sábado, dezembro 20, 2008

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Ria de Aveiro [Imagem de A.M./Quebeque]

IMAGENS DO DIA

[Andrew Biraj / Reuters]

«Tapizada. Una calle de Dacca, Bangladesh, llena de carteles electorales de cara a los comisios de enero.» [20 Minutos]

[Adrian Dennis/Agence France-Presse ]

«Thousands of cars sat on the runway at the unused Upper Heyford air base near Bicester, Oxfordshire, England. The British car industry is being hit by the global economic slowdown, as figures showed new vehicle sales plunging at the fastest rate for nearly 30 years.» [The New York Times]

A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO

Depois da Venezuela o Magalhães já chegou à Papua-Nova Guiné. Entretanto a diplomacia portuguesa está preocupada com a segurança de José Sócrtates, receia que algum canibal info excluído se lembre de o comer, sem sequer lhe tirar o fato Armni e os sapatinhos Prada.

JUMENTO DO DIA

Ramalho Eanes, ex-Presidente da República

Na opinião de Ramalho Eanes sempre que haja um conflito institucional entre Presidente da República e o Parlamento o primeiro deve dissolver o segundo? Ou os deputados votam segundo a vontade de Cavaco Silva ou vão para eleições. E porque não o contrário, porque não se demite o Presidente se estiver em conflito com a vontade do povo expressa nas decisões parlamentares?

E até proporia uma mudança de método, em vez de ser o Presidente da República a sobressaltar os cidadãos com comunicações bruscas em vésperas de férias, o Parlamento deve passar a consultar a Presidência da República antes da votação, ou talvez, uma solução ainda mais sofisticada, o Presidente da República deveria ter um representante no Parlamento para dizer aos deputados o que devem decidir em cada votação.

Quem torto nasce tarde ou nunca se endireita.

RIDÍCULO!

Desde que fez a figura triste de perder uma votação devido à balda generalizada dos seus deputados o grupo parlamentar do PSD e o seu líder desdobram-se em tentativas sistemáticas de criar incidentes nas votações, numa tentativa desastrada de limpar a sua imagem.

Lamentavelmente o líder do grupo parlamentar do PSD, pessoa apagada e sem autoridade, optou por fazer política pequena.

TEREI OUVIDO BEM

Comenta um visitante d'O Jumento:

«Acabei de ver no Telejornal da RTP1 que alguns accionistas do SLN pretendem processar o Estado por falhas na supervisão dos negócios do BPN. Ou seja, para além do Oliveira e Costa, a culpa da situação do BPN é também do Estado e, por isso, o Estado também tem arcar com as consequências e indemnizar os accionistas. Isto só deve ser uma piada do "natal"... Ou será mais uma estratégia do Miguel Cadilhe para vingar do PS?»

De facto os senhores da SLN não têm lá muita vergonha da cara, deram as golpadas, viciaram a contabilidade e no fim a culpa é do Estado porque a supervisão falhou. Este Cadilhe está a sair melhor do que a encomenda, está aqui e está a sugerir que se venda o ouro do Banco de Portugal para lhe resolver os problemas.

AVES DE LISBOA

Gaivota-argêntea [Larus michahellis], Rossio

FERREIRA LEITE NA RATOEIRA

«A Economist não é conhecida por ser especialmente favorável ao Governo trabalhista nem a Gordon Brown. Mas sem dúvida que é a melhor revista de actualidade do mundo, uma espécie de Bíblia para empresários, quadros superiores, dirigentes políticos, opinion makers. Em 18 de Outubro deste ano, escreveu um editorial (que nunca são assinados, pois exprimem o pensamento da publicação) intitulado The riddle of Gordon Brown. No desenho que acompanha o texto, Brown surge a voar ao melhor estilo do Super-Homem. Nesse texto, referindo-se à oposição, escreve-se que, durante as crises, fica entalada numa ratoeira "between seeming irrelevant and seeming indecently opportunistic".

A oposição de esquerda ao PS não lê provavelmente a Economist. Quando lê, discorda automaticamente de uma revista que assume o credo liberal ao modo que só os britânicos sabem e que por vezes desconcerta até os liberais europeus. Mas o PSD - o que se compreende, se calhar - também parece não ter lido com atenção este artigo. Se o tivesse feito, talvez não tivesse caído de uma forma tão profunda na ratoeira e, com isso, talvez não tivesse colaborado tão activamente com Sócrates no seu esforço para obter a maioria absoluta. Como dizia alguém, com adversários destes, Sócrates nem precisa de aliados.

É neste contexto de uma certa desorientação e de más sondagens que surge a escolha de Santana Lopes para Lisboa. Esta selecção pode ser um erro trágico ou uma aposta muito inteligente. O que não devia ser era, no entanto, apenas uma tentativa de resolver um problema criando outro. Como tentarei já de seguida demonstrar.

Foi contra Santana Lopes e o que ele significa que Manuela Ferreira Leite e o sector iluminista do PSD se candidataram há meses. A linha populista, bonapartista, conservadora social do PSD - a parte que facilmente se assumiria como expressão de um projecto de direita - foi derrotada pelas chamadas elites, mais orleanistas, liberais, cordatas. Candidatar Santana Lopes em Lisboa é uma inequívoca abdicação da linha estratégica e da razão de ser imanente ao projecto que supostamente lidera hoje o PSD. Como escreveu um dia Pacheco Pereira, num luminoso artigo, o PSD com Valentim Loureiro ganhava Gondomar, mas perdia o país. Ferreira Leite perderá sempre em Lisboa: se António Costa ganhar, ela arrostará com as consequências; se Santana Lopes ganhar, o sinal fica dado e será favorável à linha populista. Sobretudo se o PSD tiver perdido as eleições legislativas pouco antes.

Mas pode essa candidatura ser uma aposta muito inteligente. Santana Lopes é o melhor campaigner que o PSD possui; talvez mesmo o melhor que existe em Portugal desde que Mário Soares se retirou. A crise económica e social provoca grande descontentamento. Pode ser que Sócrates com isso ganhe a maioria absoluta, mas é admissível que logo a seguir - resolvido o problema de não trocar o diabo conhecido pelo desconhecido - passe a votar BE e PCP em tal dimensão que será fácil a um político hábil e determinado ficar à frente do PS por fazer o pleno da direita apanhando ainda algumas franjas menos sofisticadas da esquerda. Mesmo que minoritário (ainda que não seja de excluir uma aliança entre PSD e PCP depois para governar a CML), pode ganhar e com isso compensar a derrota nacional do PSD no que surgiria como um começo da mudança do ciclo.

Em resumo: Ferreira Leite podia - em nome da coerência - recusar Santana Lopes e pagar o preço de ser acusada de perder Lisboa, mas assim separar águas e ganhar o futuro. Ou podia apoiar com entusiasmo o antigo primeiro-ministro com um caderno de encargos e uma equipa de excelência, apostando tudo em Lisboa, colando-se ao candidato e aproveitando os ataques para afirmar uma liderança e uma coesão. Qualquer das hipóteses tem vantagens e inconvenientes. A situação actual não é de molde a permitir soluções fáceis.

O que Manuela Ferreira Leite não podia fazer é... o que fez: escolher Santana Lopes como quem engole óleo de fígado de bacalhau, adiar semanas a revelação formal do que já era sabido, tentar misturá-lo num pacote para que se não note, aceitá-lo como uma inevitabilidade não desejada, fazer de conta que escolhê-lo equivale à escolha de outros louváveis candidatos que são politicamente irrelevantes, dar a sensação de que quase deseja que ele seja derrotado para assim se ver livre dele, permitir a convicção de que escolheu para não ser culpada de uma derrota ou por não ter mais ninguém para apresentar.

Escolher Santana Lopes, três anos e meio depois de o seu mandato de primeiro-ministro ter acabado sob um coro de críticas em que se realçou o actual Presidente da República e a esmagadora maioria dos apoiantes de Manuela Ferreira Leite, é um acto com muito relevante significado político. É talvez "o" acto político que define em 2008 o consulado da maior amiga política de Cavaco Silva. Teria de ser assumido com coragem e ousadia, "porque sim" e nunca apenas "porque não?".

Deste modo não auguro grande sucesso a Ferreira Leite. Com o seu gesto, que surge como uma rendição e não como uma decisão, aliena os iluministas que lhe não perdoarão a escolha e não conquista os populistas que não lhe agradecem a escolha. Já bastava a ratoeira inevitável da crise. Não era preciso ser apanhada na ratoeira evitável de Lisboa.» [Público assinantes]

Parecer:

Por José Miguel Júdice.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

A DERROTA DE PACHECO

«Como pôde Pacheco Pereira enganar-se assim a respeito de alguém que conhece há tantos anos, política e pessoalmente? É Manuela Ferreira Leite uma assim tão boa actriz ou foi Pacheco Pereira que, desejoso de acreditar ter enfim encontrado a criatura perfeita para dirigir o PSD por interposta pessoa, se enganou a si próprio? Certo é que, esgotado o seu prazo de utilidade como propagandista da "seriedade" e "credibilidade", o homem que mais incensou a rectidão da líder, o seu carácter tão tão superior ao dos outros candidatos, as suas tão extraordinárias experiência e visão políticas e lhe guardou a vitória numa terna fotografia de groupie, viu prescindidos os seus serviços. Como ri Menezes, como ri Santana do seu arqui-inimigo. Como ri Passos Coelho, a quem chamou "velho jovem", a quem acusou de ser nada mais que um aparelhista e reduziu a "uma imagem" (e que era a Ferreira Leite das "nobres rugas" nos close-ups da RTP senão uma imagem?).» [Diário de Notícias]

Parecer:

Por Fernanda Câncio.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

COITADOS DOS MILITANTES DO PSD

«Manuela Ferreira Leite lançou um aviso ao grupo parlamentar do PSD: 2009 vai ser "difícil" e "exigente", um ano "sem férias, sem feriados". O alerta teve como palco o jantar de Natal da bancada laranja e surgiu pouco depois da polémica que se instalou no seio do partido por causa das faltas dos deputados às sessões plenárias.» [Correio da Manhã]

Parecer:

Manuela Ferreira Leite que o problema não está no trabalho, está na equipa, nas ideias e, acima de tudo, nela própria.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela "grande sondagem".»

SINDICALISTAS DOS PROFESSORES NÃO PROGRIDEM PORQUE NÃO SÃO AVALIADOS

«Perto de 300 professores sindicalistas - todos os que têm dispensa a tempo inteiro das actividades lectivas para exercício das actividades das suas estruturas - estão impedidos de ser avaliados ou de progredirem nas carreiras até regressarem às suas escolas de origem.

Esta é uma consequência directa do modelo de avaliação que entrou em vigor no início do ano, que só prevê a classificação de quem está nos estabelecimentos. Até agora, como a generalidade dos colegas, estes docentes sindicalistas eram classificados com um "satisfaz" e progrediam ao ritmo normal.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Esta notícia vale pelo facto de nos dar a saber que os contribuintes pagam a trezentos professores para em vez de darem aulas fazerem trabalho sindical. Se somarmos a estes todos os da função pública e das empresas do Estado temos que concluir que a CGTP é a maior empresa do país, com a vantagem de os seus trabalhadores serem pagos pelos contribuintes.

Resta saber quantos destes professores são sindicalistas de manhã e funcionários do partido tarde e quantos deles prescindiram dos dias de vencimento quando convocam greves.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «E quem os iria avaliar, o Jerónimo de Sousa?»

ALEGRE GANHOU UNS COBRES Á CONTA DO BPP

«O que têm em comum o ex-candidato presidencial Manuel Alegre, o social-democrata José Pacheco Pereira, o general Vasco Rocha Vieira (ex--governador de Macau), a jornalista Maria João Avillez, o escultor João Cutileiro, o advogado Proença de Carvalho, o pintor Julião Sarmento, o músico Pedro Abrunhosa e o director das Produções Fictícias (e moderador do programa "O Eixo do Mal", da SIC Notícias)? Todos fizeram publicidade ao Banco Privado Português. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Manuel Alegre pode ter devolvido o cheque ao BPP, mas ficamos a saber que o candidato a grande líder da esquerda além de viver à conta dos contribuintes desde que voltou do exílio ainda ganha umas massas pagas pelo "inimigo". Agora pode ter-se sentido envergonhado, mas o facto é que emprestou o seu saber a um banco de gestão de grandes fortunas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a competente gargalhada.»

VIVIA COM 1700 PERIQUITOS NUMA CASA COM 62M2

«Un jubilado berlinés de 60 años vivía con cerca de 1.700 periquitos en su apartamento de dos habitaciones, comunicaron los servicios veterinarios, que debieron retirar todas las aves a causa de las quejas de los vecinos, molestos por el exceso de ruido.

Los periquitos vivían en jaulas colgadas en las paredes del apartamento de 62 m2, cuyo suelo estaba cubierto de excrementos.» [20 Minutos]

RIDÍCULO

«O Fisco reembolsou 225 contribuintes, enviando-lhes cheques que em alguns casos não são possíveis de descontar, por a data estar fora da validade, confirmou fonte oficial do Ministério das Finanças.

"225 pessoas estão nesta situação, mas algumas delas conseguiram ainda movimentar os cheques que receberam", disse a mesma fonte, acrescentando que a "Direcção-Geral de Impostos (DGCI) já está a fazer o levantamento das pessoas que, de entre estas 225 situações, não conseguiram movimentar os cheques devido à recepção tardia dos mesmos".» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Será que a DGCI também aceita cheques na mesma situação?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao dr. Eduardo.»

MODA DE ATIRAR SAPATOS JÁ PEGOU

«Igor Dmitriev, jornalista do canal televisivo ucraniano ATV, decidiu manifestar o seu desagrado face à aproximação da Ucrânia em relação à NATO arremessando um sapato à cabeça do professor Oleg Soskin, director do Instituto da Transformação da Sociedade, que foi apregoar os benefícios dessa aproximação aos alunos da Universidade Pedagógica de Odessa. » [Portugal Diário]

Parecer:

É bom para a indústria portuguesa de calçado.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Diga-se à ministra que se cuide, da próxima vez em de ovos são sapatilha Nike.»

PARLAMENTO 1 - CAVACO SILVA 0

«O polémico Estatuto Político-Administrativo dos Açores foi hoje aprovado no Parlamento por uma maioria de dois terços dos deputados presentes que ignoraram, assim, o veto do Presidente da República, Cavaco Silva. O diploma contou com 152 votos a favor, do PS, CDS-PP, PCP, BE e PEV, de dois deputados do PSD e de um deputado não inscrito. Nenhum parlamentar votou contra o documento, mas 76 dos presentes abstiveram-se, dois dos quais do PS, um não inscrito e os restantes do PSD.» [Público]

Parecer:

A haver conflito institucional é com o Parlamento e não com o PS.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se uam esferográfica a Cavaco Silva para promulgar o diploma.»

TEMPESTADE [imagem]

TELEGRAPH: DESTRASTRES NATURAIS 2008 [imagens]

«Fish remain stuck in a fence on September 15 as flood waters caused by Hurricane Ike recede, in West Orange, Texas»

IGOR SIWANOWICZ

ZANGA NUM CONCURSO DE BIKINIS NO BRASIL

13E RUE: THE CRIME CHANNEL