sexta-feira, dezembro 20, 2013

E ninguém lhe tira a carta?

Portugal é um país curioso, por cá há mais receio de violar o Código da Estrada do que violar uma qualquer norma constitucional, ainda por cima qualquer automobilista tem mais receio de um soldado da GNR do que o que Passos tem de Cavaco Silva em relação às sucessivas violações desse código da vivência em democracia que é a constituição de um país.

Pior ainda, enquanto em relação ao Código da Estrada todas as boas almas apelam ao respeito das regras, à condução cuidadosa e ao respeito pelos outros, no caso da Constituição assiste-se a uma histeria de apelos à violação das normas constitucionais, não houve dia nas últimas semanas em que não aparecesse um qualquer idiota a berrar “violem, violem a constituição!”.
  
Até Durão Barroso que ultimamente anda por Bruxelas a dizer “agarrem-se senão não me recandidato ao lugar” (parece que é mais difícil enfiar o barrete aos europeus pela terceira vez do que trair o António Vitorino) veio sugerir aos juízes constitucional que os portugueses iriam pagar com língua de palmo o facto de o país ter uma Constituição com princípios como a igualdade, princípios que um imbecil conhecido como adiantado mental foi dizer aos gringos que forram decalcados das obras completas de Pol Pot.
  
Um estrangeiro, que por acaso é português e deve a Portugal o tacho em que enriqueceu, dizer a um país que se não engolir a sopa leva tatau, é a mesma coisa que sugerir ao cabo da GNR que nos vai multar que a mulher está em casa em modernices e até anda a fumar na cama. O cabo da GNR não só nos dava umas cacetadas como ainda nos acusava de ofensas à autoridade. Quem faz chantagem sobre os juízes do Constitucional continua no tacho e como vai ser recorrido ainda se lembra de querer viver no Palácio de Belém.
  
As violações das regras constitucionais que de forma repetida Passos Coelho tem cometido é bem pior do que estacionar o carro em local proibido, é não respeitar traços contínuos, andar ao contrário na autoestrada, desrespeitar os limites da velocidade e por vezes até se fica com a sensação de que o homem até governa “bêbado”.
  
Qualquer GNR já o tinha mandado encostar o carro obrigando-o a ir a pé para casa e com tanta infracção grave é certo de que ficaria sem carta. Mas com o GNR que temos em Belém, um guarda da Constituição que fecha os olhos a todas as infracções, Passos Coelho pode continuar a conduzir desrespeitando o Código da Estrada sem que lhe tirem a carta. 
 Com condutores como Passos Coelho e guardas como Cavaco Silva o melhor é andarmos a pé.