diz o que é uma isaltinação pegada. Definição de isaltinação pegada: não chega aldrabar o fisco mas é preciso aldrabar também o próprio partido, ficando-lhe com "as sobras." » [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

DIETA DE SAL

«Ao nível mundial, o colapso financeiro produziu uma brutal destruição de riqueza que, mesmo artificial, ajudava a sustentar decisões de consumo e investimento. Tal destruição, juntamente com as expectativas pessimistas que alimenta e com as interacções económicas que desencadeia, está a provocar uma enorme contracção da procura, que ameaça tornar excedentária uma boa parte da capacidade produtiva instalada. Daí que as autoridades económicas - governos e bancos centrais - se apliquem, e bem, em criar procura por parte do Estado e em estimular a procura privada, para que o excesso de capacidade não tenha que ser destruído, gerando um massivo desemprego.

Em Portugal, porém, o problema é diferente. Desde 1997 que o país vive em excesso de procura, face à sua capacidade produtiva. Só nos últimos 5 anos (para não ir mais longe), a procura interna esteve, em média, 9% acima do PIB potencial, e cresceu mais rapidamente do que este. Se acrescentarmos as exportações, a procura total (interna + exportações) cresceu o dobro do PIB (11.3% contra 5.8%). Não admira, pois, o recurso massivo às importações, fazendo-as crescer 25% e aumentando em 5 pontos o seu peso no PIB. Mas, pior ainda, o rendimento nacional disponível (i.e. aquilo que, de nosso, tínhamos para gastar) cresceu apenas 1.6%! Isto porque uma parte crescente do rendimento gerado no país é usado para remunerar a dívida externa (1.6% do PIB em 2004, 4.7% em 2008). O crescimento da procura interna teve assim que recorrer ao aumento daquela dívida (8% do PIB por ano, em média), criando um círculo vicioso de empobrecimento.» [Diário Económico]

Parecer:

Por Vítor Bento.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

À CAPELINHA!

«No sábado passado, tive a alegria de reencontrar a vida nocturna de Coimbra. Foi bom estar no meio de multidões de rapazes e raparigas bem-dispostas (só os rapazes estão maldispostos, porque as raparigas não lhes ligam). Bebem pouco e devagar mas riem-se e conversam como se tivessem morrido e voltado.O mais bonito foi verificar que muitos estudantes, quando erguem os copos, ainda usam o velho brinde português "À capelinha!". Ou então recuperaram a tradição, depois de décadas de desprezo.Já me habituei a ficar embasbacado quando um estrangeiro me pergunta qual é o nosso "tchin tchin". Parece que todos os povos têm um menos nós. Lá explico que no Camilo, no Fialho e no Ortigão é sempre "À capelinha!" ou só "Capelinha!", mas que o Eça, por embirração com as raízes coimbrãs, espalhou que deveria ser "Para que viva!". E conseguiu, com essa brincadeira, estabelecer a confusão. Mas nunca acreditam.

Ainda é pior quando explico que "capelinha" é diminutivo do latim capela, capa: capa de estudante ou telhado de taberna. Que é por isso que se chama "capelinhas" às tascas onde se bebe. E nem se fala em abrir o dicionário e ler a definição de capelinha, que diz: "grupo bastante fechado de pessoas com ideias comuns, que se conluiam, que se protegem mutuamente de eventuais ataques exteriores".

Enfim. É pena usarmos brindes importados ("Saúde!"; "À nossa!") quando temos um que é perfeito e que não poderia ser mais português. À capelinha!» [Público assinantes]

Parecer:

Por Miguel Esteves Cardoso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A MONTANHA PARIU UM RATO

«O procurador-geral da República convocou para a reunião o presidente do Eurojust, a directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), Cândida Almeida, e os dois procuradores que têm a seu cargo a investigação do "caso Freeport", Vítor Magalhães e Paes Faria.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Dava jeito que alguém com ligações ao PS pressionasse os investigadores para arquivarem o caso. O mais curioso é que muitos dos que dizem querer que o processo vá até ao fim desejam, de facto, que o mesmo seja arquivado, assim poderiam manter as suspeitas. O grande perdedor de um arquivamento ou da prescrição é José Sócrates.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Levem-se as investigações até ao fim.»

QUERRA ENTRE MÉDICOS E FARMÁCIAS

«As farmácias começam, a partir desta terça-feira, a substituir medicamentos receitados pelos médicos por genéricos mais baratos, mesmo quando os clínicos se oponham à troca, confirmou o presidente da ANF. Uma medida que a Ordem dos Médicos promete denunciar ao Ministério Público.

A medida constava do programa eleitoral de João Cordeiro, que hoje tomou posse, em Lisboa, como presidente da Associação Nacional de Farmácias (ANF) e que no seu discurso garantiu que esta é uma medida para responder à crise.

"Existem já cerca de 230 mil doentes portugueses que foram forçados, devido à crise económica, a abdicar da terapêutica recomendada", disse João Cordeiro, lembrando outros que "apenas mantêm os seus tratamentos porque as farmácias lhes concedem crédito".» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Já estava na altura de os ministros da Saúde terem uns tempos de descanso.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguardar para ver.»

MIS UMA DIATRIBE DO BISPO DE VISEU

«O bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, afirmou, esta segunda-feira, durante um seminário, que respeita o divórcio como última solução para os casos de violência doméstica. Uma posição que se junta à da defesa do preservativo.

Alheio à polémica que provocou ao defender o uso do preservativo por portadores do vírus da sida, como forma de travar a progressão da doença, o bispo de Viseu voltou a surpreender. Durante um seminário sobre violência doméstica, promovido pela Assembleia Municipal, sensibilizado por números que confirmam cada vez mais casos de maus tratos em ambiente familiar (766 registados em Viseu em 2008), afirmou respeitar quem opte pela separação.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Este bispo está a candidatar-se a ir para pároco de uma freguesia de montanha.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se pela posição do Vaticano.»

O "CÂMARA DE COMUNS" ESTÁ DE PARABÉNS

No "Câmara de Comuns" terminou a primeira sessão legislativa da sua primeira legislatura e aproveitou o aniversário para, tal como sucedeu na Assembleia da República, melhorar a apresentação e funcionalidades. Aqui ficam os parabéns.

Aproveito para informar que passarei a colaborar no "Câmara de Comuns", não como "deputado" mas como um cidadão comum que não consegue deixar de mandar bitaites a partir das galerias, lá estarei enquanto o presidente da câmara não me mandar abandonar s galerias. Assinarei sem recurso ao anonimato mas não vale a pena procurarem pelo nome pois ainda não consta na lista.

MARCEL GERMAIN

SKY NEWS