Se de Cavaco Silva se disse que era um eucalipto, secando tudo à sua volta, Manuela Ferreira Leite foi mais longe, sem tempo nem credibilidade para dirigir o partido por tempo suficiente para o secar, optou por tentar eliminar todos os adversários, os que com ela disputaram a liderança do PSD e os que pudessem vir a fazê-lo contra futuros candidatos cavaquistas. Incapaz de se afirmar pelas ideias que não tem e pelos projectos que não apresenta, a líder do PSD optou por tentar eliminar actuais e futuros adversários, a excepção foi Santana Lopes que se submeteu docilmente a troco de um emprego.
Ao fim de tantos anos em que cavaquismo foi apresentado como o melhor para o país e para o PSD os portugueses tiveram a aoportunidade de conhecer os métodos de duas personalidades de topo dessa "seita". Sem dinheiro para distribuir Cavaco Silva revelou-se um político banal, diria mesmo que quase rasca, um político sem coragem para apoiar um projecto, um político calculista que tudo condiciona à sua ambição pessoal. A sua actuação ou, como nos pretendem fazer crer, a actuação dos seus assessores no caso das escutas foi indigno de quem está na Presidência da República. Ferreira Leite revelou-se uma política pimba, sem ideias, sem princípios no debate político, chegando ao ridículo de esconder a sua pobreza intelectual com o argumento de não querer ver as suas ideias copiadas.
A dupla cavaquista insiste em manter-se, Ferreira Leite vai resistindo na liderança do PSD condicionando o partido às ambições pessoais de Cavaco Silva. A saída de Manuela Ferreira Leite está agendada para data mais próxima da decisão de Cavaco Silva se recandidatar, com a saída da sua amiga da liderança do PSD o ainda Presidente pode ensaiar um afastamento da futura liderança numa tentativa de enganar mais uma vez os eleitores de esquerda. Num papel invertido de viúva negra Manuela Ferreira Leite vai simular o seu fim político proporcionado a Cavaco Silva um exemplo de neutralidade política.
Resta encontrar uma alternativa que ponha fim ao cavaquismo, um cadáver político que insiste em fugir ao enterro.