FOTO JUMENTO
Castro Marim
JUMENTO DO DIA
Bernardino Soares
O líder parlamentar do PCP averbou uma grande vitória, comas suas provocações e o recurso a mentiras conseguiu levar o ministro Manuel Pinho ao gesto que determinou a sua demissão. Agora Bernardino tenta justificar-se, armado em sonsinho diz que se portou muito bem. A verdade é que alguém que nunca trabalhou na vida, vive à custa do erário público e passa o tempo a dar entrevistas à porta de empresas que vão encerrar conseguiu provocar a demissão de alguém que trabalhou como poucos para salvar algumas das mais importantes empresas portuguesas.
De vitória comunista m vitória comunista o país vai-se afundando, mas para Bernardino Soares, um admirador confesso do fascista da Coreia do Norte, essa é a via para o paraíso.
CAVACO E O RESPEITO PELAS INSTITUIÇÕES
Cavaco poderia ter ficado calado mas como estava em causa a demissão de um ministro de um governo contra o qual se bate aproveitou para tecer um comentário bafiento sobre o respeito pelas instituições. Só é pena ter-se esquecido de que o maior desrespeitador das instituições da República é um tal João Jardim a quem ele recentemente teceu os maiores elogios.
Pura hipocrisia e oportunismo político.
AVES DE LISBOA
Pombo-torcaz [Columba palumbus]
Local: Quinta das Conchas
FLORES DE LISBOA
Quinta das Conchas
MORRER POR
«Um inquérito da Universidade Católica sobre "os valores em Portugal" divulgado esta semana certifica que entre 1999 e 2009 passou para metade o número de portugueses que dizem "fazer-lhes sentido" morrer "para salvar a vida a alguém". Eram 80% há dez anos e são 46% agora. Os artigos de jornal lidos sobre o inquérito não dão pistas para tão vertiginosa alteração. Morreu toda a gente capaz de morrer por outrem? Ocorreu algo em Portugal que demonstrasse que ninguém merece tal sacrifício - nem sequer, note-se, a ideia dele? Houve uma epidemia galopante de realismo e sinceridade (à qual 46% dos portugueses serão mesmo assim imunes)? Terá sido o facto de o inquérito de 99 ter sido efectuado presencialmente e o de agora por telefone a operar o busílis? » [Diário de Notícias]
Parecer:
Por Fernanda Câncio.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
UM RETRATO
«A"Europa" dos 27 ameaçou dar uma resposta apropriada e comum à prisão de quatro funcionários da embaixada britânica (de nacionalidade iraniana) pelo governo de Ahmadinejad. Anteontem, o primeiro- ministro sueco, baixando com sapiência o tom, só pediu "solidariedade" com Londres e recomendou pleonasticamente que a "União" se conservasse "unida". A Inglaterra gostaria que os 27 retirassem os seus 27 embaixadores de Teerão. Outros países, que nunca mandaram nas paragens, nem bombardearam os nativos, preferem não ofender Ahmadinejad e, principalmente, não o encorajar à violência. De qualquer maneira, Ahmadinejad não precisa que o encorajem à violência e antes mesmo da "Europa" se resolver (quase com certeza a não fazer nada), já declarou que a excluirá das negociações sobre o programa nuclear iraniano.
Este episódio - à superfície menor - mostra claramente a fraqueza intrínseca da "Europa", que uma potência asiática de segunda ordem consegue intimidar e coagir sem esforço. A "Europa", como é notório, não tem uma força militar e hoje, com a crise, também não tem, se alguma vez teve, um peso económico determinante. Mas, sobretudo, não tem coesão. Se até à queda do muro de Berlim e ao colapso da URSS havia, pelo menos no Ocidente, um objectivo geral (resistir e enfraquecer o império soviético), agora cada membro trata de si próprio com total indiferença pelo parceiro do lado. Embora ainda sirva alguns fins de ordem económica, a "União" está sem destino. Politicamente, morreu. A retórica - que floresce do Báltico ao mar Negro e do Atlântico à fronteira da Bielorrússia - não substitui a realidade.
O "alargamento" anulou a hipótese (de resto, longínqua) de uma comunidade (ou Comunidade) homogénea, como, por exemplo, a dos 15. Incorporando a Europa do Norte e a Europa Central e Oriental, a "União" incorporou países com um passado e uma cultura, que não pertencem em grosso à tradição do Ocidente. Desde a história remota (sujeição ao império russo, otomano ou austro-húngaro) à história de anteontem (ocupação nazi e comunista) pouco os liga ao que durante séculos foi a vida de Viena para cá. Com o "alargamento", a "Europa" acabou por se tornar um agregado frágil, que nenhum Delors seria capaz de "harmonizar". Basta ir a Praga ou Budapeste para ver. A patética irrelevância da "União" perante um regime como o de Ahmadinejad é mais do que um acidente, é um retrato.» [Público assinantes]
Parecer:
Por Vascom Pulido Valente.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
PROGNÓSTICOS ANTES DO FIM DO JOGO
«A grande questão estratégica que se coloca em Portugal nestes tempos não é a de saber se as eleições legislativas serão ganhas pelo PSD ou pelo PS. O que está em jogo é afinal o modelo do sistema político português, tema a que venho dedicando ao longo dos anos alguma reflexão. Para este efeito, a Democracia Portuguesa pode ser dividida nas seguintes fases: (i) período de hegemonia político-militar criptocomunista (até 25/11/75); (ii) período de hegemonia do PS como "partido natural de Governo" (até Outubro de 1979); (iii) período de bipolarização imperfeita com hegemonia do PSD (desde 1979 a 1995, com o curto período do "bloco central"); (iv) período de bipolarização quase perfeita (desde 1995 até 2009) com domínio do PS.
Pode assim concluir-se que a bipolarização tem sido o factor definidor do sistema político português, sobretudo se pensarmos nos tempos que se seguem ao fim da tutela militar (após a revisão constitucional de 1982). Mas nos últimos anos - o que já era prenunciado pelo resultado das eleições de 2005 - o sistema político passou a ter de conviver com um grupo de partidos situados à esquerda do PS, claramente anti-sistémicos, que provavelmente obterão mais de 20 por cento dos votos de forma mais ou menos consistente. E isso altera muito os dados da questão.
O resultado desta evolução é que o sistema tende a funcionar sem equilíbrio, por se estar a forjar uma solução de tripolarização: um bloco à direita que alcança entre 30 e 40 por cento, um bloco à esquerda que atinge 20 a 25 por cento e um bloco ao centro com resultados entre 35 e 45 por cento. Assumindo-se este cenário, o PS desloca-se para o centro político, mantendo a sua memória histórica de esquerda quando muito; mas por isso também, e se assim agir, só o PS pode aspirar à maioria absoluta, ainda que ela seja muito mais improvável do que em situações de bipolarização, ainda que imperfeita.
Este modelo pode não se concretizar, como é evidente, por várias razões. Mas a única hipótese plausível parece ser a do PS desistir de tentar ser o "partido natural de Governo" e procurar criar finalmente a bipolarização perfeita, em que do lado esquerdo do espectro político se possam integrar todos os partidos numa aliança de governo. Nesse cenário, o PS poderia aspirar a um resultado entre 25 e 30 por cento, apenas, ainda que sendo o partido liderante da coligação de esquerda.
Até onde sou capaz de antecipar, esse cenário é pura ficção. O PS não estará disposto a aliar-se à sua esquerda, como não esteve no tempo do cavaquismo, pelo menos enquanto o PCP e o BE não mudarem radicalmente. E nada permite pensar que estes partidos o façam, sobretudo quando a crise económica se agrava em Portugal e se não vê como pode ser ultrapassada a breve trecho em sede de desemprego.
É evidente que uma vitória do PSD pode levar a pensar que voltámos à bipolarização imperfeita que vivemos com Cavaco Silva. Mas a realidade é que, com um PS situado mais ao centro, não vejo a possibilidade de uma maioria absoluta de direita, pelo que um governo do PSD com o CDS será sempre frágil por não deter a maioria na Assembleia da República e por ter de enfrentar a crise no próximo ano.
A instabilidade típica de situações de tripolarização conflitual sem maioria absoluta vai tornar o país ingovernável durante ano e meio, até às eleições presidenciais. E essa será uma situação trágica, sobretudo por nos encontrarmos a viver a mais profunda crise económica da democracia, porque o país precisa de reformas profundas para sobreviver e porque em Belém está alguém que, pelas suas características, resistirá à presidencialização do regime, que poderia ser feita pela decisão de escolher um primeiro-ministro da sua confiança, dando-lhe carta branca e enfrentando se necessário os partidos centrais.
Os portugueses sabem, mais ou menos conscientemente, que é assim. E já demonstraram que, instintivamente, tendem a encontrar pelo seu voto soluções que potenciam os valores da estabilidade e da adequação à realidade conjuntural. Assumindo-se essa sabedoria, a grande questão que vão ter de decidir não é - como indiquei atrás - optar entre o programa do PS ou o do PSD; e nem é sequer escolher entre Sócrates e Ferreira Leite. É, numa palavra, decidir - sendo a tripolarização um dado inevitável - se a querem com ou sem maioria absoluta de um partido. A bipolarização (de que sem falsas modéstias considero ser um dos responsáveis teóricos), infelizmente deixou de ser viável na conjuntura em que vivemos.
E quanto a isso, tudo depende dos portugueses, mas ainda também de Sócrates. Se ele ceder à pulsão que levou à derrota nas europeias e tentar conquistar terreno à esquerda vai perdê-lo à direita, ao ponto de tornar possível a vitória do PSD, até com maioria absoluta, em coligação com o CDS. Se, pelo contrário, assumir que o seu combate é à direita, aceitando que o voto dos que se situam à esquerda do PS só virá por medo e nunca por adesão, pode ganhar. Será, portanto, obrigado a ganhar as eleições com um projecto reformista, para salvar o Estado Social, retomando o impulso que foi perdendo a partir da substituição de Correia de Campos e que se mede pelas cedências que a ministra da Educação foi fazendo aos professores.
Terá nos três meses que se seguem, numa palavra, de demonstrar ao país moderado que merece governar quatro anos mais e que o pode fazer com estabilidade. A não ser que os portugueses queiram a bipolarização e se mobilizem para dar a maioria absoluta ao PSD e CDS. Se isso entrar na alma colectiva, acho que Sócrates nada poderá fazer para evitar a derrota.» [Público assinantes]
Parecer:
Por José Miguel Júdice.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
MARIA JOÃO PIRES RENUNCIA À NACIONALIDADE PORTUGUESA
«A mais internacional e premiada pianista portuguesa quer renunciar à nacionalidade devido aos "coices e pontapés que tem recebido do Governo português".
A decisão da artista de 65 anos, instalada em Salvador da Baía, no Brasil - onde tem autorização de residência - foi motivada pelos problemas de apoios e financiamentos ao projecto educativo que fundara em Belgais, Castelo Branco. A filha de Maria João Pires, Joana Pires, que preside neste momento à associação, deverá manter o espaço, ainda grande parte dos materiais tenham sido arrestados no passado mês de Junho por ordem judicial.» [Diário de Notícias]
Parecer:
Como são poucos os nossos artistas acham que devem ter direito a tudo e tratados acima de todos os outros.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Informe-se Maria João Pires que talvez o país seja pequeno para ela ainda que haja portugueses com mais razões de queixa e que não se envergonham de continuar a ser portugueses. Acrescente-se que em Portugal só fazem falta os que cá estão ou independentemente do lugar onde vivem estão com o país.»
A CORERÊNCIA SEGUNDOM JERÓNIMO DE SOUSA
«O líder parlamentar comunista, Bernardino Soares, anunciou que o PCP vai votar favoravelmente a candidatura de Alfredo de Sousa ao cargo de Provedor de Justiça, proposta pelo PS e pelo PSD.
"O PCP vai apoiar a eleição do candidato a Provedor de Justiça, o conselheiro Alfredo de Sousa, considerando que é uma personalidade que reúne condições para exercer este importante cargo e procurando contribuir, como sempre afirmámos, para que o problema fique finalmente resolvido", declarou Bernardino Soares aos jornalistas, no Parlamento.» [Jornal de Notícias]
Parecer:
O PCP votou contra Jorge de Miranda por ter sido escolhido pelo PS mas vai votar Alfredo de Sousa porque foi escolhido pelo PSD e pelo PS.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Jerónimo de Sousa se a decisão tem a ver com o apelido.»
AFINAL O QUE É UM MINEIRO
«O gestor afirma ainda que, «hoje em dia, e com a evolução tecnológica, o conceito de mineiro já não é o de outros tempos. Uma equipa de operação de mina, é uma equipa multidisciplinar constituída por condutores-manobradores de máquinas, operadores de sistemas de transporte, serralheiros, mecânicos, electricistas, mineiros propriamente ditos, técnicos de segurança, encarregados... hoje os camiões circulam dentro das próprias galerias».
Reagindo a estas declarações, o Bloco de Esquerda disse à Lusa que aqueles trabalhadores não são mineiros, pelo que as afirmações de Louçã permanecem válidas, e reitera o que disse ontem no Parlamento, pois «continua a não existir extracção de minério». » [Portugal Diário]
Parecer:
Para Louçã não basta trabalhar nas minas para ser mineiro...
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Louçã o que entende por mineiro.»
PAT