quinta-feira, janeiro 17, 2008

Umas no cravo e outras tantas na ferradura

FOTO JUMENTO

Pormenor da Torre de Belém, Lisboa

IMAGEM DO DIA

[Sukree Sukplang / Reuters]

«Paso. Vendedores quitan sus mercancías al paso de un tren de pasajeros en Maekrong, Tailandia.» [20 Minutos]

JUMENTO DO DIA

Uma mancha na Câmara Municipal de Lisboa

Quando se assume a presidência de uma autarquia como a da capital deve-se não só cuidar da sua imagem mas também da autarquia, foi isso que Carmona Rodrigues não fez acabando por ser acusado de prevaricação pelo Ministério Público. É verdade que até julgamento Carmona presume-se inocente, espera-se que seja mas não há garantias que o seja. Uma mancha na autarquia da capital.

O QUE VAI CONSTÂNCIO DIZER AO PARLAMENTO

Nada e com a realização da assembleia-geral do BCP é provável que nem tenha nenhum deputado interessado em ouvi-lo.

CONTRADIÇÕES REFERENDÁRIAS

Se a ratificação parlamentar do Tratado fosse antecedida pela realização de um referendo para dar a palavra aos portugueses o BE teria votado a favor do Tratado que tivesse ganho o sim no referendo? É evidente que se estaria nas tintas para a opinião dos portugueses e nem seria confrontado com a sua opção pois os deputados que apoiam o referendo seriam suficientes votar a ratificação. Da mesma forma, os que defenderam não no referendo ao aborto votaram contra a lei do aborto segundo a sua opinião e não a dos eleitores.

Então para que serve o referendo? Apenas para que a minoria possa impedir a maioria parlamentar de funcionar.

PREVARICADORES E ABUSADORES

«A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou esta quarta-feira que foi deduzida acusação contra seis arguidos do processo Bragaparques, incluindo o ex-presidente da Câmara de Lisboa Carmona Rodrigues e os antigos vereadores Fontão de Carvalho e Eduarda Napoleão.

De acordo com a PGR, «foi ainda determinado o arquivamento parcial dos autos relativamente a três dos arguidos e deduzida acusação contra outros seis». » [Portugal Diário]

Parecer:

Já era tempo de alguém responder pelos abusos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo julgamento.»

NÃO PERGUNTE

«Consideremos como uma menção de Cavaco Silva aos salários dos executivos de empresas foi recebida em Portugal. Os adjectivos mais usados: "populista" e "demagógico". Encontramos também "infeliz" e "insólito". Na Quadratura do Círculo, da SIC, o panorama foi tão variado como o electrocardiograma de um cadáver: Pacheco Pereira optou pelo "populista e demagógico", Lobo Xavier pelo "infeliz e insólito" e Jorge Coelho achou que "não fazia sentido" falar do assunto. O Presidente foi até acusado de, crime dos crimes, "ter piscado o olho à esquerda".

A reacção generalizada foi resumida pelo Jornal de Negócios assim: "Falar em desproporção salarial é "ceder à demagogia"." Reparem bem, não é fazer algo. Não é pensar em fazer. É simplesmente falar do assunto. Ou, como fez o Presidente, "interrogar-se" sobre se seria "justificada" a diferença entre os salários dos administradores e os dos colaboradores.

Temos às vezes a impressão errada de que a maioria da opinião publicada em Portugal é conservadora. Infelizmente, é pior do que isso: limita-se a ser uma reacção instintiva de protecção do statu quo.

Curiosamente, é preciso ir à imprensa económica para encontrar uma cantiga diferente: um editorial do Jornal de Negócios considerou que a referência de Cavaco Silva "faz todo o sentido". E onde lemos, já há bastante tempo, que os administradores do BCP estavam a "ir ao bolso" dos seus accionistas com os altos salários de que usufruíam? No Wall Street Journal, nem mais nem menos. Em Portugal seria impossível escrever com uma clareza destas.

Porém, como revelou um estudo especializado da Mercer, Portugal é o país da UE em que a diferença salarial é maior: os administradores ganham 32 vezes mais do que os funcionários, contra 15 vezes em Espanha, 14 vezes no Reino Unido e dez na Alemanha. E isso não é só porque os funcionários ganham pouco: os altos gestores portugueses ganham os segundos melhores salários da UE, em termos absolutos, só atrás dos ingleses.

E o que nos dizem a isto os defensores do statu quo? Que os gestores, para serem de qualidade, têm de ser bem pagos. E que os gestores portugueses têm de ser bem pagos porque a qualidade não abunda. Sim, é contraditório. Sim, é circular. A conclusão é que os gestores portugueses têm de ser extravagantemente bem pagos porque sim.

Em 2006, os administradores do BCP receberam 3 milhões de euros de vencimento, cada um. Entretanto, esses génios da finança minaram a credibilidade do banco, perdoaram empréstimos a familiares e amigos e, só nos últimos seis meses, o banco perdeu um terço do seu valor. Pior ainda, corre uma investigação por suspeitas de terem enganado a bolsa criando empresas off-shore para comprar as suas próprias acções.

Pergunto-me se não deveríamos antes contratar gestores alemães, que ganham menos e não consta que sejam piores nem mais vigaristas. Mas não quero ser populista nem demagógico. Eu sei que nos EUA toda a gente faz este debate. Na Alemanha, o Governo conservador de Angela Merkel fala em intervir para tabelar os salários dos gestores. Mas em Portugal é melhor nem nos interrogarmos: é insólito.» [Público assinantes]

Parecer:

Rui Tavares concorda com a crítica feita por Cavaco Silva à desproporção de salários.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

TABACO: SÓ O SENHOR DA ASAE TEVE DÚVIDAS EM RELAÇÃO AOS CASINOS

«"Não nos passou pela cabeça invocar a lei do jogo para não aplicar a lei do tabaco." Joaquim Reis, o presidente da Associação Portuguesa de Concessionários de Bingos, certifica que aquelas empresas de jogo nunca duvidaram que a lei do tabaco se lhes aplicasse: "O entendimento é que se aplica a lei geral. Aliás, não vimos nada na lei do jogo que nos permitisse excluirmo-nos da alçada da lei do tabaco." A Associação de Bingos, que inclui 23 salas no País, isola assim os casinos, que defendem dever a lei do jogo sobrepor-se à do tabaco e que têm resistido a assumir o princípio geral da proibição de fumar prevalecente nesta última, mantendo a generalidade do espaço dos casinos destinada a fumadores.» [Diário de Notícias]

Parecer:

É evidente que as dúvidas resultaram do comportamento do inspector-geral da ASAE e da influência dos casinos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Insista-se na demissão do inspector-geral da ASAE.»

MENEZES DIZ QUE PASSOU O CABO DAS TORMENTAS

«Também ontem, José Luís Arnaut, que foi secretário-geral de Durão Barroso e foi afastado da liderança da comissão de Negócios Estrangeiros, tinha dito que o partido nem capitalizara com a mudança de opinião do Governo em relação à construção do aeroporto em Alcochete e não na Ota. Com respostas dirigidas, Menezes disse estar solidário com Santana Lopes nas várias opções do líder parlamentar, incluindo "a organização interna do grupo": "Em conjunto passámos o Cabo das Tormentas". Arnaut e os barrosistas afastados tinham as suas respostas, para os mendistas Menezes reservou uma análise do que mudou com os cem dias da sua liderança.» [Diário de Notícias]

Parecer:

Foram muitos os navios que procuravam as riquezas da Índia e se afundaram já depois de terem passado o Cabo das Tormentas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se para ver como se comporta este timoneiro que mais parece um patrão de costa.»

MADDIE JÁ ESTÁ À VENDA

«Depois de negarem a venda dos direitos a Hollywood, para um filme, os pais de Madeleine, que desapareceu no passado dia 3 de Maio, na Praia da Luz (Lagos), admitiram vender a sua história à imprensa internacional como forma de rendimento do fundo Madeleine que poderá chegar ao fim das suas reservas financeiras dentro de quatro meses.» [Jornal de Notícias]

Parecer:

Estes papás saíram melhor do que a encomenda.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Esqueça-se o assunto.»

PSD ESTÁ NA OPOSIÇÃO HÁ DEMASIADO TEMPO (?)

«Defendendo que o PSD é um partido de poder que está na oposição há demasiado tempo, Menezes anunciou ontem o pontapé de saída para a elaboração de um programa eleitoral, que distinga os sociais-democratas do Governo e ponha fim "à ausência de um discurso programático de acção que cria uma enorme ansiedade no interior do partido e na sociedade em geral". » [Público assinantes]

Parecer:

Pois, quando o PSD está a oposição a legislatura devia ser de apenas dois anos...

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se a Menezes que altere a Constituição para que a legislatura seja de dois anos quando o PSD está na oposição e de seis quando é governo.»

MULTADO POR DISTRAIR OUTROS AUTOMOBILISTAS

«RICHMOND, Va. (AP) — Drive in Virginia with outsized rubber replica testicles dangling from your trailer hitch and face a fine under a bill before the General Assembly.

Taste and even decency notwithstanding, Del. Lionel Spruill introduced the bill Tuesday as a safety measure: male genitalia swaying from a car distracts other drivers.

His bill would make displaying the ornamentation a misdemeanor punishable by a fine of up to $250.» [AP]

AMARAL TOMAZ ESTÁ DE SAÍDA

«João Amaral Tomaz, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, vai sair do Governo até ao fim do mês. O governante invoca cansaço e a saída já foi acertada com o ministro das Finanças. Teixeira dos Santos já tem um substituto, cujo nome guarda em segredo. Amaral Tomaz regressará à docência universitária.Os rumores correm desde o Verão. Ontem, o Jornal de Negócios dava a saída como certa, embora com motivos políticos de fundo. Segundo o noticiado, Amaral Tomaz discordou, por exemplo, de benefícios fiscais introduzidos no Orçamento do Estado para 2008 contra a sua opinião, por decisão superior. Em causa, em concreto, estariam benefícios a empresas do interior do país - alegadamente sem que tenham sido estudados os efeitos desta medida -, benefícios também aos Planos de Poupança Reforma públicos.» [Diário de Notícias]

Parecer:

A não ser os amigos do PSD que protegeu e promoveu não se vai sentir muito a sua falta.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Que faça boa viagem.»

SONS DE JÚPITER

PARISIENNE

AC

PAUL VORONCHUK

VS

ANGELA

O MUNDO MUDOU

PILOT

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Advertising Agency: Ogilvy Guatemala

CLIMATE FOCUS

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Advertising Agency: Serviceplan, Dritte Werbeagentur, Munich, Germany
Creative Director: Christoph Everke
Art Director: Alexander Nagel
Copywriter: Cosimo Möller
Junior Copywriter: Janne SachseGraphics: Susanne Günther, Alexandra Sänger
Photographer: Bernd Ebsen c/o karina bednorz
Retouching: die bildproduktion: Daan Reirink, Ralf Baumeister
Project Managers: Christiane Löschke, Stefanie Kandt
Production: Katy Pergelt

KIWI

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Advertising Agency: Grey Bangkok, Thailand
Art Direction / Copy: Grey Bangkok
Illustration / Photography: Chub Cheevit Studio