terça-feira, fevereiro 05, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Grafitti, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[A. GYORI / REUTERS]

«Nicolas Sarkozy et son épouse Carla Bruni se prélassent à la terrasse d'un café dans les jardins du palais de Versailles, le 3 février 2008.» [20 Minutes]

[Ina Fassbender / Reuters]

«Connecting people. Una carroza del carnaval de Düsseldorf, Alemania.» [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA

Tomou conhecimento

Parece quu Telmo Correia não decidiu nada sobre o edifício do Casino Estoril, limitou-se a um inócuo "tomei conhecimento". Mas tomou conhecimento tão bem que não só acha que nada tem a explicar como já veio a público defender os direitos do Casino Lisboa. Se não conhecesse esta gente também despacharia o assunto com um mero "tomei conhecimento", que é o que no Estado se escreve quando alguém não quer assumir as responsabilidades.

PESSIMISMO AMERICANO

«Amanhã haverá eleições primárias para escolher candidatos presidenciais em 22 Estados americanos. Hillary ou Obama? MacCain ou Romney? Há 80 anos que não eram tão imprevisíveis os resultados das primárias. Mas uma coisa é certa: os americanos estão pessimistas num grau inédito na história do país, tirando a grande depressão dos anos 30. A guerra do Iraque conta, mas o pessimismo tem sobretudo a ver com factores económicos. O desemprego sobe, a crise do crédito aflige muitas famílias (que cortam no consumo) e a recessão parece inevitável.

Contudo, nos últimos quinze anos os Estados Unidos tiveram um notável crescimento económico, bem acima do europeu. Porquê, então, um descontentamento tão pouco americano e que não começou apenas há meses? Porque apenas entre um terço e um sexto dos americanos (consoante as sondagens) acredita, agora, que os filhos terão uma vida melhor do que a sua. O colapso do "sonho americano" não se deve apenas, nem sobretudo, a circunstâncias conjunturais negativas. Recessões e crises houve muitas no passado, sem o pessimismo actual. A raiz deste tem a ver com o desequilíbrio entre a espectacular melhoria do nível de vida de uma minoria e a quase estagnação dos rendimentos da maioria.

Não apenas a pobreza não foi eliminada pelo crescimento económico das últimas décadas, como os salários reais do trabalhador médio subiram pouco e abaixo da produtividade, que deu um grande salto. Entre 1979 e 2005, os mais ricos (um por cento da população) aumentaram 228 por cento os seus rendimentos. Entretanto, a grande maioria dos americanos pouco lucrou com o forte crescimento económico. Parte das famílias aumentou os rendimentos apenas porque mais mulheres foram trabalhar.

O problema não é apenas americano. Em 1975, três quartos dos japoneses consideravam-se da classe média, contra apenas 54 por cento hoje; entretanto, os japoneses que se julgam abaixo da classe média passaram de 20 para 37 por cento. E o vertiginoso crescimento económico da China está a acentuar as desigualdades de riqueza.

Nos EUA, o capitalismo industrial - digamos, desde o aparecimento do Ford modelo T, em 1912, até por volta de 1970 - foi um democratizador económico, passando para a classe média grande parte dos proletários. Recentemente, pelo contrário, o leque dos rendimentos alarga-se cada vez mais. O progresso técnico (informática, net, etc.) aumenta a procura de trabalhadores qualificados e desvaloriza o trabalho não qualificado. Este sofre, ainda, a concorrência dos baixos salários dos países pobres, que a globalização trouxe para o mercado mundial. E a nova organização do trabalho, que já não é de produção em massa, reduz a importância dos sindicatos.

A globalização financeira baixa a tributação do capital, extremamente móvel, enquanto sobre o trabalho (que se pode deslocar menos) aumentam os impostos. E Bush adoptou uma política fiscal favorável aos ricos. Acresce que a mediatização favorece os profissionais conhecidos, alargando a distância entre os seus rendimentos e os dos outros. Estes factores explicam o desconforto da classe média americana. Como a maioria dos votos lhe pertence, os políticos estão atentos ao pessimismo. As possíveis reacções políticas ao aumento das desigualdades de riqueza são de dois tipos. Um é o proteccionismo de esquerda e de direita, visível em discursos populistas contra a globalização, as multinacionais, a China, os imigrantes, etc.

A resposta dos EUA ao problema das desigualdades crescentes deveria, porém, ser outra. Implicaria o reforço da protecção social, quase inexistente para dezenas de milhões que não têm seguros de saúde.

Mas os EUA não devem copiar aquilo que precisa de reforma no modelo social europeu. Até porque a previdência e os apoios na saúde também sofrem apertos financeiros na América. A esperança é que os futuros dirigentes americanos consigam inovar na protecção social. Não a negando, por exemplo, aos trabalhadores temporários ou a tempo parcial. E dando uma rede de segurança aos muitos que, tendo emprego, vivem na permanente angústia de o perderem.
Avançar com um new New Deal adaptado ao nosso tempo requer uma fortíssima liderança política (como era a de F. D. Roosevelt). Gostava de acreditar que ela irá aparecer em Washington.»
[Público assinantes]

Parecer:

Por Sarsfield Cabral.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

TELMO O DEFENSOR DO CASINO LISBOA

«Telmo Correia, deputado do CDS-PP e ex-ministro do Turismo, afirmou ontem ao CM que em sua opinião a Estoril-Sol “tem bons argumentos para sustentar a não reversibilidade [do edifício do Casino Lisboa para o Estado]”. A declaração foi feita ainda no rescaldo da polémica de um despacho através do qual Telmo Correia, governante até 11 de Março de 2005, tomou conhecimento de um parecer da Inspecção-Geral de Jogos sobre a propriedade do antigo Pavilhão do Futuro do Parque das Nações.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Telmo Correia não só deu a borla como ainda vem defender os direitos do Casino Lisboa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Telmo como defendeu os interesses do Estado.»

BASTONÁRIO NÃO QUER DEPUTADOS-ADVOGADOS

«O bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, desafia a Assembleia da República a tomar a iniciativa de legislar no sentido de impedir que os advogados possam acumular o exercício da profissão com o mandato de deputados. "Devia ser a Comissão de Ética a tomar a iniciativa. Se formos nós a apresentar uma proposta, nada garante que alguém a leve avante", disse o bastonário, ontem, ao DN. Uma proposta dessas implicaria a mudança no Estatuto da Ordem dos Advogados, o que só pode acontecer com uma lei da Assembleia da República. O bastonário espera que o Parlamento avance embora admita, ao mesmo tempo, que "na altura própria" terá de discutir com os deputados alterações no estatuto, decorrentes, por exemplo, do Processo de Bolonha (formação de advogados).» [Diário de Notícias]

Parecer:

Bastaria o exemplo do deputado António Preto para se perceber que o bastonário da Ordem dos Advogados tem razão.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

PND QUER COMISSÃO DE INQUÉRITO AO NEGÓCIO DO CASINO

«O Partido da Nova Democracia (PND), de Manuel Monteiro, desafiou o CDS-PP a aceitar uma comissão parlamentar de inquérito sobre as decisões do Governo PSD-CDS sobre o Estoril-Sol e o Casino Lisboa.

O semanário Expresso noticiou sábado que «a actuação» do ex-ministro do Turismo e actual deputado do CDS «permitiu à Estoril-Sol obter um verdadeiro jackpot, conseguindo ficar com a propriedade do edifício do novo Casino de Lisboa» O partido de Manuel Monteiro, em comunicado, critica o CDS, que já liderou, acusando a liderança dos democratas-cristãos de «não ter credibilidade para fazer oposição ao Partido Socialista» e de ser «o maior seguro de vida para o actual governo». » [Portugal Diário]

Parecer:

A proposta faz todo o sentido.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

PRENDA ORIGINAL DO RAIM'S BLOG

A cenoura foi-me oferecida pelo Raim´s Blog por ter tido o destaque de blogue da semana, sendo agora adicionado à coluna da direita. Obrigado.

DOIS F-15 INTERCEPTAM DOIS MIG-29 [imagem]

USAF F-15 Eagle Fighters Intercept Two Soviet MiG-29 Fighters Going to Canada For the 1989 Abbotsford International AirshowAugust 1, 1989, State of Alaska, USA

PERSEGUIÇÃO POLICIAL

IGOR NOVOLAZ

MICHAEL BORSOW

NICKL

VICTOR PERYAKIN

MICHAEL KIRYANOV

APARA-LÁPIS

NRDC

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