Mandela
merecia melhor do que aquilo a que estamos assistindo em Portugal, ainda que a
distância entre a dimensão do líder sul-africano e a pequenez de algumas personagens
nacionais não permite espera muito mais. A sua morte serviu para se perceber que
estamos perante alguém cujos ideais e percurso de vida se manterão vivos durante
muito tempo, já em relação a Cavaco Silva assiste-se a um funeral permanente da
sua imagem e se não fosse o mandato presidencial estar definido
constitucionalmente já se teriam mandado as carpideiras de regresso a casa. É
triste, senão mesmo degradante, ver um Presidente da República falar de quem o
critica da forma que o fez, ou dizer que ele é que conheceu pessoalmente
Mandela como se este um dia tivesse sentido necessidade de ir a Boliqueime ou à
quinta da Coelha conhecer um tal Silva que vive por lá. Como é feio ver um
Presidente deixar no ar que a decisão de votar contra a moção que exigia a
libertação de Mandela foi responsabilidade de um diplomata, feio e pouco digno.
Nuno Crato, um dos mais incompetentes e nefastos membros
deste governo, levou uma valente pisadela, ele que tanto elogiava o PISA, o
relatório de avaliação do ensino feito pela OCDE, desta vez calou-se. Há
qualquer coisa de doentio num governante que se cala porque Portugal atingiu
bons resultados, isso significa que este senhor veio para ministro para
promover os maus resultados e tem sido evidente o seu esforço de destruição do
sistema público de ensino.
Outro ministro que em vez e caneta parece desempenhar o seu
mandato de picareta em punho é um tal Aguiar-Branco, antigo opositor de Passos
Coelho na luta pela liderança do PSD, que agora se sabe ter sido levado ao colo
pelos Goebelzinhos do Dr. Miguel Relvas. O homem decidiu matar vários coelhos
com uma cajadada e ao fim de dois anos de tudo fazer para levar os estaleiros
de Viana do Castelo à falência chegou à conclusão de eu era hora de despedir os
trabalhadores e ceder o património da empresa a uma empresa simpática que parece
estar associada ao governo na comprar de empresas estatais.
O famoso da semana foi um tal Maçãs, rapaz com cara de ser
pouco apreciado pelas raparigas, que ficou com a alcunha do alemão por ter ido à
Grécia defender as teses mais fundamentalistas do liberalismo dominante. Ainda
assim teve sorte, podia ter ficado com a alcunha de Boche ainda que a cara do
rapaz sugira outro nome.