quinta-feira, janeiro 10, 2008

Confusão entre Estado e Partido?


«Citado pelo Jornal de Negócios, o coordenador do PS na comissão de Orçamento e Finanças, Vítor Baptista, defende que Vara possa receber da CGD uma licença sem vencimento, caso seja eleito para a vice-presidência do BCP.» [Público]

O que é que o coordenador do PS na comissão de Orçamento e Finanças tem que ver com a forma como os recursos humanos da CGD são geridos? Que se saiba a Assembleia da República tem a tutela da CGD nem ao deputado do PS cabe fazer palpites sobre as decisões internas de uma empresa pública. E só se entende porque, à semelhança do que sucedia nos governos do PSD, também há no PS que tenha muita facilidade em confundir Partido com Estado.

Se Armando Vara fosse um funcionário anónimo ou um administrador escolhido em função do seu currículo e competência o tal coordenador do PS metia-se no assunto? É evidente que não, ao achar que os seus disparates são tão importantes que merecem ser comunicados à comunicação social o deputado Vítor Baptista está a assumir que a carreira profissional de Armando Vara é uma preocupação política do PS e, portanto, as decisões da CGD relativas a essa mesma carreira merecem o seu comentário político.

Ao que parece o deputado Vítor Baptista não percebeu que foi eleito para defender e preocupar-se com o interesse dos que o elegeram, devendo representar os portugueses, ao contrário disso e enquanto 8% dos trabalhadores estão desempregados ele está muito preocupado com o vínculo profissional de Armando Vara.

Há no PS e no PSD muita gente que parece ter andado na escola da ex-URSS. E como Armando Vara é íntimo do “chefe” os deputados do PS até se esquecem que foram eleitos para representarem todos os cidadãos e não para velarem pelas carreiras profissionais dos amigos.