terça-feira, julho 03, 2007

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Palácio da Pena, Sintra
(Fotografia enviada por A. Carvalho)

IMAGEM DO DIA

[Muhammad - Reuters]

«An East Timorese voter shows his ink-stained finger after casting the ballot in Dili. East Timorese voted on Saturday in a parliamentary election that could put the impoverished, young country on a new path after communal violence last year. » [Washington Post]

JUMENTO DO DIA




O que se passa no ministério da Saúde

Não bastava a saúde andar mal, agora é a democracia que está a ficar doente no ministério da Saúde, dia sim, dia não rebenta um escândalo. Depois de se ter enterrado no caso de Vieira do Minho ou o ministro toma uma posição firme ou perde toda a credibilidade que tinha, passando a emparceirar com ministros como o da Economia ou o das Obras Públicas.

CARTOON "ABU GHRAIB À PORTUGUESA"

Graças ao "Papel Principal" cheguei a este cartoon do jornal "Médico de Família".

A FELICIDADE E O PIB

«Uma das razões da eficácia da economia americana está na facilidade com que as pessoas ali mudam de emprego e de local onde vivem. Não só os despedimentos são fáceis e expeditos nos EUA, como os americanos mudam frequentemente de cidade e de estado, procurando um novo emprego.

Em Portugal a situação é a oposta. O despedimento individual é difícil. E o que se passa na habitação quase impossibilita que alguém aceite um emprego noutra cidade, pois teria de abandonar a casa onde vive. A inexistência de um mercado de arrendamento (o novo regime, como se previa, não o relançou) mantém no mundo do trabalho um enorme factor de rigidez. Dito isto, será que a flexibilidade americana só tem vantagens? Económicas, tem muitas. Mas implica custos sociais e psicológicos consideráveis, embora pouco considerados.

A frequente mudança de terra, por causa do emprego, acarreta uma instabilidade que não é boa para as famílias americanas. Em particular, as sucessivas mudanças de residência, de escola, de amigos, etc., não contribuem para o bem-estar das crianças e dos adolescentes.

E a constante ameaça de perder o emprego é motivo de angústia, por muito fácil que seja, e é, arranjar trabalho na América. Só que nem sempre, ou raramente, com o mesmo nível de salário.

Por outras palavras, o crescimento económico, só por si, não traz a felicidade. Decerto que o subdesenvolvimento ainda menos. Mas não é razoável valorizar apenas as vantagens económicas sem ponderar custos de outra ordem.

Assim, não é forçosamente irracional que os europeus prefiram trabalhar menos tempo do que os americanos. O que, aliás, só acontece desde há trinta anos: em 1970 os europeus trabalhavam mais horas por ano do que os americanos. Hoje, um trabalhador francês produz mais, por hora e em média, do que um americano; só que trabalha quase 20 por cento menos horas.

O novo poder político em França vai facilitar, por via fiscal, a possibilidade de, quem quiser, trabalhar mais horas. É positivo, pois aumenta a liberdade de escolha das pessoas. Pelo contrário, uma legislação laboral muito restritiva, como a portuguesa, reduz as opções dos trabalhadores e prejudica os desempregados.O fundamentalismo liberal é inaceitável, ao ignorar dimensões essenciais da pessoa. Mas o seu contrário não é mais razoável, pois finge não ver a realidade do mundo de concorrência global em que vivemos.

Defender postos de trabalho sem viabilidade económica com restrições legais ao despedimento é um engano. Como é opor-se sistematicamente à precariedade de alguns vínculos laborais, quando tudo aponta nesse sentido para o futuro (mudança frequente de emprego e até de profissão, teletrabalho, horários flexíveis, etc.).Por isso os que se opõem à flexibilização do mercado de trabalho travam batalhas meramente defensivas, conseguindo, na melhor das hipóteses, recuar devagar. Mas com a comunidade em geral e os desempregados em particular a pagarem a factura do atraso.

Quando da revolução industrial e dos dramas sociais que ela trouxe, há dois séculos, muitos queriam regressar à velha sociedade rural. Mas era impossível, como agora é ficar fora da competição mundial. O Estado providência foi a solução encontrada para enfrentar as injustiças da era industrial. Hoje, temos de inventar novas formas de protecção social, compatíveis com a flexibilidade e a precariedade impostas pelas novas tecnologias, pela globalização e pela diferente organização do trabalho que delas decorre. É a maneira de tentar reduzir os custos humanos do progresso económico, agora.

A célebre flexi-segurança é um passo no sentido certo, por muito que o sistema que vigora (com êxito) na Dinamarca e na Holanda não seja imediatamente transponível para Portugal. Importa pensar em adaptações ao caso português e até em novas ideias na mesma linha - e não em simplesmente denegrir a flexi-segurança como mais uma cabala capitalista para despedir à vontade.

Seria iludirmo-nos a nós próprios pensar que poderemos continuar, por muito mais tempo, a ser o país entre os 30 membros da OCDE onde é mais difícil o despedimento individual. Não obstante a retórica passadista do PS quando estava na oposição, o Governo já o percebeu. A realidade tem muita força, mesmo quando não gostamos dela.» [Público assinantes]

Parecer:

Um bom artigo de Sarsfield Cabral sobre a problemática do mercado de trabalho.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

AO QUE ISTO CHEGOU

«A circular interna informa “todo o pessoal da sede” que a correspondência “endereçada directamente a determinados funcionários ou ao cuidado dos mesmos será aberta na coordenação, desde que oriunda de qualquer serviço público ou outro (...)”.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Parece que há por aí gente com muito pouca formação democrática.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Demita-se a senhora por falta de formação adequada ao cargo.»

O EXEMPLO DE DEMOCRACIA MADEIRENSE DE MARQUES MENDES

«O Dia da Autonomia da Madeira comemorou-se ontem, pela segunda vez, fora do Parlamento madeirense, sob os protestos da oposição, dado que o modelo, esboçado pelo PSD, não permite a intervenção dos partidos, tal como acontecia no passado. Os deputados do PS, CDU, PND e BE faltaram à comemoração solene na Casa das Mudas, na Calheta. MPT e CDS/PP foram os únicos que marcaram presença mas para discordar da forma como a Assembleia Legislativa, por decisão da maioria social--democrata, festeja a data. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Ao mesmo tempo que Marques Mendes faz surf nos casos de saneamento no Estado o PSD-Madeira comporta-se com se estivesse no Zimbabwe.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se um comentário a Marques Mendes.»

O FCP, SEMPRE O FCP

«A entrada e permanência do brasileiro Anderson em Portugal como futebolista do F. C. Porto, no início do ano passado, terão sido obtidas graças a um contrato de trabalho fictício apresentado pela sua mãe como cozinheira num restaurante do Porto , numa altura em que o atleta era ainda menor de idade e tinha de ser legalmente representado pela progenitora. Este caso faz de parte de uma extensa investigação por suspeitas de corrupção e imigração ilegal desenvolvida pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), durante a qual foram detectadas situações de alegadas irregularidades na legalização de jogadores estrangeiros da principal equipa portista e respectivos familiares.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Com Carolina ou sem carolina começa a ser cansativo ouvir falr de casos envolvendo o FC do Porto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Pinto da Costa que se retire.»

AINDA VAMOS PARA O AFEGANISTÃO DE BICICLETA

«A força portuguesa que está a combater no Afeganistão está com a capacidade blindada praticamente esgotada, na sequência dos ataques dos talibãs, uma vez que em Portugal há apenas duas viaturas em reserva, soube o JN junto de fontes militares. Mesmo estes dois veículos estão a ser aplicados na instrução, o que significa que fazê-los avançar para o Afeganistão, no caso de mais baixas em combate, pode pôr em causa a preparação da força que parte em Setembro. É mais uma das lacunas detectadas naquele teatro de operações, a par da desadequada protecção individual, agora em fase de reparação com o envio de novo material, tal como o JN já noticiou.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Quem não tem dinheiro não tem vícios.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se que se mandem também uns generais para o Afeganistão»

A ARROGÂNCIA DE HELENA ROSETA

«António Costa pediu novamente uma maioria para a lista do PS à Câmara de Lisboa, num debate com Fernando Negrão, do PSD, e com a independente Helena Roseta. Esta é, para o ex-ministro, uma condição de «governabilidade». Mas, mesmo assim, abriu espaço a um entendimento, pós-eleitoral, com a ex-socialista. Roseta recusou o «convite» e disse que são os eleitores quem vão decidir quem governará a autarquia. » [Portugal Diário]

Parecer:

Não peças a quem pediu, não sirvas a quem serviu.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a António Costa que ignore Helena Roseta, o seu projecto político nada tem que ver com a cidade.»

O PARTIDO PORTÁTIL

«A sede do PSD/Porto foi assaltada ao início da manhã de hoje, tendo sido roubado o computador portátil em que se encontram todas as bases de dados do partido, disse à Lusa o líder da distrital social-democrata, Agostinho Branquinho. » [Portugal Diário]

Parecer:

O dirigente do PSD-Porto que se queixou de, apesar de haverem vários equipamentos portáteis, ter sido o PC portátil o alvo do roubo deveria explicar porque motivo tal informação estava num PC deste tipo e, pelos vistos, à vista de todos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se.»

MEIO MILHÃO DE iPHONES VENDIDOS EM DOIS DIAS

«El primer fin de semana tras el lanzamiento el pasado viernes del iPhone en Estados Unidos se cierra con un gran éxito de ventas que ha agotado prácticamente las existencias, lo que motivó algunos problemas técnicos en la activación del servicio por la sobrecarga de peticiones, según informa el diario 'Los Angeles Times'.

Las ventas del iPhone en las tiendas alcanzaron alrededor de las 525.000 unidades hasta el domingo, señala el diario estadounidense citando al analista Trip Chowdhry, de la firma Global Equities Research.» [El Pais]

OBAMA BATE RECORDE DE ANGARIAÇÃO DE FUNDOS

«Sen. Barack Obama announced on Sunday he had raised $32.5 million for his presidential campaign in the past three months, the biggest quarterly fund-raising for any Democrat ever in a pre-election year.

The Illinois senator said more than 154,000 donors had contributed to his campaign for the Democratic presidential nomination in the April-June period, bringing his total donor list to more than 258,000.» [Reuters]

502 MILHÕES FICARAM POR COBRAR

«O valor, 501,2 milhões de euros, refere-se a dívidas que o Estado não conseguiu cobrar. De acordo com os dados fornecidos pela Direcção-geral do Tesouro e pela Direcção-geral das Contribuições e Impostos, quase 57 por cento das prescrições são relativas a dívidas do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA). » [Correio da Manhã]

Parecer:

O mais curioso da notícia são as cambalhotas dadas pela DGCI para justificar, parece que a culpa é de não estarem informatizadas. E de quem é a culpa disso? Não será do director-geral e do subdirector-geral responsável pela cobrança? Um está de saída e o outro é amigo do secretário de Estado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Solicite-se uma justificação mais rigorosa.»


O JUMENTO NO TECHNORATI

  1. O "Zé Povinho" cita O Jumento a propósito das críticas a Sócrates nos casos da DREN e de Vieira do Minho.
  2. O "Macroscópio" num post em que evoca Agostinho da Silva usa um vídeo pescado n'O Jumento.
  3. O "Quelimane" propõe O Jumento para as "7 Maravilhas da Blogosfera". Obrigado.
  4. O "Livre e Catalão" acompanha o que se escreve sobre Lisboa.
  5. "A Minha Matilde e C.ª" pescou um cartaz do Mundial de Sub 20.
  6. O "Mais Évora" reproduziu o post "Economia asinina".

IMAGEM ESPECTACULAR DO SPACE SHTTLE "ATLANTIS"

KEVIN GREGGAIN

BENJAMIM FURLAND

KATRINA GREKOF

ANTTI SAARAINEN

POLÍCIA DE DERBYSHIRE

AL AIN ZOO

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PILOT PEN

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HOOVER