sexta-feira, julho 13, 2007

Resolver os problemas de Lisboa



A presente campanha eleitoral para as eleições autárquicas de Lisboa evidenciaram a tendência para o populismo puro e duro, não faltando os golpes baixos, as insinuações e as tentativas de assassinato político de alguns candidatos ou apoiantes. Da extrema-esquerda do Zé à extrema-direita do outro Zé, passando pela versão intelectual do populismo inventada por Helena Roseta, a marca de muitas candidaturas foi o populismo, a solução fácil, aqui ou ali misturada com encenações de projecto sério.

Lisboa tem problemas graves para resolver, tem uma cidade para ser governada e da sua boa governação depende a qualidade dos que nela vivem, trabalham, estudam ou fazem turismo. Lisboa é fundamental para o progresso do país.

Andar de bicicleta é importante, tapar os milhões de buracos nas calçadas é necessário, a transparência é necessária, a gestão das empresas municipais tem que ser honesta. Mas depois de tudo isto ainda fica quase tudo, o que verdadeiramente é importante para resolver.

Por falta de preparação, por incompetência ou, o que é mais grave, por desprezo pela cidade uma boa parte das candidaturas não estiveram à altura de Lisboa. Algumas delas serviram mais para alcançar objectivos pessoais ou ambições políticas não declaradas do que para promover a solução dos problemas ou defender a cidadania dos Lisboetas. O PSD chegou ao ponto de apresentar uma candidatura sem qualquer projecto para além da obtenção dos votos necessários para salvar a pele de Marques Mendes.

Pouco resta desta campanha para além dos projectos de António Costa e das ideias de Ruben de Carvalho. Vou votar Costa e se este não alcançar a maioria absoluta espero que os vereadores eleitos estejam à altura da dignidade de Lisboa, permitindo a governação da cidade com uma maioria relativa ou que sejam capazes de formar alianças a pensar na cidade.