segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Mértola

IMAGEM DO DIA

[REUTERS/Ajay Verma]

«Un villageois participe à une course de chars à bœufs durant le festival sportif de Kila Raipur dans l'Etat indien du Penjab, le 8 février 2008.» [20 Minutes]

JUMENTO DO DIA

A corrente de ausência de pensamento alegrista

Ainda que não se saiba muito bem qual é o pensamento político de Manuel Alegre ou mesmo de personalidades como Helena Roseta é perfeitamente legítimo que constituam uma corrente de pensamento dentro do PS. Só não se entende o momento pois parece que Alegre precisou de mais de dois anos para perceber que José Sócrates pensa de forma diferente dele.

AND THE WINNER IS ... JOSÉ SÓCRATES

Pelo menos no "Flickr Fight" que compara o número de imagens no Flickr. O Senhor Vaz tem muito que trabalhar.

AS NOVAS FIGURAS TÍPICAS

É uma pena que as máquinas fotográficas tenham posto fim às aguarelas das figuras típicas da capital, são conhecidas as muitas ilustrações dessas figuras desde a varina ao aguadeiro. Não foi só a fotografia que acabou com os desenhos aguarelados, essas personagens também desapareceram.

No seu lugar surgiu uma imensidão de profissões e personagens tão típicas como as antigas mas dificilmente distinguíveis através do desenhou ou da fotografia pois apresentam-se todos da mesma forma. Não apresentam fatos típicos nem se fazem anunciar como faziam as varinas a tentar vender sardinhas, tanto podem ser chefes de gabinete como “balconistas” do Millennium.

Habitualmente dirigimos as nossas frustrações para os políticos, mas tal como os monarcas contavam com uma vasta corte também os políticos contam com um imenso exército silencioso de criados. Verdadeiras formiguinhas do nosso sistema político são tão necessários ao regular funcionamento da democracia quanto os limpa-fundos são indispensáveis para o equilíbrio ambiental de um aquário. Alguns são mesmo limpa-fundos da nossa política.

Habitualmente designamo-los por boys mas esta definição é demasiado redutora, há por í muitos exemplares que não se enquadram neste estereotipo. Além disso há uma grande variedade de boys, há boys de segunda e boys de primeira, boys para servir e boys par desempenharem as funções de pitbull. Assessores, adjuntos, chefes de gabinete, secretários-gerais, chefes e directores, é uma imensidão de gente que se alimenta e alimenta a política.

Nos próximos tempos dedicarei alguns posts para caracterizar algumas destas novas figuras típicas.

PARABÉNS E PÊSAMES

«O Ministério da Educação tomou uma boa decisão: a de alterar o regime de gestão das escolas. O decreto, aprovado em primeira leitura pelo Governo, foi submetido a debate público até ontem. Saberemos em breve quais os resultados e as lições que o ministério retira.
Tanto quanto se percebeu pelas notícias, há opiniões contrárias, designadamente de professores. Alguns (ou muitos) não vêem com bons olhos a direcção unipessoal da escola (um professor seria o director, com poderes próprios), nem a designação de um presidente não docente do novo conselho geral. Esta discussão está a agitar o universo escolar, o que é natural. O clima está de nervos, até porque há outras questões em discussão, especialmente a da avaliação dos docentes, que parece ter sido deficientemente preparada.

Nesta tentativa de reforma há aspectos centrais que merecem atenção. A vontade de estabelecer os poderes de um director, com mandato de três anos, duas vezes renovável. A intenção de entregar às comunidades locais novas competências e mais responsabilidades. O objectivo de alargar a autonomia de gestão das escolas. E a criação do conselho geral da escola, com a participação de pais e autarcas, é uma boa indicação que poderia enriquecer o sistema educativo. Mau grado muitos defeitos e apesar de a lei ser demasiadamente regulamentar, estas intenções são de aplaudir. Nas escolas, como em qualquer instituição, a autoridade difusa, camuflada de colegial, tem dado maus resultados. O afastamento das comunidades e das autarquias, relativamente às suas escolas, tem tido, há décadas, consequências nefastas, nomeadamente a do desinteresse dos pais pelo destino das escolas dos seus filhos. Existe já alguma evidência de que os pais se interessam mais pelas escolas privadas do que pelas públicas, onde são, em geral, mal recebidos. Finalmente, as escolas sem autonomia ou com autonomia aparente, como é hoje o caso, transformam-se em repartições dominadas pela burocracia do ministério obcecada com a regulamentação e a uniformização. Aplausos, pois!

Há todavia dúvidas sobre o alcance desta lei. Na verdade, o ministério fica a meio caminho. E, quando assim é, as reformas são, no melhor dos casos, toscas e os resultados débeis. Na verdade, meias reformas, meias ideias e meios objectivos, acabam por "morrer na praia". A autonomia e a entrega às comunidades, tal como aqui previstas, são insuficientes, pois o ministério quer manter controlos e não vai tão longe quanto seria necessário e possível. Mais ainda: como a reforma é híbrida na sua concepção, será equívoca, terá um máximo de defeitos e de inconsistências. Quem não sabe exactamente o que quer, quem não tem coragem para desenhar um modelo simples e claro e quem quer conciliar o incompatível deveria abster-se de reformar o que quer que seja, pois o resultado pode ser pior do que a situação anterior. Com todas as precauções do mundo, provocam-se as iras de todos, dos professores, dos pais e dos autarcas, sem nunca chegar a obter as vantagens de uma nova solução com potencialidades.

Há vinte anos, ou mais, que se dão pequenos passos na direcção da autonomia e da "devolução às comunidades" das escolas. Há décadas que se tenta envolver os pais na gestão das escolas, com ineficientes dispositivos que quase nunca resultaram. Há muito tempo também que os ministros, muitos deles pelo menos, se queixam de centralismo excessivo e confessam, geralmente em privado, que gostariam de entregar as escolas básicas e secundárias às autarquias, mas "não podem". As desculpas para estas fraquezas são numerosas, expressas muitas vezes pelos próprios. As autarquias não querem mais responsabilidades. Os pais não se interessam. Os professores são contra. A tradição portuguesa não é essa. E muitas outras, entre as quais avulta uma de excepcional importância. Dizem os delatores da entrega às comunidades que estas, sob domínio dos professores ou dos autarcas, fariam, conforme a região, escolas revolucionárias no Alentejo ou reaccionárias no Minho. É uma estranha convergência, de Salazar à democracia, passando por todas as formas de jacobinismo.

Não é possível administrar uma organização com dois milhões de alunos, quatro milhões de pais, duzentos mil professores e dezenas de milhares de funcionários. Na educação, tal como, aliás, na saúde, não se pode pretender gerir universos com estas dimensões humanas, políticas e financeiras. Nem as grandes empresas o fazem e adoptam sofisticados sistemas de descentralização. Os ministros, em vez de elaborar reais políticas, definir objectivos, prever o médio e o longo prazo e desenhar modelos, transformam-se em directores-gerais executivos a correr numa lufa-lufa atrás dos problemas e a inventar falsas soluções. Correia de Campos e Maria de Lurdes Rodrigues são dois excelentes exemplos de governantes com ideias e coragem, mas que se perdem na administração casuística, na quezília, na abertura de uma escola ou no fecho de uma urgência. Mesmo que fosse possível gerir centralmente tão enormes organizações, os resultados não seriam brilhantes. As escolas pertencem, por definição, às comunidades. Perante a escola de massas, cada vez mais se percebe esta relação essencial.

A entrega das escolas às autarquias, com responsabilidade e competências, teria ainda a formidável consequência de retirar a maior parte do trabalho ao ministério, reservando-lhe as suas funções nobres, que cada vez exerce menos: inspeccionar, avaliar, prever, assegurar os direitos fundamentais e cuidar da coerência nacional. Já se pensou no que poderia ser um ministério da educação sem nomeação de professores, sem definição de horários, sem autoridade sobre os técnicos de apoio, sem concursos de aquisição de bens, sem capacidade para aprovar, dia sim dia sim, regulamentos pedagógicos e normas de execução? Já se imaginou na utilidade de um ministério que se dedicasse a pensar, a apoiar e a inspeccionar, em vez de administrar, recrutar, fazer obras e ditar regras de comportamento? Após tantas décadas de miséria educativa e de caos escolar, com os péssimos resultados que se conhecem, merecíamos melhor. Nós todos e também os professores, os alunos e os pais.» [Público assinantes]

Parecer:

Por António Barreto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

"AINDA HÁ SOCIALISMO NO PS?"

«Manifestamente, a remodelação de Sócrates não sossegou Manuel Alegre. Afinal, a nova ministra da Saúde, a dra. Jorge, não passava de uma quase anónima apoiante da candidatura presidencial do "milhão de votos". Sexta-feira, já Alegre veio repetir que "não se revê neste PS". Na opinião dele, "este PS" optou pela "via ges-tionária", que na essência não se distingue da "conservadora", e criou na sociedade política portuguesa "uma alternância sem alternativas". Pior: "ainda haverá socialismo" no PS? Ainda lá "se fala de socialismo"? Alegre acha que não. O partido está entregue a uma "nomenclatura impenetrável" e, fora da "muralha de betão armado" que a rodeia, o bom povo anda na rua "à espera de uma Maria da Fonte qualquer ou de um salvador qualquer, seja ele quem for".

Mas Manuel Alegre não tenciona abrir uma cisão ou fundar partido. Por três razões. Porque existe "boa gente" no PS. Porque não considera o PS "pernicioso para a democracia". E porque "as pessoas" têm com o PS "uma relação sentimental, quase religiosa", quase "mística", e, mesmo detestando Sócrates, não querem "romper" com a sua igreja. Por tudo isto, Alegre pensa em coisas mais vagas como "criar um mecanismo de debate" e uma "corrente de opinião" no próprio partido, para "quebrar" a tal "muralha de betão armado", e talvez, como na campanha para a Presidência ou na campanha de Roseta para a Câmara de Lisboa, em apadrinhar de longe um "movimento de cidadãos", efémero e confuso, que, sem ele evidentemente perceber, é a versão pacífica e moderna da "Maria da Fonte".» [Público assinantes]

Parecer:

Por Vasco Pulido Valente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

AS AMEAÇAS DE MANUEL ALEGRE

«Manuel Alegre deixou ontem claro mais uma vez que não tenciona criar um novo partido na área do PS, mas, para que não restem dúvidas sobre o papel crítico que pretende adoptar no futuro, avisou os dirigentes socialistas de que está disponível para ir a votos no País. “Não me desafiem para combates perigosos [eleições], perigosos para eles como vimos nas urnas”, afirmou o deputado socialista, numa alusão aos mais de um milhão de votos obtidos nas últimas eleições presidenciais, quando ficou à frente de Mário Soares, candidato do PS.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Alegre ainda não percebeu que a única hipótese de ganhar eleições me Portugal será concorrer á junta de freguesia de Águeda.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se uma sondagem para confirmar.»

MANUEL MONTEIRO DEFENDE OPERAÇÃO MÃOS LIMPAS

«Para o dirigente da Nova Democracia, “é necessária uma operação mãos limpas para que a velha direita, tolhida e fragilizada pelo passado, seja substituída pela nova direita, porque na direita portuguesa nem tudo é igual”. Por isso, “é preciso esclarecer de forma clara o que se passou na governação PSD/CDS para que as notícias com negócios do Estado sejam clarificadas”, disse, referindo-se concretamente “aos negócios com o Casino do Estoril”. Para Monteiro, “as notícias são um facto político grave e muitos perceberão hoje algumas das razões que me levaram a sair do CDS”. E, rematou, “espero que os actuais dirigentes do PSD e do CDS, que pedem comissões de inquérito por tudo e por nada, tenham a coragem de pedir um inquérito parlamentar ao que os seus partidos fizeram quando estiveram no Governo”.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Para limpar tantas mãos seria necessário muito detergente.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Manuel Monteiro se anda a investir em acções da Lever.»

NUNO DA CÂMARA PEREIRA ZANGADO PORQUE NÃO É DOM

«O duque de Bragança e Chefe da Casa Real Portuguesa diz não perceber "porque surge agora esta questão" e até adianta que conhece há muito tempo o autor, com chegou a ter uma boa relação. "Sempre me dei muito bem com o senhor e com a família, mas a dada altura parece que ficou revoltado com qualquer coisa", diz D. Duarte Pio. Fontes monárquicas conhecedoras do processo enquadram estas palavras do duque de Bragança: "O que se passa é que o autor desse livro pediu autorização ao D. Duarte para usar o título de 'dom' e ele remeteu o assunto para o Conselho da Nobreza, entretanto extinto, e que indeferiu o pedido. A partir daí, tornou-se seu inimigo".» [Diário de Notícias]

Parecer:

Ridículo.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se ao deputado que vá para Espanha, por lá são todos dons.»

ALEGRE DIZ QUE HÁ UM BURACO NEGRO NO PS

«Da reunião de reflexão de Manuel Alegre com cerca de cerca de 170 membros que o apoiram na candidatura à presidência da República saiu uma corrente de opinião no interior do partido. E críticas, muitas críticas ao Governo e à actual direcção socialista. Para já, Alegre quer, com a sua corrente, preencher o "buraco negro" da falta de debte no PS.» [Público assinantes]

Parecer:

Pois, se tivesse chegado à liderança do PS este partido seria uma central eléctrica, não seriam poucos a apanhar choques.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se um lanterna a Alegre.»

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