quinta-feira, janeiro 03, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura -

FOTO JUMENTO

Alfama, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[José Luis Saavedra / Reuters]

«Vistas al infierno. El volcán Llaima, al sur de Chile, en erupción.» [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA

Uma figura triste

Ao ver a fotografia do inspector-geral da ASAE a fumar num espaço público fechado com aquele ar vaidoso a que tem habituado os portugueses fiquei cheio de interrogações.

Comecei por achar que alguém com as suas funções deveria evitar vários locais, até porque sabemos que em empresas como os casinos é habitual serem feitas ofertas de borlas a entidades públicas que de alguma forma têm jurisdição sobre a sua actividade, como é o caso da ASEAE. Como terão pensado muitos portugueses fiquei com dúvidas sobre o inspector-geral e um dos seus sub-inspectores pagaram a noite do seu bolso ou beneficiaram de uma borla.

Por mais cambalhotas que o inspector-geral dê ou por ais pareceres que os seus serviços faça qualquer português percebe que a sala de jantar do casino obedece às mesmas leis que se aplicam a qualquer restaurante, assim como a sala de jogo deve estar igualmente sujeita às regras de qualquer bingo ou associação recreativa. O inspector-geral não vai conseguir convencer ninguém de que a lei não se aplica aos casinos e ir para as televisões dizer que a lei não refere especificamente os casinos é ridículo, seria esperar que a lei só seria eficaz se enumerasse as centenas de tipos de estabelecimentos públicos que têm espaços fechados. Dizer que o estudo dos seus serviços foi feito há um mês é gozar connosco, a não se que ele já nessa altura estivesse preocupado com aqueles estabelecimentos.

O inspector-geral da ASAE ridicularizou o Governo e retirou toda a credibilidade da nova lei, o mínimo que lhe deveria acontecer era ser demitido. Mas como já vimos com o caso da DREN Sócrates não deite este tipo de gente, parece que gosta deles.

TALVEZ TERNURA

«É hábito perguntarem-me sobre os meus desejos para o ano novo. Disse, por exemplo, ao Correio da Manhã, a frase fácil: "Que o PS fosse socialista." É fácil, mas é o que penso. Embora avisados "politólogos" me advirtam de que é impossível o Partido Socialista ser socialista, não só pela simples razão de nunca o ter sido, como pela lacónica circunstância de nunca o ter querido ser. Aliás, o desenvolvimento, a civilização, o mercado livre impedem a realização desse infausto anacronismo. Já não há socialistas; há pragmáticos: a maravilha elástica que ministra intensas alegrias aos abjurantes do esquerdismo e aos comunistas contritos, alvoroçadamente convertidos aos prestígios do capitalismo.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Os desejos de Ano Novo de Baptista Bastos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

TRANSPORTES: UMA OPORTUNIDADE HISTÓRIA

«Já quase toda a opinião pública percebeu que construir o novo aeroporto de Lisboa (NAL) na Ota é uma opção indefensável em termos do interesse público. Para o confirmar, basta constatar que a defesa da Ota se baseia na omissão de factos importantes: o local não tem qualidade aeronáutica, está cercado de montes, está numa zona de nevoeiros frequentes que originarão cancelamentos e atrasos de voos e reduzirão a competitividade do NAL relativamente aos aeroportos espanhóis; a solução é extremamente cara, afastando as low-cost, enviando os passageiros portugueses para Badajoz; o Governo prevê um período de exploração de apenas 23 anos, com os acréscimos de custos económicos e ambientais de construir um segundo aeroporto; não é possível fasear o investimento; e tem fracos acessos aos portos do sul (Lisboa, Sines e Setúbal).» [Público assinantes]

Parecer:

Como previ o Público começou o novo ano reabrindo a sua campanha contra a OTA, recorreu a um artigo do Eng. Mário Lopes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se e mande-se cópia a Belmiro de Azevedo.»

AS ELEIÇÕES DO ANO

«Amanhã os eleitores democratas do estado norte-americano do Iowa (menos de um por cento da população do país) vão encontrar-se em locais públicos para escolher o candidato do seu partido às presidenciais. Não vão exactamente votar, mas somente juntar-se ao grupo de apoiantes que preferirem num canto da sala, e meia hora depois repetir o processo para redistribuir o apoio dos candidatos "inviáveis" pelos "viáveis". Uma semana depois, os eleitores democratas do New Hampshire (menos de meio por cento da população) votam em eleições primárias. Se tudo correr com normalidade o candidato democrata fica praticamente escolhido. Os republicanos passam por um processo semelhante.

Há gente que não perde uma oportunidade de descrever isto como prova de que os EUA são a "mais antiga", "maior" ou "melhor" democracia do mundo. Não é nenhuma dessas três coisas, não só pelo sistema usado nas primárias, mas também nas presidenciais e sobretudo nas eleições para o Congresso. Mas ao menos é pitoresco e, em certos anos, emocionante. Este ano será um desses. Os anos de Bush foram um fracasso de que nenhum candidato republicano "viável" consegue distanciar-se (será interessante ver como se sai Ron Paul, o único candidato anti-Guerra do Iraque e anti-imperialista do Partido Republicano, e logo declarado "folclórico"). É aos Democratas que cabe não perder a eleição do próximo Presidente. Como habitual, é duvidoso que o consigam fazer.

Em princípio, o Partido Democrata escolhe entre uma tripla de luxo: Hillary Clinton (a única mulher), Barack Obama (o único não-branco) e John Edwards (o único sulista: desde que o Partido Democrata perdeu o Sul por causa do racismo só os sulistas Carter e Clinton ganharam as presidenciais pelo partido).

Hillary Clinton tem mais traços decisivos: é detestada por quase metade do país, é mulher de um ex-Presidente (depois da dinastia Bush viria a dinastia Clinton), é a mais centrista e é quem menos se distancia da Guerra do Iraque. Logo, é a escolha do "aparelho partidário", o

que demonstra que o dito aparelho sabe mesmo como perder eleições.
Ao contrário dela, Obama e Edwards apresentam-se como vagamente anti-sistema e favoráveis a uma renovação política com referências implícitas a Kennedy (em Obama) e F.D. Roosevelt (em Edwards). Mas as estratégias são opostas: Obama diz aquilo que as pessoas gostariam que fosse verdade: que a mudança nasce com um discurso positivo e esperançoso. O que Edwards diz, por outro lado, é simplesmente a verdade: que a mudança é difícil, que encontrará muitas resistências e que só poderá acontecer através de uma atitude combativa.
Acho que Edwards seria o melhor candidato. Mas sintomaticamente para mim ou para os

aparelhos partidários, parece que é o que tem menos hipóteses de ser escolhido.
Gosto de Obama, como quase toda a gente. Mas não gosto de apenas "gostar" de um político, menos ainda de um discurso feito das emoções e dos "instintos", mesmo que os instintos de Obama sejam próximos dos meus. Simplesmente, não me parece boa política ou, se quiserem,

boa pedagogia democrata: para decidir com o "instinto" já bastou Bush.
Enfim, qualquer dos dois pode ganhar as eleições a um republicano, o que é bom e igualmente indiferente na perspectiva pragmática de quem deseja ver o bushismo enterrado. Apenas desejo que entre o início e o fim das suas reuniões no Iowa, os apoiantes de Edwards e Obama se coloquem do mesmo lado da sala e superem os apoiantes de Hillary Clinton.»
[Público assinantes]

Parecer:

As eleições presidenciais norte-americanas analisadas por Rui Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

DOIS AUTOS POR CAUSA DA LEI ANTI-TABACO

«Um outro auto foi levantado no Algarve, no dia de ontem, quando o proprietário de um café na Fuzeta chamou a GNR para autuar um cliente que se recusava a apagar o cigarro.

Quando a patrulha chegou ao local, o prevaricador já tinha abandonado o local, pelo que não pode ser identificado. No entanto, a GNR acabou por multar o dono do estabelecimento, por não ter colado os obrigatórios dísticos de proibição de fumar. » [Correio da Manhã]

Parecer:

Conclusão: mais vale não chamar a GNR!

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquivem-se os autos.»

A FIGURA TRISTE DO INSPECTOR-GERAL DA ASAE

«00.31 do dia 1 de Janeiro e os cinzeiros do Salão Preto e Prata do Casino Estoril continuaram nas mesas. E as pessoas continuaram a fumar. E na mesa onde estavam os responsáveis da Autoridade da Segurança Alimentar e Económica (ASAE) - inspector e subinspector - acenderam-se cigarros, cigarrilhas e charutos ao longo da noite. O dirigente da ASAE, António Nunes, entende que não violou a lei porque esta não inclui os casinos e salas de jogo. A Direcção-Geral da Saúde (DGS) diz que sim e pergunta: É preciso o diploma voltar à Assembleia da República devido à interpretação?» [Diário de Notícias]

Parecer:

O mínimo que se pode dizer é que o presidente da ASAE fez uma figura triste

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Ofereça-se uma esferográfica BIC para que o senhor da ASAE apresente a demissão, pela sua postura não merece que se gaste dinheiro numa caneta digna do acto.»

ALBERTO JOÃO ULTRAPASSOU TODOS OS LIMITES

«O presidente do Governo Regional da Madeira criticou esta quarta-feira os 500 anos de «extorsão e roubo de dois terços do produto do suor dos madeirenses, que foi retirado da Madeira e levado para as fantasias do Reino».

Alberto João Jardim falava à margem da cerimónia solene de abertura das comemorações do V centenário da elevação do Funchal a cidade. Jardim afirmou existirem «princípios que não cedem em nome da consensualização e diálogos que não se vendem em troca de objectivos».» [Portugal Diário]

Parecer:

Já começa a faltar a paciência.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Alberto se não receia que lhe chamem o Mugabe do Atlântico.»

GATO FEDORENTO FAZ 40 HORAS DE TRABALHO COMUNITÁRIO

«José Diogo Quintela que integra o grupo humorístico «Gato Fedorento», vai prestar trabalho comunitário em virtude de ter sido apanhado a conduzir com uma taxa de 1,6 gramas/litro de álcool no sangue.

De acordo com o «Publico.pt» José Diogo terá de cumprir 40 horas de trabalho comunitário, dado ser a primeira vez que infringe a lei. » [Portugal Diário]

Parecer:

Pela péssima prestação na passagem do ano da RTP a pena até é muito leve, a não ser que a bebedeira tenha sido justificada com esse facto.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se a decisão do tribunal apesar de pecar por ter sido simpática.»

MINISTRO MALAIO APANHADO EM FILME

«O ministro da Saúde da Malásia, Chua Soi Lek, renunciou nesta quarta-feira ao cargo, um dia depois de ter admitido que ele é o homem que aparece em vídeos pornográficos que vinham sendo amplamente distribuídos no país.» [BBC Brasil]

SCOTLAND YARD VAI INVESTIGAR ASSASSINATO DE BENAZIR BHUTTO

«El presidente de Pakistán, Pervez Musharraf, aceptó este miércoles la ayuda de Scotland Yard en la investigación del atentado contra Benazir Bhutto.

En un mensaje a la nación retransmitido por televisión, el presidente afirmó que ha pedido ayuda al primer ministro británico, Gordon Brown, y que el equipo de Scotland Yard llegará "de inmediato" a Pakistán para asistir a los investigadores paquistaníes.» [20 Minutos]

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. O Jumento deixou escapar uma sugestão do "Der Terrorist".
  2. O "Paysnxxi" pescou uma notícia no palheiro.
  3. O "Pravda Ilhéu" deu destaque à escolha do Jumento para personalidade do ano.

A "BLOGOTINHA" TIROU-ME A PRIMEIRA FOTOGRAFIA DE 2008

O sorriso resultou das expectativas em relação a 2008 com que fiquei depois de ouvir a mensagem de Natal de Sócrates.

AS 10 MELHORES IMAGENS DE 2007 DA NATIONAL GEOGRAPHIC [Link]

OLEG HOROWSKI

VIKA

ALEXEY

LOVE BERLYANSKAYA

MIKHAILOVA OLESYA

CRASH TEST COM UMA BETONEIRA

SPORT FACTORY OUTLET

[2][3]

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CANESTEN

[2]

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Photographer: Tim Platt

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