Aos poucos as equipas vão sendo conhecidas e na mesma semana
em que Paulo Bento fez a pré-convocatória, a direita fez também a sua
convocatória, temos, portanto, duas selecções, a selecção de Portugal que irá
para o Brasil e a selecção Aliança Portugal que jogará em Estrasburgo. Também
já se conhecem os adversários e se no Brasil Portugal vai jogar contra a
Alemanha em Portugal a a Aliança Portugal conta com o apoio da Alemanha no jogo
em que a Aliança Portugal joga contra … Portugal. Confuso? Não, nem tanto,
confuso é a Aliança Portugal ter dois capitães de equipa e um deles ostenta o
n.º 4 mas joga a n.º 2.
E enquanto a direita escolhe designações para as suas
coligações como quem escolhe nomes para mais uma brigada da Mocidade
Portuguesa, Cavaco Silva optou por fugir às pressões sobre o seu desempenho presidencial
e em vez de andar nas rotas das misérias indígenas parece prosseguir a sua rota
turística, com paragem por sítios inesquecíveis. Digamos que com a idade
adiantada e com cada vez menos tempo de mandato há que aproveitar muito bem o
dinheiro dos contribuintes. Desta vez terá ido a mostrar a Califórnia à esposa.
O congresso ri à gargalhada, o pequeno Rangel lidera a
direita, as avaliações da troika perderam todo o interesse e já são tão
previsíveis que até poderiam ser divulgadas junto ao boletim meteorológico,
Cavaco anda em roteiro turístico mostrando o mundo à madame, o pessoal do
Carnaval está tramado pelo tempo e por não ter sido dada a tolerância de ponto.
Portugal é um país feliz, tão feliz que o presidente nem se dá ao trabalho de
pensar ou de opinar, mesmo depois das despesas com o turismo ainda tem dinheiro
para pareceres e limita-se a encomendá-los para depois poder embarcar
descansado. Portugal é um país com a Constituição suspensa e com um presidente
de toalha ao ombro.
Cavaco estava no estrangeiro quando sem ceder a pressões
deixou passar o corte aos pensionistas, coincidência das coincidência, Miguel
Relvas também estava em turismo quando os obedientes delegados do partido de
Passos Coelho o escolhia para número dois. O que separa Cavaco de Relvas é o
mesmo que os une, separa-os a genuinidade dos títulos académicos, une-os a
inutilidade dos mesmos. Um candidatou-se dizendo que era doutor , o outro
dizendo o mesmo mas sem o ser, no fim o contributo académico foi o mesmo, pelo
que tanto vale um doutoramento em Londres como uma falsa licenciatura na Independente.