Em todo o debate que se tem feito em torno do novo aeroporto de Lisboa o pior desempenho tem cabido aos autarcas que estão muito mais preocupados com as receitas camarárias do que com o impacto económico e social de uma infra-estrutura destas dimensões e características.
Em vez de colocarem condições e fazerem exigências no caso de o aeroporto se vir a localizar nos seus concelhos, os autarcas dão provas de uma grande gulodice e apenas estão preocupados com as receitas que poderão arrecadar no futuro. As populações são enganadas e vemos velhotes que recebem a pensão mínima a darem entrevistas a televisões, manifestando a sua alegria pelo facto de o aeroporto ficar ao lado da sua aldeia.
É evidente que um grande investimento gera actividade económica, a curto prazo criará emprego e a médio e longo prazo contribuirá para a fixação de empresas e, em consequência, para a fixação de população e expansão urbana. Para os autarcas, ávidos de receitas e de comissões, será um grande negócio mas uma boa arte da população não sentirá quaisquer benefícios, tendo mesmo que suportar um aumento significativo do custo de vida.
Os autarcas deveriam estar mais preocupados em proteger em defender os interesses das suas populações e em prevenir as consequências ambientais resultantes da implantação de um novo aeroporto, em vez de apenas pensarem nos seus próprios benefícios.