Primeiro-ministro: o cargo de primeiro-ministro será assumido em regime de rotatividade por Manuela Ferreira Leite, Paulo Portas e Francisco Louçã. Em caso de doença ou perda de lucidez Manuela Ferreira Leite será substituída por Aguiar-Branco. Para assegurar os consensos o conselho de ministros assombrado será presidido por Cavaco Silva que para o efeito se fará substituir pelo seu assessor Fernando Lima.
Vice-primeiro-ministro: Jerónimo de Sousa será vice-primeiro-ministro a tempo inteiro, os restantes assumirão pasta idêntica enquanto não lhes couber assumir a pasta de primeiro-ministro.
Ministro dos Negócios Estrangeiros: Ana Drago, que dará prioridade ao relacionamento com as ditaduras emergentes, como as da Venezuela e Bolívia, sem perder de vista o eixo Atlântico conforme defendem o PSD e o CDS. O PCP será recompensado com uma secretaria de Estado no ministério da Economia, onde poderá dar prioridade às relações económicas com a China, assim não só poder promover a cooperação com o seu aliado, como tudo fará para que os salários dos portugueses se aproximem dos chineses, permitindo aos primeiros atingir os padrões de qualidade de vida dos segundos.
Ministro da Educação: Mário Nogueira, assegurará a aplicação do SIMPLEX à avaliação e à progressão nas carreiras do pessoal docente. No momento da admissão os professores preencherão logo os processos de admissão a todas as categorias e avaliação passará a ser feita no final de Dezembro, sendo todo o processo substituído por uma carta ao Pai Natal.
Ministro da Justiça: António Preto, que usará da sua experiência para promover uma reforma do Código Penal que permita que todos os portugueses sejam suspeitos de serem corruptos à nascença, assegurando ainda que possam ser condenados com bases nos indícios encontrados pelo Ministério Público e sem irem a julgamento. O cargo de assessor de imprensa será assegurado, por inerência de funções, por um jornalista do semanário “Sol”.
Ministro do Trabalho: Bernardino Soares, que tentará rever o Código do Trabalho à luz da experiência de entendimento com os patrões alcançada aquando da suspensão do Código Contributivo, que permitiu que o trabalho precário continuasse em roda livre e sem contribuições para a Segurança Social.
Ministro da Agricultura: Sevinato Pinto, que continuará a fazer o trabalho excelente que fez na Presidência, assegurando que o primeiro-ministro é sempre bem recebido quando vai a uma feira agrícola. Promoverá o pagamento antecipado das ajudas agrícolas, principalmente em sectores como os cereais, os agricultores dizem o que tencionam fazer para receberem as ajudas e depois logo se vê se há necessário de proceder a uma correcção.
Ministro da Defesa: Senhor Palma, homem com vocação para funcionar como periscópio dos magistrados e com especial vocação para manobras na ausência de luz será a pessoa talhada para dar uso aos submarinos de que o CEMGFA diz não saber para que servem. Quando isto estiver no fundo sempre pode usar os submarinos para salvar as magistraturas.
Ministro da Agricultura: Vasco Graça Moura, depois de ter dito dos portugueses que isto é uma porcaria tudo vai fazer para que a sua política cultural melhore a forma como nos vês, espera-se que a evolução seja tão grande que daqui a uns tempos possa dizer que isto já não é uma porcaria, passou a ser uma merda.
Ministro do Ambiente: Maria José da Cunha Avillez Nogueira Pinto, pela sua vasta experiência de piadolas nos salões da alta burguesia e depois da sua entrada de leão parlamentar é a pessoa indicada para criar bom ambiente. Como seu assessor terá um palhaço do Circo Chen.
Ministro da Saúde: Pacheco Pereira, a sua nomeação será uma forte aposta nos cuidados paleativos já que as suas intervenções políticas anestesiam qualquer um.
Todos os ministros terão como chefe de gabinete um assessor da Presidência da República que terá por funções assegurar a cooperação estratégica e seleccionar as matérias que o Fernando Lima deverá transmitir aos jornalistas do Público.
Deixo à vossa consideração a designação dos titulares das restantes pastas.