quinta-feira, julho 03, 2008

Umas no cravo e outras tanta na ferradura

FOTO JUMENTO

Festa do Avante 2005

IMAGEM DO DIA

[Borja Suarez/Reuters]

«About 130 migrants were intercepted aboard two fishing boats as they tried to reach European soil from Africa, Spanish police said. One of the migrants rested at the port of Mogan on Spain's Gran Canaria, the largest of the Canary Islands. » [The New York Times]

JUMENTO DO DIA

A Autoridade (com pouca autoridade) da Concorrência

Ainda há pouco tempo a Autoridade da Concorrência foi confrontada com uma solicitação do Governo para que estudasse o mercado dos combustíveis, tendo chegado à conclusão mais esperada, que não havia cartelização no mercado português. Conclusão óbvia, o mercado português é um quase monopólio, basta às concorrentes seguir as pegadas desta sem terem que combinar os preços.

Agora sabe-se que a mesma autoridade pediu mais informações ao sector, mas não se sabe porquê. Será que está outra vez a confirmar se desde então não ocorreu uma cartelização ou vai estudar o que devia ter estudado da primeira vez, a forma como as gasolineiras e, em particular a GALP fixam os preços.

UM RECADO A JERÓNIMO DE SOUSA

Já não precisa de se empenhar na libertação de Marc Gonsalves, um luso descendente raptado pelos seus amigos narco guerrilheiros das FARC, foi libertado juntamente com Ingrid Betancourt pelas forças armadas da Colômbia.

PEDIR A MAIORIA ABSOLUTA?

Esta é uma das maiores ficções da política portuguesa, pedi-la como fez Manuela Ferreira Leite ainda que meio engasgada é esquecer que o voto é individual, significa pressupor que os eleitores se reúnem para decidir se dão ou não o voto num único partido. Se assim fosse, em vez de maioria absolutas estas poderiam ser unânimes.

O FIO DA MEADA

«Ao contrário dos exames do secundário, o comentário da actualidade não está mais fácil. Ou para ser mais exacto: depende. Há quem opte - e muito bem - pelo humor: é então uma questão de ter graça. Mas há também quem queira interpretar, dar sentido às coisas. É aqui que a dificuldade deixa de ser só literária. Trata-se então de submeter os novelos do noticiário à lógica de uma intriga com princípio, meio e fim - de descobrir o fio da meada. Nos últimos anos, nunca tantos estiveram tantas vezes convencidos de terem na mão o célebre fio. Apenas para descobrirem repetidamente que não era bem assim. O que se passa com o mundo? Ou melhor: o que se passa connosco, para sermos tantas vezes surpreendidos pela realidade?

Há uma década, o mapa do terreno diante de nós parecia feito e acabado. Estávamos no "fim da história" - não no fim dos acontecimentos, mas no fim das perspectivas: o mundo ia ser sempre o mesmo dali para a frente. Era uma questão de esperar pelas próximas vagas de "democracia liberal" e "economia de mercado". Um dia, nenhum recanto do planeta estaria privado dos benefícios da assembleia de voto e do shopping center. O grande risco, segundo os profetas, era o "tédio" da paz e da prosperidade. O mundo assentava então nos ombros de uma única "hiperpotência", aparentemente decidida a não dar descanso aos tiranos. Lembram-se de Milosevic? Lembram-se das discussões sobre a conveniência de disciplinar multilateralmente a "unipolaridade" americana? Enfim, aderindo ou protestando, estávamos igualmente seguros. Sabíamos o que estava a acontecer. Mais: sabíamos o que ia acontecer.

E depois? Sem podermos dizer com certeza quando, o "fim da história" deu no "choque de civilizações", as célebres vagas de democracia começaram a esbarrar no paredão dos "neo-autoritarismos", e da caixa da "unipolaridade" saltou, subitamente, a "multipolaridade". É verdade que o preço do petróleo ajudou a dar vida a muitos cadáveres: na Venezuela, o "socialismo" voltou a mexer-se; na Rússia, foram os czares, reencarnados em antigos agentes do KGB. Mas mesmo sem petróleo, Mugabe pode passear na sua quinta de sangue e miséria sem receio de alguém lhe marcar viagem só de ida para a Haia. Entretanto, as revistas da especialidade dedicam-se agora a debater o "declínio da América" num planeta cada vez mais chinês e indiano. Os profissionais do "anti-americanismo" sentem inesperadamente a ameaça do desemprego. Para onde é que foi o mundo de há dez anos?

As reviravoltas, de resto, já não precisam de décadas. Há umas semanas atrás, a crise do crédito nos EUA e em Inglaterra pôs em festa os últimos amigos de Alex. Eis as famosas empresas privadas, de gamela na mão, a fazerem fila para a sopa do Estado. O papão "neoliberal", depois de trinta anos a meter medo, tinha finalmente a estaca no coração. Os comentadores adeptos da velha ordem social davam abraços uns aos outros. Valera a pena não se deixarem convencer por Reagan e Thatcher.

Felizes os que puderam aproveitar bem o momento. Porque não durou. Um dia adormecemos em 1929, no outro acordámos em 1973. Com os preços dos combustíveis e dos alimentos a subir e os camionistas na estrada, a disputar rendimentos pela força, eis-nos a combater de novo a "inflação". Na terra dos fantasmas, Milton Friedman fez Keynes tropeçar mais uma vez.

E não, não é só agora que os tempos são assim, imprevisíveis e incertos. Em 1930, em My Early Life, Winston Churchill contrastou o mundo tal como era, com o mundo tal como lhe tinham ensinado que seria. Nascido em 1874, Churchill fora educado nas décadas de 1880 e 1890, quando a "civilização" das burguesias liberais europeias parecia alastrar pelo planeta. Os professores prepararam-no para entrar num século XX de paz, democracia e prosperidade. Depois da I Guerra Mundial e nos inícios da "Grande Depressão", entre ditaduras fascistas e comunistas, era óbvio para Churchill que os seus mestres se tinham enganado. Escreveu então: "Pergunto-me frequentemente se alguma outra geração viu revoluções tão espantosas nos factos e nos valores como aquelas por que a minha passou. Do que fui ensinado a acreditar ser permanente e vital, quase nada durou. E tudo o que me garantiram ser impossível acabou por acontecer" (adaptação).

Em 1930, Churchill sentiu-se como um estudante a olhar para o enunciado do exame, e a descobrir, com horror, que afinal a matéria estudada não saiu. Em tempos, ele tivera o fio da meada. Sem aviso, a meada mudou. A realidade não tem por hábito facilitar a vida. Estejam preparados.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Ramos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

"A FAMÍLIA SERVE PARA PROCRIAR"

«A presidente do PSD é contra a equiparação entre casamentos e relações de pessoas de sexos diferentes e as uniões 'gay' para efeitos fiscais e outro tipo de regalias. Manuela Ferreira Leite admitiu estar "a fazer uma discriminação" e avançou que a família "tem por objectivo a procriação" » [Diário de Notícias]

Parecer:

Em questões eleitorais esta Ferreira Leite parece um elefante aos pulos dentro de uma loja de cristais.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Manuela Ferreira Leite se no caso de infertilidade os casamentos devem ser anulados compulsivamente.»

PSD FICOU SEM FÔLEGO COM DECLARAÇÕES DE DIAS LOUREIRO

«Foi como se uma lâmina fina cortasse o PSD ao meio com um só golpe. As palavras de Manuel Dias Loureiro, que elogiou a "capacidade de liderança" e a "capacidade estratégica" do primeiro-ministro José Sócrates, deixaram ontem surpresos e embaraçados vários sociais-democratas. A maior parte, por motivos de amizade, respeito ou pudor, optou por não comentar sequer as palavras de Dias Loureiro, antigo secretário-geral do partido, ex-ministro da Administração Interna e actual conselheiro de Estado do Presidente da República por escolha directa deste.» [Diário de Notícias]

Parecer:

O caso não é para menos.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Ferreira Leite, a cavaquista número depois a seguir a Dias Loureiro, o que pensa das declarações.»

VEREADOR DO PSD NA MOITA FICOU SEM MAIL POR TER UM BLOGUE

«Quando ontem entrou no seu gabinete na Câmara da Moita, o vereador eleito pelo PSD, Luís Nascimento, levava consigo a "esperança" de já ter acesso à Internet e à respectiva caixa postal, das quais esteve privado durante cinco meses. Diz que foi um "castigo" da maioria CDU por ter enviado informações a um blogue da terra. À hora de fazer o teste à navegação esboçou um sorriso: "Hoje é um dia especial. Finalmente, isto funciona", disse. Mas depois de aceder à caixa do correio electrónico ficou incrédulo ao constatar que tinha 240 e-mails enviados pelos serviços da autarquia por abrir.» [Diário de Notícias]

Parecer:

É assim a democracia na little RDA da margem sul.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Conforte-se o vereador, assim poupou uma viagem a Cuba, já sabe como é viver no paraíso do avô Boca Doce.»

GUIMARÃES QUER DIA DE PORTUGAL A 24 DE JUNHO

«Guimarães quer que a comemoração do Dia de Portugal passe a ser a 24 de Junho, dia da batalha de S. Mamede, e não a 10 de Junho, como é tradição. A intenção é tão vincada que foi apresentada e aprovada uma moção em Assembleia Municipal, que será agora encaminhada para a Assembleia da República, primeiro-ministro e Presidente da República. » [Portugal Diário]

Parecer:

Estão no seu direito, até porque Guimarães tem uma golden share na nacionalidade portuguesa.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se uma valente gargalhada.»

O ALBERTO VAI FAZER UM REFERENDO OU UM PLEBISCITO?

«Alberto João Jardim esclareceu esta quarta-feira, que pretende transformar as eleições legislativas de 2009 num «plebiscito» à proposta de revisão constitucional que irá ser preparada pela Assembleia Legislativa da Madeira e não realizar um referendo regional, noticia a Lusa.

No entanto, numa primeira ocasião, no Centro Português de Caracas, falando para mais de um milhar de pessoas, durante os actos solenes do Dia da Madeira e das Comunidades Madeirenses, o presidente do Governo Regional da Madeira tinha-se referido à convocação de um referendo. » [Portugal Diário]

Parecer:

O que terá Manuela Ferreira Leite a dizer disto?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à caridosa senhora.»

INGRID BETANCOURT E LUSO DESCENDENTE FORAM LIBERTADOS

«El Ejército de Colombia ha rescatado sanos y salvos a la ex candidata presidencial Ingrid Betancourt, a tres estadounidenses y a once militares secuestrados por las FARC (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia). El anuncio lo ha hecho el ministro de Defensa colombiano, Juan Manuel Santos, que ha añadido que su salud es "razonablemente buena".

Ingrid Betancourt fue secuestrada por las FARC el 23 de febrero de 2002 mientras hacía campaña como candidata a la presidencia para las elecciones. Durante este tiempo, Betancourt ha estado retenida en la selva colombiana.» [20 Minutos]

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. O "Anti-Tretas" também se divertiu com a grande convergência do avô Boca Doce.
  2. O "Aliás" pescou uma imagem curiosa.
  3. O "Pensamentos" fez a recolha das leituras da entrevista de Manuela Ferreira Leite.
  4. O "Branco no Branco" sugere a leitura do comentário "porque no te callas Manueal?"
  5. O "Café Margoso" gostou da imagem de um interruptor.
  6. O "Não há mal que não se cure" gostou dos cartazes da Amnistia Internacional dedicados aos jogos de Pequim.
  7. O "Vento quente de mudança" também estranha as propostas da JS.
  8. O "Largo das Alterações" pergunta como pode a AP funcionar melhor.
  9. O "Largo das Alterações" acha que o doutoramento do SEAF é um produto das Novas Oportunidades.
  10. "O Diário da Mulher Aranha" dá destaque ao post onde se questiona a gestão dos nossos dirigentes da AM e gestores do sector privado.

OS MELHORES GOLOS DO EURO 2008 [Sports Illustred]

DMITRY LOSHAGIN

ONTÁRIO: PROIBIDO AFOGAR-SE

CONSIGO, CONSIGO, CONSIGO, ..., NÃO CONSIGO!

O FUTRBOL É BOM EM QUALQUER LUGAR

PORQUE NO TE CALLAS?


www.Tu.tv

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