terça-feira, julho 08, 2008

Umas no cravo e outras tanta na ferradura

FOTO JUMENTO

Feira Medieval de Sintra (Imagem de A.C.)

IMAGEM DO DIA

[J. Saget/AFP]

«Pause pipi pour des coureurs lors de la deuxième étape du Tour de France entre Auray et Saint-Brieuc, le 6 juillet 2008. » [20 Minutes]

JUMENTO DO DIA

O caga-milhões dos pobres

Depois de Ferreira Leite ter prometido distribuir o dinheiro das obras públicas pelos pobres Paulo Portas não podia ficar para trás, até porque os idosos são um dos seus mercados eleitorais mais preferidos. mas em vez de prometer exige aumentos de pensões e subsídios para documentos. Enfim, é mais fácil fazer oposição do que governar, Ferreira Leite e Portas prometem aquilo de que nem se lembraram quando estiveram no governo.

O QUE OS COMUNISTAS PENSAM DE INGRID BETANCURT

Vale a pena ler o resistir, ali encontramos o que nem o Avante ousa escrever. No caso da libertação de Ingrid Betancurt sucedem-se os artigos, ficamos as saber que a libertação foi um logro pois as FARC se preparavam para a libertar. Mas, pior ainda, é o retrato que se faz de Ingrid Betancurt:

«Após o atentado de 1989 contra o candidato presidencial liberal Luis Carlos Galán (muito amigo da sua mãe), começou a trabalhar como assessora no Ministério da Fazenda. Desgostosa e aborrecida, decidiu candidatar-se à Câmara de Representantes por Bogotá nas eleições de 1994. Em 1996, já convertida numa congressista, começou a sentir os prenúncios daquilo que mais ansiava: recebeu uma ameaça de morte e de sequestro, e preparou-se para a sua nova grande aventura. A primeira coisa que fez foi enviar os seus dois filhos para a Nova Zelândia, onde residia o seu ex-marido. Em 1988, eleita senadora, radicaliza a sua posição, organizando seu movimento político "Oxigeno". Ela queria ir muito mais longe que a sua mãe e ser a rainha dos grupos em armas. Iniciou então ataques muito bem estudados contra as FARC e contra os paramilitares, ao mesmo tempo que concertava reuniões com dirigentes de ambos os grupos. Ou seja, queimava-se pelas duas pontas. Viveu anos tormentosos, porque apesar das suas decididas e "valentes" declarações, nem a matavam nem a sequestravam. Parece que há uma forte superstição entre os grupos de sicários e assassinos na Colômbia de que matar mulheres traz má sorte. Com a típica posição dos "filhos do papá" que vemos hoje nos partidos da oposição na Venezuela (como "Primero Justicia") ela, juntamente com outros deputados, organizaram um grupo que se auto denominou "Os três mosqueteiros". Diziam ser os políticos de relevo, os de uma nova geração. Quando viu que já não tinha possibilidade de ser a Presidente dos colombianos, porque conseguiu apenas uns 53 mil votos (0,46%) dos 11 milhões de votos válidos, viu claríssimo: "quero apartar-me de tudo, não quero ver ninguém, desejo auto excluir-me. No caminho que levo jamais deixarei de ser o que sou, uma pária política. Odeio o silêncio, o horror ao vazio que significa a não presença do meu ser de maneira decidida e abaladora no mundo". » [Resistir]

Mais um pouco e chegariam à conclusão de que ao raptá-la as FARC fizeram um favor a Ingrid Betancurto. Ridículos quanto baste.

ALIVIAR O JUGO DO PETRÓLEO

«O Presidente da República apelou à formação de consórcios entre empresas portuguesas, espanholas e italianas para investigar novas fontes de energia. Entretanto, Portugal quer ter automóveis movidos a electricidade. É um projecto da Renault-Nissan, para o qual Sócrates solicitou à Comissão Europeia autorização para conceder ajudas públicas acima do normal.
E enquanto prosseguem os investimentos nas energias eólica e solar, o primeiro-ministro assinou o contrato de construção da Barragem do Baixo Sabor, apesar dos protestos e de uma providência cautelar de alguns ecologistas. O Baixo Sabor é uma das dez barragens a construir nos próximos tempos, sendo que também já foi assinado o contrato para reforçar a potência do Alqueva.

Muito do que está a acontecer decorre, claro, da brutal subida do preço do petróleo. Aliás, se desde os choques petrolíferos dos anos 70 não se reduziu a dependência mundial do petróleo no transporte rodoviário, em parte foi porque nos Estados Unidos a gasolina e o gasóleo pagam poucos impostos. Combustíveis baratos não incentivam os fabricantes de automóveis a optarem por grandes investimentos em carros eléctricos, nem sequer em motores de baixo consumo, tanto mais que tal não convém às empresas petrolíferas. Talvez agora as coisas mudem, finalmente.

O Governo português recusou cortar nos impostos sobre os combustíveis para absorver parte da subida do crude. Fez bem - mas não só, nem principalmente, por causa das finanças públicas, ao contrário do que se diz. Atenuar a subida dos combustíveis reduzindo a carga fiscal sobre eles seria errado do ponto de vista orçamental, decerto, assim como representaria uma injustiça, ao pôr o contribuinte, gastasse pouca ou muita energia, a financiar os consumidores. Mas o mais importante não está aí. O pior seria impedir os preços de cumprirem a sua função de sinais indutores de novas atitudes e iniciativas.

Em Portugal, a alta do petróleo tem consequências particularmente graves. Somos dos países europeus que consomem mais energia por unidade de PIB. Mais: enquanto na maioria dos nossos parceiros da UE a intensidade energética tem vindo a diminuir, entre nós ela aumentou.

A nossa dependência do petróleo é cerca do dobro da média europeia. É certo que desde há dez anos importamos gás natural em volumes crescentes. Mas o preço do gás segue de perto o preço do crude.

É, assim, imperativo, por um lado, investir em fontes energéticas alternativas. E, por outro, aumentar drasticamente a eficácia com que utilizamos a energia. Calcula-se que poderíamos reduzir em cerca de 40% a nossa factura petrolífera se conseguíssemos ter uma eficiência energética semelhante à dos países europeus mais adiantados nesta matéria. Ora não há nada como pagar cara a energia para não a desperdiçar e para a usar com maior eficácia.

Na indispensável promoção das energias alternativas as barragens hidroeléctricas continuam a ser uma área longe de estar esgotada em Portugal. Em anos de muita chuva, a electricidade produzida nas barragens representa perto de um décimo da energia primária consumida no país e à volta de 20% da energia eléctrica que gastamos. É preciso que estas proporções aumentem, para aliviar o jugo do petróleo caro.

Nada se faz sem custos. As barragens têm muitas vezes inconvenientes ambientais. Mas também se exagera: quando se construíram as barragens no Douro, entre o Pocinho e a Régua, alguns previram a degradação dos vinhos da região demarcada, dada a maior humidade provocada por um leito do rio muito mais largo. Ora os vinhos do Douro só têm melhorado...

É preciso colocar num prato da balança os prejuízos ecológicos decorrentes da construção de algumas barragens (como é indubitavelmente o caso do Baixo Sabor). Mas convém não esquecer o outro prato da balança. Ou seja, os benefícios da energia hidroeléctrica, desde logo para o ambiente: não emite CO2. Na quarta-feira passada, o PÚBLICO referia a possibilidade
E há ainda os benefícios de uma maior reserva de água (um bem que se vai tornar cada vez mais escasso) e sobretudo da redução da nossa enorme dependência do petróleo. Com o barril de crude perto dos 150 dólares, não são possíveis grandes dúvidas.»
[Público assinantes]

Parecer:

Por Sarsfield Cabral.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

DO VOSSO, RUI HUSSEIN TAVARES

«Hussein é um nome árabe, diminutivo de Hassan, que significa "bom" ou "bonito". É muito popular entre os muçulmanos, por causa do neto de Maomé que tinha esse nome, mas creio que também aparece entre árabes cristãos. E é também o nome do meio do candidato democrata às presidenciais americanas. Na rádio e na televisão, nos programas da direitona americana, não há demagogo que não goste de o tratar nome completo - Barack Hussein Obama -, puxando por aquele "Hussein" do meio que denuncia a sua herança "muçulmana" e supostamente assustará os ouvintes.

(Já agora: Barack também é um nome interessante, não somente árabe, mas comum nas línguas semitas. Aparece em hebraico como Baruch, quer dizer "bendito", e pode ser traduzido como Bento ou Benedito. Espinosa, filósofo de origem portuguesa e criado na religião judaica, usava todas as alternativas: era Baruch na sinagoga, mas Bento era o "nome português" com que era tratado em casa, e Benedictus o nome latino com que assinou os seus livros.)

Eis, em resumo, como o "gajo do nome esquisito" - é assim que Obama já se apresentou por vezes aos eleitores - compartilha afinal o seu primeiro nome com o Papa Bento XVI, o segundo com Saddam ditador do Iraque, e o terceiro rima com Osama. Mas é a repetição de "Hussein" para assustar os eleitores que tem causado um certo desconforto à sua campanha, o que permitia aos seus adversários uma resposta manhosa, mas de sucesso garantido: "Então vocês têm vergonha do nome do vosso candidato?"

Recentemente, entre os apoiantes jovens de Obama, alguém se lembrou deste ovo de Colombo que é ter sentido de humor: de repente, decidiram adoptar Hussein como nome do meio, e usá-lo mesmo como alcunha para os participantes na campanha deles. Uma Emily Nordling, nórdica-luterana, aparece como "Emily Hussein Nordling", um nome irlandês-católico fica "Dan Hussein O'Malley", e um nome euro-judaico resulta em "Sarah Hussein Frumkin". A mensagem é dupla. "Não aceitamos que uma pessoa seja julgada pelo nome que calhou em sorte" é a primeira parte, mas talvez a mais importante seja a seguinte: "As vossas tácticas não nos intimidam."

No seu melhor, a campanha de Barack Obama tem demonstrado isto: que não cede às chantagens emocionais dos seus adversários. Essa é uma das razões que é capaz de os levar à vitória. As anteriores campanhas democratas sucumbiram à tentação de tentar distanciar Al Gore e John Kerry da percepção pública que havia deles. Não só isso tem um preço a pagar na inconsistência da mensagem como é visto pelo eleitorado como um demonstração de insinceridade ou cobardia. Recentemente, o próprio Obama tem claudicado, moderando as suas posições sobre o Iraque ou a espionagem de chamadas telefónicas. É preciso cuidado: um eleitor prefere discordar mas respeitar um candidato, do que não saber se o pode respeitar nem concordar.

Já escrevi que Obama só não ganharia se Hillary se candidatasse como independente (hipótese entretanto excluída) ou na eventualidade de um escândalo com o próprio Obama (não com o seu pastor, nem com a sua mulher, nem nenhum dos escândalos menores que vão tentar criar à sua volta). Mantenho. Não incluí, e arrependi-me imediatamente, aquele que me parece ser o elemento decisivo dos próximos meses: a possibilidade de um conflito com o Irão (directa ou indirectamente através de Israel).

Nos últimos dias, a New Yorker publicou uma reportagem dando conta da existência de operações secretas americanas em território iraniano que poderão redundar num pretexto para esse conflito. Na próxima crónica exploraremos esse tema.» [Público assinantes]

Parecer:

Por Rui Tavares.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA COMEÇA CEDO

«Existe "tanta violência" no namoro entre jovens dos 15 aos 25 anos como no casamento: 25% já foram vítimas de violência na relação. Mas o "fenómeno é ainda mais preocupante" nas novas gerações, que começam a agredir-se cada vez mais cedo, no ensino secundário e profissional. Pior, chegam a tolerar a violência sexual, pois, para eles, "relações sexuais forçadas não são o mesmo que violação, nem sequer são crime". O alerta é de Carla Machado, coordenadora de um projecto nacional sobre este fenómeno. » [Diário de Notícias]

Parecer:

Em Portugal nada se fez para combater este fenómeno.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Adoptem-se medidas.»

A ANEDOTA DO DIA

«O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, declarou «recear que a Madeira seja ainda mais roubada para Portugal andar a fazer perdões de dívidas» a países como Moçambique e São Tomé e Príncipe, escreve a Lusa. » [Portugal Diário]

Parecer:

Pois, roubamos à Madeira para dar borlas a África.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a competente e merecida gargalhada.»

AGORA VÃO ESCOLHER AS SETE MARAVILHAS NATURAIS DO MUNDO

«Un año después de designar las Siete Nuevas Maravillas del Mmundo , la misma fundación pone en marcha una nueva votación para nombrar a las Siete Maravillas Naturales de nuestro planeta, que cuenta ya con más de dos centenares de candidaturas.

El criterio para que un espacio natural sea elegible es que no haya sido creado ni alterado significativamente por la mano del hombre por razones estéticas. Ya hay 277 lugares de todo el mundo nominados para convertirse en una de las siete maravillas naturales.» [20 Minutos]

ESPECIALISTA RECOMENDAM O CONSUMO DE 7 AZEITONAS POR DIA

«Los expertos recomiendan ingerir unas 7 aceitunas al día. Este alimento es consumido sobre todo como aperitivo y tiene una amplia variedad con o sin hueso, enteras o troceadas y verdes o negras. También se usa como ingrediente de infinidad de platos de nuestra dieta mediterránea española.» [20 Minutos]

O JUMENTO NOS OUTROS BLOGUES

  1. O "Câmara de Comuns" chama a Manuela Ferreira Leite a "pupila do senhor reitor".
  2. "A Alma da Flor" pescou um vídeo do Youtube.
  3. O "PS Lumiar" deu destaque ao post "obrigadinho senhor Presidente".
  4. O "Cu-Cu" pescou uma imagem a que deu o título "Cristiano Ronaldo Butt"

ILONA RODINA

FRANCISCO FRANCO, O BAIXOTE

ADESF