Confesso que a ideia de Ribau Esteves mandar fazer uma auditoria às contas do PSD me surpreendeu e que estou ansioso por ver os resultados. Parto do princípio de que a intenção é saber se todas as ajudas financeiras recebidas pelo PSD obedeceram à lei, ainda que receie que o que se pretende é verificar se os procedimentos administrativos são os necessários para que no futuro nenhum militante seja descuidado ao ponto de inscrever os nomes dos “mecenas” nas facturas recebidas por engano.
A segunda hipótese é mais provável pois a não ser que na sede do PSD ainda andem perdidas algumas facturas que a SOMAGUE ou qualquer outra empresa generosa se tenham esquecido de pagar. Em termos contabilísticos houve um erro e se Ribau quer uma auditoria é só para se certificar que esses erros não se repitam. A não ser que os descuidos sejam maiores e a contabilidade discrimine os financiamentos entre legais e ilegais.
Imagino que o relatório dessa auditoria apresente conclusões curiosas, por exemplo, que a factura do papel higiénico ficou por mandar para qualquer SOMAGUE e que por causa desse esquecimento ficou por pagar, obrigando os funcionários da sede da Buenos Aires a usar as sobras das edições antigas do Povo Livre.
Até pode ser que Ribau queira ir mais longe e em vez de se limitar a auditar as contas do partido vá mais longe e mande verificar as fontes de financiamento das campanhas eleitorais do PSD, desde as mudanças de imagem às jantaradas. Até pode ser que a factura enviada para a SOMAGUE com a diligente anotação e Ribau decida dar conhecimento ao Tribunal Constitucional de todas as irregularidades detectadas.
Ou Ribau Esteves está a gozar connosco ou está a confundir um partido com um clube de futebol.
