quarta-feira, dezembro 11, 2013

A arrogância

Um dos aspectos mais miseráveis dos tempos que correm é a arrogância dos que estão ou querem ir para o poder, uma arrogância que pressupõe um imenso desprezo pelos portugueses, que são tratados como imbecis. Estamos perante uma nova versão do pensamento de Salazar que dizia que a política é para os políticos. Agora dizem que em democracia a política é para todos mas como o povo é burro não se perde tempo com explicações. A verdade é que este governo tem feito em democracia o que a ditadura não teria ousado fazer.
 
É uma geração de pirralhos, uma boa parte deles tão feiotes que mete dó, mas que a natureza decidiu compensar com dois dedinhos de testa, o que lhes permitiu concluir um MBA e, nalguns casos, o doutoramento. É esta colecção de feios, de que o Gaspar ou o Maçãs são bons exemplos, que convence um primeiro-ministro fraco a protagonizar uma política que se compreende melhor à luz das patologias do foro psiquiátrico do que com base nos manuais de política económica. Estamos perante complexados, desde morenas que querem ser louras a secretários de Estado e ministros que têm ódio aos espelhos, que se agarram aos seus títulos académicos para nos tratarem como burros.
 
Esta arrogância e desprezo pelas opiniões do povo, desprezo que leva Paulo Portas a concluir que o povo só se pode manifestar contra as políticas quando chegar a vez de votar, não é um exclusivo da direita e do governo. Veja-se o caso das propostas do PS relativas à reforma do IRC, alguém viu Seguro divulga-las, sujeitá-las à crítica ou ouvir a opinião dos cidadãos sobre as mesmas. Claro que não, a não ser os Belezas que rodeiam o líder do PS, todos os outros portugueses são burros, sem qualificações dignas de crédito, pelo que é perda de tempo ouvi-los.
 
Na lógica destes pirralhos com um MBA um qualquer engenheireco que tire o MBA é logo candidato a Nobel da Economia e todos os portugueses são uns idiotas que em vez de andarem a trabalhar deviam ter ido estudar para a Católica ou para Salamanca. O mais grave é que esta postura perante os cidadãos revela gente para quem a democracia é uma mera formalidade e o desprezo que têm pelo cidadão comum nem se viu no tempo de Salazar.
 

Nesta perspectiva não há o MBA da direita e o MBA da esquerda, são todos a mesma merda.