sábado, fevereiro 16, 2008

A maioria de esquerda de Alegre


Manuel Alegre não aceitou a derrota da sua candidatura à liderança do PS, nunca aceitará que ele, que se considerou a si próprio os depositários doas valores do partido, tenha sido preterido de um forma quase humilhante em favor de um ex-jovem social-democrata.

Nunca perdoará ao PS não o ter ajudado a cumprir o sonho de terminar a sua carreira política num cargo digno desse nome, ele que nunca passou de secretário de estado ou de algumas passagens episódicas pela presidência do parlamento.

Primeiro criou o seu movimento pela cidadania qu para além de umas almoçaradas pouco mais movimentou, lançou a sua página que tem menos visitas do que um modesto blogue, promoveu uma candidatura autarquia da capital que se revelou vazia de conteúdo e que de pouco mais serviu do que par promover a imagem de Helena Roseta que se tem revelado uma vereadora de qualidade sofrível.

Agora tirou do bolso a sua arma secreta, vai querer unir a esquerda, desde os boys preteridos do PS até os admiradores da Coreia do Norte. Manuel Alegre que raramente se preocupou com esquerda quando esta estava na oposição, ou quando o PS era atirado para a sarjeta pelo Processo Casa Pia, preocupa-se gora com os valores da esquerda e quer usar o prejuízo que pode infligir ao PS com uma eventual candidatura nas legislativas como instrumento de chantagem sobre o próprio PS.

É evidente que Alegre consegue ser o novo herói do PCP ou do Bloco de Esquerda, bem como de muitos que seriam admiradores incondicionais de Sócrates se tivesse sido convidados para altos cargos, da mesma forma que Alegre se animou quando uma das suas admiradoras foi escolhida para ministra.

Alegre representa pouco, não se sabe muito bem o que pensa acerca do que quer que seja, não representa quase ninguém, mas pode fazer o que Menezes e Santana não conseguiriam se a sua ajuda, retirar a maioria absoluta a Sócrates.

Alegre sabe que não representa quase ninguém mas em fim de carreira política tem dificuldades em aceitar as regras da democracia, acha que os poucos que o apoiam chegam para que tenha o seu próprio baronato na democracia ou, pior do que isso, ser o major Reinado cá do sítio, o facto de supostamente ter estado na luta dá-lhe o direito a uma parcela do poder mesmo que essa não tenha sido nem a vontade dos militantes do PS nem dos eleitores portugueses. A falta de humildade de Alegre está a empurrá-lo para um fim triste da sua carreira política pouco brilhante.