domingo, março 02, 2014

Semanada

Aos poucos as equipas vão sendo conhecidas e na mesma semana em que Paulo Bento fez a pré-convocatória, a direita fez também a sua convocatória, temos, portanto, duas selecções, a selecção de Portugal que irá para o Brasil e a selecção Aliança Portugal que jogará em Estrasburgo. Também já se conhecem os adversários e se no Brasil Portugal vai jogar contra a Alemanha em Portugal a a Aliança Portugal conta com o apoio da Alemanha no jogo em que a Aliança Portugal joga contra … Portugal. Confuso? Não, nem tanto, confuso é a Aliança Portugal ter dois capitães de equipa e um deles ostenta o n.º 4 mas joga a n.º 2.
  
E enquanto a direita escolhe designações para as suas coligações como quem escolhe nomes para mais uma brigada da Mocidade Portuguesa, Cavaco Silva optou por fugir às pressões sobre o seu desempenho presidencial e em vez de andar nas rotas das misérias indígenas parece prosseguir a sua rota turística, com paragem por sítios inesquecíveis. Digamos que com a idade adiantada e com cada vez menos tempo de mandato há que aproveitar muito bem o dinheiro dos contribuintes. Desta vez terá ido a mostrar a Califórnia à esposa.
 
O congresso ri à gargalhada, o pequeno Rangel lidera a direita, as avaliações da troika perderam todo o interesse e já são tão previsíveis que até poderiam ser divulgadas junto ao boletim meteorológico, Cavaco anda em roteiro turístico mostrando o mundo à madame, o pessoal do Carnaval está tramado pelo tempo e por não ter sido dada a tolerância de ponto. Portugal é um país feliz, tão feliz que o presidente nem se dá ao trabalho de pensar ou de opinar, mesmo depois das despesas com o turismo ainda tem dinheiro para pareceres e limita-se a encomendá-los para depois poder embarcar descansado. Portugal é um país com a Constituição suspensa e com um presidente de toalha ao ombro.
 

Cavaco estava no estrangeiro quando sem ceder a pressões deixou passar o corte aos pensionistas, coincidência das coincidência, Miguel Relvas também estava em turismo quando os obedientes delegados do partido de Passos Coelho o escolhia para número dois. O que separa Cavaco de Relvas é o mesmo que os une, separa-os a genuinidade dos títulos académicos, une-os a inutilidade dos mesmos. Um candidatou-se dizendo que era doutor , o outro dizendo o mesmo mas sem o ser, no fim o contributo académico foi o mesmo, pelo que tanto vale um doutoramento em Londres como uma falsa licenciatura na Independente.