segunda-feira, julho 13, 2009

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Ponte 25 de Abril, Lisboa

JUMENTO DO DIA

José Lello

José Lello ainda não percebeu que a forma trauliteira como responde aos adversários de José Sócrates tem pouca eficácia, ninguém gosta de ver um pitbull a ladrar.

QUE SOLUÇÃO

Um comentário de um visitante d'O Jumento que merece reflexão:

«Caro Jumento,

Li com interesse o seu post Que Solução e gostava de lhe oferecer a minha perspectiva que diverge um pouco da sua.

Concordo plenamente que o único caminho viável para o futuro de Portugal tem inevitavelmente que passar pela sua quarta alternativa. Discordo contudo na sequência das etapas. Ao contrário do que muita gente, incluindo muitos especialistas proclama, não penso que aumentos dramáticos de produtividade requerem grandes investimentos (tangíveis e prolongados) na formação ou educação das pessoas. Essa falácia, na qual todos os governos desde Cavaco até hoje caíram, é a tragédia dos últimos 20 anos. Nem vou exaltar as qualidades que são reconhecidas aos Portugueses de rápida aprendizagem e adaptação, ingenuidade inventiva, etc. Dou-lhe um exemplo concreto, que conheço muito bem. Analise o que se passou no cluster químico de Estarreja que o primeiro ministro visitou esta semana. Em 20 anos a produtividade do complexo aumentou à volta de 4 vezes. Tem hoje um complexo numa área em que a competição é global que compete em pé de igualdade com os gigantes da indústria química mundial, onde a componente tecnológica e empresarial é fundamental. Engenheiros formados em Portugueses, técnicos portugueses, operários portugueses.

Surpreende-me que as business schools de Lisboa e porto e não estudem estes casos em vez de andarem a olhar para o MIT para lhes dizer o que é que o país precisa para sair do buraco. O Cluster da indústria automóvel é outro em que Portugal provou que pode rapidamente (em 25 anos) passar da insignificância para uma posição de relevo. Há! Tenho que dizer que em Estarreja os trabalhadores sabem bem o que move os sindicatos comunistas e todos os parceiros trabalham para um objectivo comum, que tem sido por muitos anos bater a concorrência e dessa forma preservar a viabilidade dos postos de trabalho.

Os grandes desafios de Portugal são a meu ver puramente políticos. Reformar o sistema político para eliminar o ruído dos "troublemakers" que não têm qualquer interesse em fazer avançar o progresso e a liberdade dos portugueses - PCP e BE. Círculos uninominais e responsabilização directa dos eleitos perante os eleitores. (Estamos hoje a pagar a factura deixada pelo Mário Soares por não ter percebido que o PC havia de ser sempre um cancro na sociedade Portuguesa).
Dar o poder executivo ao presidente ou acabar com a macacada que se vive hoje, e que o Sr. tem com grande acutilância referido, em que há uma eminência parda em Belém com uma agenda própria que a Constituição não autoriza, sem checks & balances de contra-balanço. Reduzir a dimensão do Governo - não mais do que 10 ministros executivos e 20 secretários. Reduzir o orçamento de estado para não mais que 1/3 do produto, acompanhado de forte redução dos impostos sobre o trabalho. Descentralização de competências para as comunidades. Por exemplo o ensino pré universitário com gestão local. Sistema de saúde fora do governo que se deveria ocupar apenas da gestão dos pagamentos (single pay system). Privatizar (não vejo outra solução) o que resta do estado na economia - as goldenm shares, etc. - para acabar com o compadrio nos conselhos de administração e o conflito de interesses entre a política e os interesses privados.

Alguém deve saber como resolver o pandemónio na administração da Justiça. Não é a minha área de especialidade, por isso não faço ideia de como se pode resolver tal monstruosidade, mas deve alguém neste mundo que sabe como é que a coisa deve funcionar.

Finalmente - FALTA DEVOLVER A LIBERDADE CRIATIVA AOS PORTUGUESES. Arranjem lá isso e

Enfim algumas ideias soltas, um pouco desordenadas, mas que me parece que seriam um ponto de partida para um debate sério sobre como arrancar do fundo do pelotão da Europa.

Um grande iiiiiiiooooooohhhhh!

P.S. Um dos meus vizinhos tem na sua quinta um simpático jumento de estimação que quase todos dias vejo no trajecto para o trabalho, e que não casa muito bem com a paisagem do Midwest Americano, fazendo-me sempre me faz sorrir, lembrar do seu blog e de que as raízes estão algures longe entre o Atlântico e o Mediterrâneo.

UMA PERGUNTA

Depois do apoio implícito à candidatura de Helena Roseta a Lisboa que autoridade moral terá Manuel Alegre a questionar a candidatura autárquica de Elisa Ferreira ao Porto? Aqui fica o desafio a Alegre, vai apoiar a candidatura de António Costa ou vai dizer que é eleitor em Águeda mantendo o apoio implícito a Helena Roseta?

Alegre assobia demasiado para o ar em momentos complicados para nos vir dar lições de cidadania.

AVES DE LISBOA

Guincho-comum [Larus ridibundus]

FLORES DE LISBOA

Jardim da Fundação Calouste Gulbenkian

O ETERNO RECOMEÇO

«Dois acontecimentos marcaram a semana na Educação. O início do processo de colocação de professores e as reacções destemperadas da ministra e do fantástico secretário de Estado Walter Lemos à baixa das médias dos exames de Matemática. O primeiro é conhecido e tradicional. Concorreram mais de 110 mil professores, foram colocados, de uma penada, 30 mil. Outras fases virão, até Dezembro, imagine-se, em que serão colocadas mais umas dezenas de milhares. Poucas dezenas de milhares ficarão de fora. Facto novo: os contratos serão por quatro anos. Tudo o resto é velho: a burocracia, a falta de autonomia das escolas, os atrasos, a desumanização e os inevitáveis erros. Já foi pior, é verdade. Mas ainda é muito mau. E, com o modelo actual, irreparável. Não faz qualquer sentido organizar processos de candidatura e colocação no plano nacional, desta maneira centralizada. Não há empresa ou instituição capaz de fazer isto bem feito e a tempo e horas. Mas o ministério e os sindicatos continuam a querer assim. Por razões fantasiosas que se resumem a uma só: o poder de um e de outros.» [Público assinantes]

Parecer:

Ou estou muito enganado ou António Barreto já se imagina ministro da Educação de Manuela Ferreira Leite.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se António Barreto sobre em que ano ocorreram menos problemas na colocação de professores.»

NÃO PRECISAMOS DE DESPERTADORES

«Manuel Alegre acredita que o PS vai a tempo de vencer o PSD nas próximas legislativas mas avisou que, para tal, os socialistas devem acordar e ouvir as vozes que exigem uma mudança, não só de estilo, como de pessoas e políticas. A resposta ao apelo do histórico socialista não tardou e chegou através de José Lello: "Não precisamos de despertadores". » [Correio da Manhã]

Parecer:

Com tiradas destas quem ganha é Alegre.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Lello que fique calado.»

A ANEDOTA DO DIA

«CDS-PP, PSD e PS "não tocam nos banqueiros porque são estes que financiam as suas campanhas e que determinam grande parte da comunicação social", acusou Jerónimo de Sousa, que participava em Peniche num almoço de apresentação dos primeiros cinco candidatos do distrito de Leiria às eleições legislativas.

Segundo o secretário-geral do PCP, os partidos da oposição, "à medida que se aproximam as eleições", têm vindo a demonstrar uma "súbito amor pelas pequenas e médias empresas", lançando medidas de apoio ou chamando a atenção para os seus problemas.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Quem também fez tudo para branquear os banqueiros do PSD foi Honório Novo que na comissão parlamentar de inquérito ao caso BPN estava mais preocupado em atacar Constâncio do qu em identificar os burlões, a troco de votos fez o jogo da direita.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Agradeça-se a Jerónimo de Sousa pela actuação de Honório Novo em nome dos banqueiros do BPN.»

O HERDEIRO DO TRONO IRLANDÊS É PORTUGUÊS

«Parece mentira mas é verdade: o herdeiro do trono da Irlanda do Norte é português e chama-se Hugo O'Neill. Em 1992, numa cerimónia no Ulster onde estiveram vários membros da família O'Neill, o chief Herald of Ireland - representante do Conselho da Nobreza Irlandesa - reconheceu oficialmente o português como rei da Irlanda e chefe do clã O'Neill.

A decisão não agradou ao lado espanhol da família, mas os factos eram incontornáveis para os especialistas em heráldica: o ramo mais antigo da família é português e tem descendência.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Desde que não descubram que José Sócrates é o irmão mais velho do Príncipe Carlos...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vamos todos para a Irlanda em vez de irmos para o Brasil.»

AFINAL JERÓNIMO DE SOUSA CRITICOU SARAMAGO

«A CDU "tem um projecto para Lisboa que é independente da opinião dos seus militantes, mesmo que notórios, que não alteram uma decisão colectiva". Foi desta forma que Jerónimo de Sousa, secretário--geral do PCP, comentou o apoio de José Saramago à candidatura de António Costa. Em Viseu, onde esteve num almoço com militantes comunistas, Jerónimo acusou ainda o PS de "praticar a política da direita reaccionária" e de ser responsável pelo desemprego "galopante".

"Temos uma posição autónoma e construtiva, tomada de forma colectiva e não será posta em causa", assegurou o secretário-geral do PCP. » [Diário de Notícias]

Parecer:

A verdade é que o líder do PCP não teve coragem para criticar ou censurar Saramago.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Jerónimo de Sousa porque é tÃo macio»

A EXTREMA-ESQUERDA NÃO PERDEU TEMPO A APOIAR ALEGRE

«A falta de um projecto de Governo à esquerda é da responsabilidade do PS, acusam Francisco Louçã (BE) e Carvalho da Silva (CGTP) numa reacção ao artigo de Manuel Alegre publicado no semanário Expresso.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Era de esperar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és...»

VIOLÊNCIA ENTRE CASAIS HOMOSSEXUAIS É MAIOR

«Apesar de invisível, a violência nas relações homossexuais é “tendencialmente mais elevada”. Esta é a ideia-chave de um estudo que acaba de ser feito na Universidade do Minho (UM): 39,1 por cento dos participantes admitiram ter adoptado algum comportamento violento e 37,7 revelaram ter sido vítimas de, pelo menos, um acto abusivo no ano anterior.

“A amostra é pequena e específica”, ressalva Carla Machado, co-autora com Laura Gil Costa e Rute Antunes. Responderam ao inquérito 151 indivíduos dos 15 aos 60 anos ligados a associações de defesa dos direitos dos homossexuais – 37,7 por cento eram estudantes, 19,9 exerciam profissões intelectuais e científicas, e as pessoas “mais escolarizadas tendem a identificar como violentos comportamentos banalizados pelas menos escolarizadas”.» [Público]

Parecer:

Quem diria?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Questione-se a PSP sobre se é habitual receber queixas e se os seus agentes estão preparados para as receber.»

MARCIN MALCZAK

SOUR MARBELS