Desde que Santana Lopes chegou à presidência do Sporting Clube de Portugal e lançou a denúncia dos encontros com os árbitros em Canal Caveira que a política portuguesa vive aquilo a que poderemos designar como síndrome do canal Caveira. Santana Lopes, que tinha acabado de arranjar emprego, usou a corrupção como arma de políticos pobres, pulou para as primeiras página dos jornais, desdobrou-se em entrevistas e agitou o mundo da bola e da política. Acabou por nada adiantar, disse que tinha ouvido que estava a fazer uma denúncia genérica, a sua gestão acabou por ficar famosa pela pala do estádio e mais tarde acabou por ar uma “palada” ao PSD.
São várias as personalidades que chegaram à porta do Panteão Nacional, que graças à sua dedicação à luta contra a corrupção se tornaram ícones nacionais, depois de Santana Lopes ter usado o estratagema foram muitos os que lhe seguiram o caminho, os casos mais recentes foram os do engenheiro Cravinho e da super-procuradora Maria José.
Agora foi a vez de Marinho Pinto, o bastonário da Ordem dos Advogados ter alcançado o mesmo estratagema, bastou uma entrevista a uma rádio para que de uma hora para outra agitasse o país, falou de manhã e à tarde era notícia de abertura dos telejornais. Denunciou, insinuou e prometeu provas mas no mesmo dia, depois de já se ter tornado famoso e a horas que não permitiriam corrigir as notícias informou que tinha feito uma denúncia política, isto é, as supostas provas não passavam de “água de bacalhau”.
O próprio Procurador-Geral, que no caso BCP precisou que o José Berardo tivesse ido ao seu gabinete apresentar queira, apressou-se agora a abrir um processo-crime que certamente será conduzido pela Maria José.
Portugal tem mais um herói na luta contra a corrupção com direito a moldura na mesa de cabeceira dos portugueses, onde já estão personalidades como Santana Lopes, Maria José, eng. Cravinho e muitos outros que foram suficientemente espertos para perceberem que o tema corrupção promove qualquer um.