A semana marcou o aparecimento parlamentar da deputada Zezinha mas quando se pensava que ia fazer um brilharete na comissão parlamentar para a saúde, ela que a esta hora era suposto ser ministra da pasta se (como diz Vasco Graça Moura) os nossos eleitores não fossem uma porcaria, surpreendeu-nos com a antecipação da estreia do Circo Cardinali. O país ficou a saber que no melhor pano cai a nódoa e que a Zezinha, apesar do berço de ouro em que cresceu também é capaz de uma boa discussão no Mercado da Ribeira.
Enquanto a Zezinha animava a semana parlamentar o Manuel Alegre tentou animar as suas hostes, relançando a sua imagem de político acima de todos, especialmente dotado para ser Presidente da República. Só que os eleitores do PS não se esquecem do apoio sinistro que Manuela Alegre deu ao BE que agora já não parece interessado nas suas convergências de esquerda. É cada vez mais previsível um fim triste para a sua carreira política, agora que vale por si próprio e não pelos danos que poderia causar à maioria absoluta de Sócrates Manuel Alegre arrasta-se acompanhado por jornalistas estagiários.
Mais sorte tem Cavaco Silva que deixou de ser Presidente da República, se é que alguma vez o foi, para passar a ser candidato presidencial com sede de campanha no Palácio de Belém. Aos poucos e poucos vai recuperando da figura triste que fez na campanha das legislativas, muito graças a responsáveis do PS que ao pedir-lhe uma intervenção estão a dar-lhe protagonismo político. Talvez embalado pela recuperação da imagem Cavaco já tirou as unhas de fora e num momento que escapou a quem lhe escreve os discursos, disse uma das suas ao desvalorizar o TGV comparando-o com a iniciativa dos jovens. Quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita.
