O PSD é como uma vinha velha, atingida pela doença e incapaz de dar boa uva, só isso explica o facto de ter concorrido com candidatos como Pedro Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite nas últimas duas eleições legislativas, ficando abaixo dos 30% dos votos. Mas os grandes responsáveis pela destruição lenta do PSD são precisamente aqueles que precisam dele para manterem o seu estatuto político e mesmo social, por isso tudo fazem para que tudo na mesma.
A solução do PSD passa pelo arranque de uma boa parte da “vinha” e não pela busca de uma poção mágica que o livre da peçonha. O problema do PSD não está na fórmula para escolha do líder mas sim na falta de qualidade da sua elite, não é por Manuela Ferreira Leite ser escolhida num congresso em vez de ser através de directas que faz dela um político capaz de convencer os eleitores. Se nas directas há a corrida à compra de votos, nos congressos compram-se os delegados, o que é ainda mais fácil. O problema é que no PSD se instalou a cultura do negócio, a escolha das lideranças são um imenso negócio feito por gente que está mais empenhada em proteger o seu poder do que em levar o partido ao governo.
A doença de que sofre o PSD não passa por mezinhas, implica uma profunda renovação desde os seus falsos ideólogos televisivos a uma boa parte do poder autárquico que tomou conta da liderança., implica, acima de tudo, libertar-se da tralha cavaquista, gente pouco empenhada no sistema partidário e que há muito que se serve do PSD para os seus negócios privados, como se assistiu no BPN.
Enquanto o PSD andar entre Ferreira Leite, Cavaco, Pacheco Pereira, Santana Lopes e outros não passará dos 30% de eleitores, que em termos desportivos equivale aos sportinguistas que vão a estádio para ver a sua equipa perder. O PSD ou se renova ou morre e para se renovar precisa de se libertar das imensas carraças que se apoderaram do partido.