Eu diria que aqui anda gato, então a direita acha que juntando o PSD e o CDS têm a maioria absoluta e ainda sobra, tendo em Belém alguém que deseja ver-se livre de Sócrates e com este mais do que morto, só se esqueceram de o enterrar, vem abdicar de governar sozinha para se sujeitar a um governo liderado por um moribundo a quem os magistrados já marcaram a missa do sétimo dia?
Cá por mim que quando a esmola é grande até o pobre desconfia.
Quando o país enfrentava a maior crise financeira a direita lançava comissões parlamentares para marinar José Sócrates, Cavaco borrifava-se na cooperação estratégica e prometia servir Sócrates numa bandeja depois de devidamente cozinhado de acordo com a receita da comissão parlamentar de inquérito. Agora que se começam a ver umas luzinhas no túnel apesar de todos vaticinarem mais recessão económica a direita quer ajudar a salvar o país sob o comando do tenebroso José Sócrates.
Estarão mesmo a querer ajudar a salvar o país ou apesar de toda a alegria proporcionada pelas sondagens querem um seguro de vida com receio de que Sócrates tenha mais vidas do que um gato? Depois de todas as tentativas para destruir Sócrates, desde processos judicias manhosos a comissões parlamentares ridículas, o PSD parece querer voltar a experimentar a receita de Cavaco, começa-se com o Bloco Central para saltar dele na ocasião mais oportuna. Se tudo correr bem isso foi o resultado da dedicação do PSD ao país, se correr mal propõem-se eleições antecipadas no momento mais oportuno.
Deixem-se de tretas, cumpram o que a líder legítima do PSD durante a campanha eleitoral afirmou e esqueçam o Bloco Central. Se gostam tanto do país respeitem a democracia e joguem sem truques, sem suspeitas de escutas em Belém, sem golpes baixos e quando terminar a legislatura apresentem um programa, É assim que se fazem as coisas, dizendo aos portugueses o que se quer para a economia, até porque estes não são mais nabos dos que os dirigentes e empresários do PP espanhol.
É ridículo ver o líder do PSD ir a Espanha dizer o que quer e depois promover umas jornadas parlamentares onde se convidam uns economistas de segunda linha para lhe dizerem o que deve querer.