domingo, dezembro 01, 2013

Semanada

A direita, desde a governamental à eclesiástica passou a semana a dar guinchinhos de virgens com horror à violência, quem os ouve nem é capaz de imaginar a quantidade de milhões de mortos que fizeram o seu código genético, os que há poucos anos transportavam a morte são hoje os defensores da vida, os que usaram sistematicamente a violência como instrumento de afirmação do poder são hoje os democratas mais pacifistas. No fim da semana ainda vão limpar os seus poucos pecados com mais uma mega operação nacional de caridade em favor de um banco alimentar, banco porque a vocação desta gente é para gerir bancos e mesmo quando estão gerindo a fome criam bancos. Mas como a fome, o atirar pessoas para a rua, o desemprego e outras vantagens de uma economia gerida pelos tais mercados que ninguém sabe onde ficam, tudo isso não é violência. Mata de fome e de doença, deixa uma geração de jovens psicologicamente estropiada, expulsa milhares de portugueses mas não, não é violência, chamam-lhe ajustamento. Já vi filhos de puta com mais imaginação.
 
Por falar nos ditos e nas ditas é preciso a um governante ter lata para depois do discurso oficial do Deus nos livre de sermos gregos lembrar-se de ir para a Grécia dar beijinhos nas brebas do rabo da senhora Merkel. Como era de esperar ficou logo com a alcunha do alemão o que até é simpático, poderia ter ficado a ser conhecido pelo boche ou pior ainda, com as ideias que foi vender aos gregos mais r menos r seria coisa de somenos.
  
A pobreza de espírito é tão grande que no meio desta récua governamental o macho ómega acaba por ser o irrevogável Portas, que de demissionário passou a ideólogo do governo e verdadeiro primeiro-ministro. Com Portas na liderança do governo passaram a haver conflitos com a troika, o governo tudo faz para se livrar dessa sarna e até a política económica não visa o empobrecimento, recusando uma descida de salários no sector privado porque este já fez o ajustamento. À medida que Portas se demarca da troika fica cada vez mais evidente que não é ele o Miguel de Vasconcelos que o povo atirará pela janela no próximo 1640.
 

Entretanto, a semana chegou ao fim sem que se saiba do paradeiro do Tozé, mas não pecamos a esperança, talvez apareça na próxima semana.