quinta-feira, julho 05, 2007

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Alcochete

IMAGEM DO DIA

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[Enrique De La Osa / Reuters]

«Tesoro. Un hombre repara un coche en La Habana.» [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA



Secretária de estado da Saúde com humor

Deus queira que a secretária de Estado da Saúde tenha mais jeito para falar de saúde do que aquele que evidenciou a falar de liberdades individuais, aliás ela deve ter sido escolhida por saber de saúde pois sobre direitos individuais pouco parece sabe.

O que a senhora poderia ter feito e não fez era explicar os critérios que segue na escolha dos responsáveis pelos serviços do seu ministério. Aposto que teria muito mais graça do que a falar de democracia.

Querem sair da EU?

Foi assim que o ministro da Agricultura se dirigiu a manifestantes que o incomodaram numa Docapesca e não me admiraria nada que a resposta fosse sim, até porque muitos dos “manifestantes profissionais” que vamos vendo por aí ainda vivem na nostalgia de não terem entrado para aquela maravilha que era o Comecom.

Mas o ministro também deveria perceber que muitos daqueles a que se dirigem as suas políticas em nada beneficiaram com a entrada na CEE, não são eles que compraram vivendas no Algarve, que foram trabalhar para Bruxelas ou que recebem o grosso das ajudas comunitárias. A maioria dos pescadores e dos trabalhadores do campo nada ganharam com a integração europeia e é muito duvidoso que neste momento estariam a viver pior se tal não tivesse ocorrido.

ESTADO MISERÁVEL

O caso do professor que atingido por um cancro e já depois de não poder falar foi considerado apto para o exercício de funções por uma junta médica que deliberou sem o ter convocado revela o ponto a que chegou a consideração que o Estado e algumas das suas instituições têm pelos seus funcionários.

Como é possível que os médicos de uma junta médica tenham decidido desta forma? Como é possível que o director-geral da Caixa Geral de Aposentações tenha ignorado o apelo que lhe foi endereçado pelo professor? Como é possível que a máquina do Estado tenha considerado apto para trabalhar um professor com afonia total e incurável, doente de cancro?

A DREN diz que fez tudo, mas fez o quê? Não questionou a injustiça, não apoiou o apelo do professor à CGA, limitou-se a proporcionar-lhe melhores condições de trabalho.

A forma como este funcionário foi tratado é uma indignidade que não pode ser ignorada. Se a legislação é inadequada que se mude a legislação, se o director-geral da CGA não fez o que devia ter feito que se mude o director-geral, se os membros da junta médica actuaram com má fé que se mudem as juntas médicas. Uma coisa é certa, algo tem que mudar.

CASO PROFESSOR CHARRUA

A acusação ao professor Charrua elaborada por um instrutor ligado ao partido da directora da DREN e que depende desta para continuar a beneficiar de uma colocação à porta de casa diz que o professor ofendeu a mãe do primeiro-ministro e que o fez em pleno corredor. O professor Charrua assegura que deixou a progenitora de tão ditoso filho sossegada e que as manifestações de admiração pelas elevadas qualificações académicas do primeiro-ministro foram feitas em privado.

A conclusão é óbvia, um deles, o instrutor ou o professor, mente e se é o instrutor que conclui por uma mentira estamos perante um grave atentado a todos os valores da democracia. Além de um processo disciplinar se tratar de um procedimento em que uma hierarquia tem a faca e o queijo na mão, é evidente que esse processo está inquinado, toda a gente sabia qual seria a acusação a partir do momento em que a directora da DREN deu uma entrevista ao DN antecipando a acusação.

Alguém devia investigar todo este processo pois não é aceitável usar a lei de um Estado de direito para o transformar numa fantochada. Mais importante que a honorabilidade da progenitora de Sócrates é a democracia.

Daqui faço um repto ao Governo: proceda a uma sindicância sendo esta conduzida por juristas independentes a designar pela Ordem dos Advogados.

O IVA SOBRE OS AUTOMÓVEIS

A questão agora suscitada pela Comissão só revela teimosia por parte do ministério das Finanças, é uma evidência que não é aceitável que o IVA, um imposto sobre o valor acrescentado, incida sobre impostos. Há muito que Governo devia ter corrigido esta situação pois bastaria compensar a perda de receitas com a correcção da taxa do imposto automóvel.

O PARLAMENTO NO SEU MELHOR

«Vai daí, o Governo, tendo à mão - pela presidência portuguesa da UE - membros do governo de Bruxelas, marcou uma reunião no Parlamento. A responsável pela política de comunicação pública da UE, a vice-presidente da Comissão, Margot Wallström, queria ouvir dos deputados que se debruçam sobre assuntos europeus agravos e sugestões.Dos 33 membros do conclave parlamentar, apareceram quatro: três socialistas e uma social-democrata. Dos centristas, comunistas, bloquistas e verdes, nem rasto. Nem explicação deram sobre a ausência. Já os centristas, achando, porventura, que a política de cadeira vazia borrava a retocada imagem, argumentaram que são só 12; que três deles estão na campanha em Lisboa e que os outros (nove) estavam noutras comissões... A reunião durou meia hora, apressada pela ausência de dispositivos de tradução. Consta que a senhora comissária regressou a casa confortada com o entusiasmo que a Europa desperta neste país amável. Assustador, o que isso diz sobre um país que está agora no seu comando.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Chamaram o Director Nacional da PJ ao Parlamento e limitaram-se a fazer-lhe uma pergunta, a vice-presidente da Comissão vai lá para se falar da EU e os deputados baldaram-se. Este nosso Parlamento é uma vergonha. Compreende-se o humor do editorial do DN

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A METÁFORA DO BELARMINO

«"Se não aguentas seis assaltos, o melhor é desistires logo à primeira." Disse-me Belarmino Fragoso, com quem pratiquei boxe, no Desportivo da Mouraria. Belarmino era um campeão sem medo; porém, um homem malicioso e sábio. Eu, um rapaz esgalgado e um pouco mais intempestivo do que hoje sou. A frase ocorreu-me, como metáfora, ao ler que José Sócrates, no acto inaugural da Presidência Europeia, entrou, sorrateiro, pelo parque de estacionamento da Casa da Música, a fim de escapar a uma manifestação de protesto.

No Porto, ao desembaraçar-se da maçada de ter de ouvir protestatários no desemprego, José Sócrates ilustrou a metáfora do campeão. Deixou-nos a inquietante suspeição de que ou é tímido, ou medroso, tímido ou pedante. E perdeu o momento de demonstrar, a tão egrégios convidados, que o diálogo pode ser o antídoto do ruído.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Se tivesse a certeza quanto à espontaneidade da manifestação estaria de acordo com a crítica de Baptista Bastos. Mas depois de assistir a muitas manifestações organizadas pelas estruturas do PCP, que desta forma conseguem um espaço na comunicação social muito superior à sua expressão eleitoral, acho que Sócrates poderá ter feito bem em mandar os manifestantes à fava.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MCCARTHISMO À PORTUGUESA

«José Augusto Seabra, que era pequeno de estatura física, foi ministro da Educação, pelo PSD. Decidiu um dia reservar um dos ascensores da 5 de Outubro ao seu exclusivo serviço. Numa das primeiras utilizações a solo foi surpreendido por um insólito cartaz afixado na parede frontal do dito: "Cuidado, não pisem o ministro." E o pavimento da cabina mostrou-lhe que o contestatário havia tido a temeridade de defecar ali mesmo. O autor foi identificado por funcionário zeloso. Mas Seabra recusou ouvir a delação e limitou-se a mandar limpar os estragos e devolver o sobe-e-desce ao uso colectivo.

"Beleza não é saúde" foi metáfora maliciosa que decorou serviços hospitalares quando Leonor Beleza foi ministra da Saúde. Clínico amigo, responsável por um deles, homem prudente e cordato, foi, ele próprio, retirar tais dísticos do corredor onde a ministra ia passar. Mas o contestatário foi mais eficaz. E quando uma hora volvida o meu amigo voltou ao sítio, acompanhando Leonor Beleza na oficialíssima visita, já para lá tinham voltado as frases maliciosas. O médico permaneceu no cargo até que quis. E a ministra foi simplesmente digna quando passou no corredor.

Correia de Campos entendeu proceder diferentemente no caso lamentável da exoneração da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho. Os factos estão tratados e o espaço não permite recordá-los. Nem seria importante. Importante é que isto sucede à queixa conjunta de José Sócrates, primeiro-ministro, e Pinto de Sousa, cidadão, contra Balbino Caldeira, que sucede ao afastamento da Associação de Professores de Matemática do Plano da Matemática, por delito de opinião, que sucede ao caso escabroso da DREN. Importante é que isto coexiste com a maior impunidade por actos políticos de que guardo memória em três décadas de democracia.

O desprezo pelo escrutínio público e pela opinião dos outros tem-se interiorizado no âmago de muitos ministros. Os tiques autocráticos do princípio transformaram-se numa autêntica teologia socrática, cuja doutrina é fragilizar, semear o medo e a intranquilidade. O senador MacCarthy, nos anos 50, escreveu a cartilha que eles seguem.» [Público assinantes]

Parecer:

Santana Castilho compara situações idênticas ocorridas ao longo do tempo, evidenciando a falta de tolerância da actual geração de governantes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

CASO CHARRUA: ALGUÉM ESTÁ A MENTIR

«O professor Fernando Charrua negou esta terça-feira, na defesa que apresentou no âmbito do processo disciplinar de que é alvo, ter dito a frase ofensiva para com o primeiro-ministro que lhe é imputada no acórdão que propõe a sua suspensão, escreve a Lusa.» [Portugal Diário]

Parecer:

Este processo disciplinar tem indícios de se tratar de um processo kafkiano.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proceda-se a uma sindicância à DREN para apurar se neste, como noutros processos, a directora da DREN actuou com competência e isenção política. Para assegurar a independência da investigação solicite-se à Ordem dos Advogados que indique um instrutor.»

UMA VERGONHA

«Foi considerado apto para leccionar apesar de ter cancro na traqueia e uma operação o ter deixado mudo. Era professor de Filosofia e tinha mais de trinta anos de serviço quando adoeceu. Artur Silva morreu no passado dia 9 de Janeiro, aos 60 anos, depois de a Caixa Geral de Aposentações lhe ter recusado a reforma e uma Junta Médica, que não o convocou, o ter considerado apto para dar aulas. » [Portugal Diário]

Parecer:

Esta é uma situação que deve ser esclarecida até ao fim. Não basta explicar tudo com burocracia se o resultado for um total desrespeito pelos direitos humanos. Alguém actuou mal neste processo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proceda-se a uma sindicância à Caixa Geral de Aposentações para apurar se todos os responsáveis actuaram com a devida diligência e respeito pelos direitos do professor enquanto funcionário e ser humano.»

BE FAZ SURF NAS NOMEAÇÕES DA SAÚDE

«O Bloco de Esquerda (BE) acusou ontem o ministro da Saúde, Correia de Campos, de nomear pessoas para as direcções de centros de saúde e hospitais na região de Braga apenas por razões partidárias e não por mérito pessoal. A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte refuta as acusações, alegando que as nomeações foram feitas a pessoas com o perfil e currículo adequados à implementação das reformas em curso.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Parece que o BE decidiu (finalmente) fazer surf político à custa das nomeações do ministério da Saúde.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se uma prancha de surf a Francisco Louçã.»

MINISTRO DA SAÚDE: POUCA SENSIBILIDADE SOCIAL

«"O mundo está a mudar" e o sistema de saúde deve adaptar-se, sublinha o relatório, acrescentando que o financiamento da saúde deve ser discutido. Os peritos defendem que, em períodos de baixo crescimento económico, será necessário pedir aos cidadãos que paguem mais pela saúde, como forma de assegurar o essencial do Serviço Nacional de Saúde. E ainda "que devem contribuir mais aqueles que mais podem". O que pode ser feito de várias maneiras, desde que os governos legitimem as opções, colocando-as nos seus programas eleitorais. Mas não foi isto que aconteceu com as taxas moderadoras. Mais ainda quando estas são "financeiramente pouco significativas" mas "politicamente controversas".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Digamos que nada ou quase nada do que o governo está a fazer constava do seu programa eleitoral, com a escolha de Sócrates a democracia deixou de escolher o mais apto para primeiro-ministro para passar a eleger o melhor a mentir.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao ministro da Saúde.»

A ANEDOTA DO DIA

«Pedro Santana Lopes acha que o candidato ideal do PSD a primeiro-ministro nas legislativas de 2009 seria Durão Barroso. "Devo dizer que até tenho pena de ele não poder ser candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições, era bom para Portugal, com a experiência que ele acumulou nestes anos. Acho que ele poderia ser um muito bom candidato a primeiro-ministro", diz Santana Lopes numa entrevista à última edição da revista Homem Magazine, que só irá para s bancas dentro de dias.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Confesso que também gostaria de ver Durão Barroso candidatar-se a primeiro-ministro.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «É melhor esperar para ver se alguém dá mais a Durão Barroso.»

O QUE FAZER DO PARQUE MAYER?

«Projectos megalómanos é que não, disseram a uma voz Costa e Salgado. "O plano de Frank Gehry já foi", admitiu Manuel Salgado, numa referência ao arquitecto pago a peso de ouro pela autarquia para projectar a revitalização do local na altura em que Santana Lopes e Carmona Rodrigues geriam os destinos da autarquia. Em 2002, não eram apenas actividades de lazer que o agora "número dois" de António Costa e possivelmente futuro vereador do Urbanismo preconizava para o Parque Mayer. "Incluam-se espaços para escritórios e habitação", defendeu num artigo de opinião, ao mesmo tempo que explicava que o teatro de revista tinha morrido, pelo que não valia a pena ressuscitá-lo. Ontem, o candidato a presidente de câmara pelo PS foi mais cauteloso e disse que devem ser os agentes culturais a decidir que tipo de actividades ali devem ter lugar: "A câmara não deve ter uma política de gosto e dizer se se representará Shakespeare ou se se fará teatro de revista."» [Público assinantes]

Parecer:

Ao ritmo a que o PS muda de opinião o melhor é esperar mais uns tempos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se.»

CHINÊS MATA UM CÃO À DENTADA

«El hombre, un aldeano de la provincia china de Hebei, se despertó por los aullidos de su pequeño cachorro. Al salir a la calle, observó que otro perro intentaba atacarlo. Trató de alejarlo arrojándole sandías, pero no pudo.

Finalemente, el agricultor se abalanzó sobre el perro enfurecido, causándole la muerte tras clavarle los dientes en el cuello. » [20 Minutos]

O JUMENTO NO TECHNORATI

  1. O "Womenage a Trois" Pescou um cartaz da Sony.
  2. O "Mala Aviada" refere a opção de voto d'O Jumento nas próximas autárquicas.
  3. O "PS Lumiar" reproduz a declaração de voto d'O Jumento.

ZARDO

MIMI NIKOLOVA

NATE ZEMAN

NYX WEI

4 DE JULHO

DOG DU JOUR

CALIFORNIA WALNUTS

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RENAULT

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