terça-feira, fevereiro 19, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Rua do Bairro do Castelo, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[H. Reka/Reuters]

«Le visage d'une jeune femme kosovar se dessine derrière le drapeau albanais, Kosovo, le 15 février 2008. » [20 Minutes]

JUMENTO DO DIA

Luís Filipe Menezes não tem telemóvel?

Se Luís Filipe Menezes não tem telemóvel é uma pena, assim perdeu a oportunidade de saber da convocatória "espontânea" para a manif à porta da sede do PS. Perdeu uma excelente oportunidade de aparecer na televisão depois de mandar uns apupos a José Sócrates, sempre era mais rentável do que tentar aproveitar politicamente os acontecimentos. Depois das autarquias do PSD emprestarem autocarros para as manifs da CGTP e de ouvir Menezes a apoiar as manifs espontâneas que acompanham Sócrates até já tenho a esperança de o ver numa qualquer iniciativa "popular" envergando um cachecol palestiniano, muito típico em manifestantes espontâneos e verde-eufémios.

SENTIDO DE OPORTUNIDADE NA PUBLICIDADE

Este cartaz do Millennium deve ter sido feito a pensar nos clientes que convenceram a comprar acções no banco com dinheiro emprestado pelo próprio banco e que agora estão na falência. Como se fala num aumento de capital do banco, para tapar o buraco feito pelas anteriores administrações, está-se mesmo a ver que a alternativa aos clientes desiludidos é voltar a comprar acções com dinheiro emprestado pelo banco. E enquanto os seus ex-administradores recebem pensões que não mereceram e Jardim Gonçalves continuam a passear-se no avião do banco os seus pequenos accionistas vão comer a sopa da Santa Casa.

É assim o capitalismo à portuguesa, um capitalismo selvagem, gerido por selvagens oportunistas, corruptos e incompetentes.

ESPECTÁCULO TRISTE

O espectáculo que o PSD está a dar a propósito do Casino Lisboa, tendo Pedro Santana Lopes como artista principal, é muito triste, ver um ex-primeiro-ministro a dizer que nada fez, que não sabe quem fez, que o que fez bem e a sacudir a água do capote para cima de quem o antecedeu é deprimente.

No fim ninguém sabem quem alterou a lei, lembra-me a velha anedota muito portuguesa do compadre que apanhado por uma rusga a um bordel chegou à conclusão que a menina ali era ele, depois de a primeira ter dito que era cabeleireira e a segundo assegurar ao polícia que era manicura.

UMA PEQUENA PERGUNTA PARA MENEZES

Como é que Luís Filipe Menezes vai conseguir desmantelar o Estado, como prometeu no último congresso do PSD, sem encerrar nenhum serviço público?

Menezes deveria explicar como pode prometer não fechar nenhum serviço público ao mesmo tempo que defende a privatização generalizada do Estado, incluindo os sectores da Educação e da Saúde.

«O Estado deve sair do ambiente, das comunicações, dos transportes, dos portos, e na prestação do Estado Social deve contractualizar com os privados e acabar com o monopólio na saúde, educação e segurança social. » [Expresso 22-12-2007]

É evidente que Menezes não vai abrir nem fechar nada, a não ser a porta do seu gabinete na CM de Gaia, isso se não vier a ser de novo candidato autarca pois é melhor um pássaro na mão do que dois a voar. Aliás, a única dúvida em relação ao futuro político de Menezes está nas próximas autárquicas e não nas legislativas.

UMA DÚVIDA

por onde andou a Protecção Civil de Lisboa durante a noite passada?

BRUTALIDADE DA DESCOLONIZAÇÃO MERECE PEDIDO DE DESCULPAS

«Podíamos começar por pedir desculpa e talvez parássemos com este nosso quotidiano de exploração de trabalho ucraniano ou brasileiro ou cabo-verdiano em casas de alterne ou nos condomínios privados (não há grande diferença). Não devemos tolerar com indiferença que o terrível apagar das consciência que Conrad nos relevou continue aqui na "Metrópole" neste novo século em que as hordas de serviçais descartáveis vindos de S.Tomé ou Bucareste, chegada a noite desaparecem em pequenos quartos na Cova da Moura, deixando-nos a cidade livre. E nós, com a tradição que mantivemos intacta, continuamos a não notar o que fazemos. Pedir desculpa pelo que fizemos era um passo para por fim ao que fazemos e nas palavras de Luther King no seu I Have a Dream, depois de as pedir, poderíamos dizer muito alto "Aleluia, finalmente estamos livres".» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Mário Crespo descreve o comportamento colonial em Moçambique e defende um pedido de desculpa aos povos colonizados.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

EMPRESAS ESTATAIS E REGRAS DO MERCADO

«É muito comentado o facto de dinheiro da Ásia e dos produtores de petróleo do Médio Oriente ter vindo tapar alguns colossais "buracos" abertos em bancos americanos e europeus pela crise do crédito hipotecário de risco. Por exemplo, o Citigroup e a Merryl Lynch receberam mais de 20 mil milhões de dólares de fundos governamentais, ou "soberanos", de Singapura, da Coreia do Sul e do Kuwait.

Hoje há grandes disponibilidades financeiras fora dos países ditos desenvolvidos. No Médio Oriente, porque o petróleo está caro. Na China e noutros países asiáticos porque têm registado sucessivos excedentes nas trocas comerciais com os EUA. Esses países acumularam, assim, enormes reservas. Acumulação reforçada pela relutância chinesa em deixar subir o câmbio da sua moeda. Para não revalorizar o yuan face à moeda americana e não perder competitividade nas exportações, Pequim comprou mais e mais títulos em dólares.

É saudável que parte desses excedentes volte a entrar no circuito financeiro dos EUA, ainda por cima numa altura de aperto no crédito e de recessão à vista. Há trinta e tal anos, na sequência dos primeiros choques petrolíferos, milhões de "petrodólares" árabes foram investidos em países consumidores de petróleo na Europa e na América, ajudando-os a enfrentar a crise.

Dito isto, há motivos para preocupação. É que o dinheiro vem de fundos soberanos, detidos pelos Estados. E esses fundos podem não agir numa lógica empresarial, mas prosseguir objectivos políticos e estratégicos pouco simpáticos, a prazo, para os países que recebem o dinheiro.

O fundo soberano da Noruega gere os ganhos do petróleo do mar do Norte com transparência e visando resultados financeiros. Mas outros fundos estatais são opacos quanto aos objectivos que prosseguem e aos meios que utilizam. O que provoca suspeitas e receios.

Isto dá argumentos aos nacionalistas económicos, como Sarkozy. E reforça a onda proteccionista nos EUA. Para travar essa onda urge que os fundos estatais dêem uma resposta positiva ao Fundo Monetário Internacional, que lhes solicita mais transparência.

Este tipo de problema - entidades estatais a operarem no mercado com intuitos menos claros - não se coloca apenas quanto aos fundos soberanos asiáticos e árabes. Também existe em relação a certas empresas estatais.

Por exemplo, a Gazprom russa concretiza uma óbvia estratégia política de Moscovo: aumentar a dependência energética dos europeus em relação à Rússia. Não são as regras do mercado que ali predominam.

Em Portugal, La Caixa, o maior accionista do BPI, é um banco que pertence ao governo autónomo da Catalunha. Como o seu modo de actuar é de índole empresarial, não suscita problemas. Já quanto à Sonangol, empresa petrolífera do Estado angolano, são legítimas as dúvidas. A Sonangol está presente no capital do BCP e da Galp, podendo vir a participar noutras empresas portuguesas. O dinheiro angolano dá muito jeito, mas tem os seus riscos.

Recentemente a Sonangol fechou, ou ameaçou fechar, as contas que tinha no BFA, o banco do BPI naquele país, numa clara pressão do Estado angolano. Pressão que, não sendo ilegal, certamente condicionou a posição do BPI na mudança de administração do BCP: o BPI evitou então opor-se às opções da Sonangol para não estragar o negócio angolano.

Angola é hoje um mercado importante para as exportações e os investimentos portugueses. Mas há um preço a pagar por negócios em países onde o Estado domina a economia. Quem opera em países como o angolano sujeita-se ao poder político local, que nem sempre segue as regras correntes em países de economia de mercado. E não apenas na banca e nas obras públicas: a Unicer foi obrigada a aceitar três parceiros locais numa nova fábrica de cerveja em Angola.

Se não se pode questionar a actuação do Governo de Luanda e dos seus agentes empresariais no território angolano (a menos que violem algum compromisso internacional), a actuação de empresas estatais angolanas na nossa economia suscita algumas interrogações. As mesmas que se levantam quanto aos fundos soberanos: essas empresas talvez executem orientações políticas não necessariamente favoráveis ao país que as acolhe.

Por isso deve-se exigir transparência a quem investe em Portugal. Tal como se exige aos fundos soberanos.» [Público assinantes]

Parecer:

Sarsfield Cabral está preocupado com a possibilidade de as estratégias de gestão dos fundos estatais investidos nos mercados financeiros obedecer a objectivos políticos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

MEDIDAS DE PROTECÇÃO A TESTEMUNHAS DE CASOS DE CORRUPÇÃO

«O Governo vai reforçar a protecção das testemunhas que denunciem os crimes de corrupção passiva, oferecendo um leque novo e alargado de medidas de seguranças (que inclui toda a família, pais, filhos e irmãos) e também vários perdões judiciais, quer em relação a crimes fiscais (com alargamento do prazo de pagamento das dívidas), quer de outros crimes menores. Estas ofertas da nova lei abrangem ainda quem denunciar crimes contra a liberdade ou a autodeterminação sexual, nomeadamente a pedofilia. E factos relacionados com o terrorismo.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Ainda que duvide que alguém venha a recorrer a estas medidas há que apoiar esta iniciativa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

MINISTÉRIO DO AMBIENTE DIZ QUE CULPA DAS CHEIAS É DAS AUTARQUIAS

«O Ministério do Ambiente responsabilizou esta segunda-feira as autarquias pelas cheias e complicações de trânsito registadas durante a madugrada e manhã, na sequência das fortes chuvas, considerando que o ordenamento do território já não representa um sério problema em Portugal.

«Estamos numa área de competência autárquica. Tem a ver com as infraestruturas urbanas. O problema do ordenamento do território já não é o mais sério em Portugal», disse aos jornalistas o ministro do Ambiente, Nunes Correia, quando questionado sobre as causas das complicações do mau tempo. » [Portugal Diário]

Parecer:

Eu estava convencido que era do excesso de pluviosidade.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao ministro se reparou no que choveu.»

DURÃO TAMBÉM NÃO SABIA DE NADA

«Durão Barroso nega ter conhecimento de que algum membro do seu Governo tenha tomado uma decisão que tivesse favorecido a sociedade Estoril-Sol sobre a posse do Casino de Lisboa no Parque das Nações, escreve a Lusa.

O presidente da Comissão Europeia «pode apenas dizer que não tem nem nunca teve conhecimento de alguma decisão de algum membro do seu Governo que tivesse favorecido ilegitimamente qualquer empresa privada», disse esta segunda-feira Leonor Ribeiro da Silva, porta-voz de Durão Barroso. » [Portugal Diário]

Parecer:

Enfim, o edifício do Casino Lisboa caiu do céu aos trambolhões.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

BES COBRA 104 POR ENCERRAMENTO DE CONTA

«Há poucos dias, o Banco Espírito Santo cobrou 104 euros pelo encerramento de uma conta à ordem - BES 360 -, um valor que é muito superior ao praticado por duas outras instituições, o Millennium BCP e o Santander. O PÚBLICO encontrou quatro bancos que não cobram nada pelo serviço.O cliente em causa considera o valor cobrado despropositado e admitiu, em declarações ao PÚBLICO, a intenção de apresentar uma queixa junto do Banco de Portugal. No momento que decidiu, voluntariamente, pôr fim à relação com o BES, que o cliente diz "ter decorrido sem incidentes bancários" (faltas de pagamento), o gerente de conta informou-o de que o custo de cancelamento era de 13 euros. » [Público]

Parecer:

Até quando se deixa de ser cliente damos lucro ao BES.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se conhecimento ao Banco de Portugal.»

PSD VAI DESMANTELAR ESTADO SEM FECHAR SERVIÇOS PÚBLICOS

«Nem mais um serviço público fechado no interior do país, caso o PSD vença as eleições em 2009. Esta foi a promessa deixada por Luís Filipe Menezes, anteontem, num jantar de militantes em Alvaiázere, no qual o líder social-democrata voltou a agitar a ameaça de romper o acordo com o PS no Pacto de Justiça. Ontem, em Gaia, Menezes assumia que o acordo para a Lei Eleitoral Autárquica também pode estar em risco, se o PS não aceitar que os presidentes de junta de freguesia votem o plano e orçamento das câmaras municipais. "Se o PS aceitar essa modificação, haverá acordo, se não, não haverá. Os nossos acordos são sempre para servir as pessoas e não para gáudio pessoal", disse. » [Público assinantes]

Parecer:

Pois, está-se mesmo a ver.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Menezes se está a contar com a Santinha da Ladeira para adjunta para assuntos de reforma da Administração Pública.»

DANÇA DO "TRASEIRO GRANDE" É MODA NA COSTA DO MARFIM

«Uma nova dança que invadiu as pistas da Costa do Marfim está gerando preocupação no Ministério da Saúde do país, pois as mulheres estão buscando produtos ilegais para aumentar o tamanho de suas nádegas.

A dança foi criada pelos DJs Mix e Eloh a partir da música Bobaraba, que significa "traseiro grande" no idioma local dioula. » [BBC Brasil]

HÁ RACISMO NAS PASSARELES INGLESAS?

«En la semana de la moda de Londres ha surgido una nueva polémica con las chicas que desfilan por la pasarela. Pero no por ellas, sino por quien elige las modelos que van a pasear los diseños de los distintos creadores.

En el diario The Guardian (inglés) se denuncia que parece ser que ahora se prefieren las modelos blancas a las negras. Como se dice en el artículo publicado este domingo, "en los últimos años, los diseñadores parece que han visto un resurgir de lo blanco en las pasarelas, pero no se está hablando precisamente de la ropa, sino del color de la piel de las modelos".» [20 Minutos]

MP FEZ TUDO NO CASO BEXIGA (?)

«A directora do DIAP (Departamento de Investigação e de Acção Penal) do Porto, Hortênsia Calçada, reagiu hoje às declarações proferidas por Ricardo Bexiga, nas quais o autarca acusava a instituição de ter metido “meticulosamente” na gaveta, durante dois anos, a investigação da agressão de que foi vítima, em Janeiro de 2005.

De acordo com a responsável pelo DIAP, apesar de todos os magistrados se solidarizarem face às agressões de que o ex-vereador socialista na Câmara de Gondomar foi alvo, considera que se “fizeram as diligências possíveis que a lei impunha”. Hortênsia Calçada acrescentou, ainda, que apesar de estarem “genuinamente preocupados com a justiça” têm confiança no trabalho do Ministério Público.» [Público]

Parecer:

Fez, não fez?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se à magistrada que acrescente "quase".»

O JUMENTO NO TECHNORATI

  1. O "Alcáçovas" pescou uma imagem no Palheiro.
  2. "A Minha Matilde & C.ª" designou O Jumento para blogger do dia. Obrigado.
  3. O "Claro" pescou uma imagem d'O Jumento tirada na Rua da Prata e deu destaque ao post sobre a maioria de esquerda de Manuel Alegre.

NO "SOBRE O TEMPO QUE PASSA"

O Prof. Adelino Maltez manifesta a sua tristeza pelo que se está a passar no Kosovo:

«Penso como português, de uma nação de antes de haver nacionalismo, de antes de haver Estado, de antes de haver soberania. Reparo nas centenas de nações sem Estado que existem no mundo. Nas muitas que se querem integrar noutros Estados, nas que querem unificar Estados, nas que querem desintegrar-se de Estados. Reparo como a República Imperial, num preconceito anti-sérvio que esconde uma vontade anti-russa, volta a brincar às independências, como o fez com Cuba, nesse sucedâneo de "big stick" que passa pela criação de protectorados, agora com a NATO como procuradora. Confirmo como não há política externa europeia. Fico triste.»


ATLETAS OLÍMPICOS PODERÃO BLOGAR MAS SUJEITOS A RESTRIÇÕES

«The IOC has set out guidelines for blogging at the Beijing Games to ensure copyright agreements are not infringed.

They include bans on posting any audio or visual material of action from the games themselves.

The move follows the increasing use of unofficial blogs by athletes in previous Games, including Athens in 2004 and the Turin Winter Games.

"It is required that, when accredited persons at the games post any Olympic content, it be confined solely to their own personal Olympic-related experience," said an IOC statement.» [BBC News]

SLEEVEFACE

Um blogue onde se colocam imagens de visitantes que se fotografam com capas de discos está na moda.

DENNIS SIBEIJN

MICHAEL HELMS

REMIGIUSZ KOZDRA

ALEXANDER

MUSEN KELLER

PAPAGAIO VAZANDO O PNEU DE UMA BICICLETA

METROPOLITANO DE MADRID

GLOBALCURRENT.ORG

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LATIN STOCK ARGENTINA

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