quarta-feira, julho 02, 2008

Um país pobre


Esquecido o ouro do Brasil, as especiarias da Índia e o império africano Portugal está reduzido àquilo que é, o seu território e o seu povo. O território é o que é, com recursos escassos ou esgotados, pelo que nos resta o povo.

O problema é que enquanto povo também somos pobres, tão pobres que, tal como sucedeu no passado, de nada nos serviriam as riquezas naturais. Podemos desculparmo-nos com as elites, que equivale em política a culpabilização do vizinho que todos os dias praticamos.

Se não temos riquezas naturais restar-nos-ia ter ideias, sem elas não se pode ser ambicioso. Mas, infelizmente, temos menos ideias do que riquezas naturais. Basta olhar aos comentários que vão ser escritos na caixa em baixo para concluirmos que são muitos os que se limitam a usar adjectivos sem discutir ou sugerir uma única ideia, há mesmo quem tenha paciência para o fazer há imenso tempo. Vão comentar este post chamando mais uns nomes a Sócrates.

A verdade é que da extrema-esquerda à extrema-direita os portugueses são parcos em ideias. O PCP nada mudou, a imaginação do BE só chegou para disfarçar o seu bacalhau com todos, o PS governa como vem nos manuais, o PSD é a tristeza que se vê e do CDS nem vale a pena falar já que está reduzido a Paulo Portas e esse há muito que deu o que tinha a dar.

A televisão é o que se vê, o Marcelo faz da baboseira comentário político, a Quadratura do Círculo serve para sabermos o estado das relações entre Pacheco Pereira e a liderança do PSD, a generalidade dos opinion makers ou representam interesses ou gerem a sua própria vaidade.

Pior do que o país não possuir recursos é não conseguir produzir ideias novas, é não encontrar soluções inovadoras para velhos e novos problemas. E um país sem ideias é um país sem ambição.