Pedro Passos Coelho quer governar sem oposição, com um mandato de cinco anos, um presidente de direita durante seis anos e uma constituição que seja uma extensão do seu programa político liberal. Na economia nada se sabe de soluções para os problemas, sabe-se apenas que com o argumento liberal Pedro Passos Coelho quer financiar a saúde privada (coincidência ou talvez não a sua equipa parece uma agência do grupo Mello) recorrendo aos benefícios fiscais e desnatando o SNS, que passará a ser reservado a pobre.
Até agora Pedro Passos Coelho não propõe qualquer solução e quando é confrontado com decisões difíceis, como é o caso das SCUT, reage com indecisão, mais preocupado com o pecúlio eleitoral ou com as exigências dos seus autarcas do que com os interesses do país.
Pedro Passos Coelho é um modesto economista e não deve ter sido o emprego que lhe foi dado pró Ângelo Correia que lhe deu dimensão intelectual, no entanto parece ter uma visão para o país. Ainda recentemente, nos debates das directas do PSD, Pedro Passos Coelho apoiou-se sempre num “grupo de estudo”, todas as suas ideias eram-lhe fornecidas por esse mesmo grupo.
Tanto quanto se sabe Pedro Passos Coelho sabe tanto de direito constitucional como eu sei de lagares de azeite, de repente aparece com um projecto de uma nova constituição, convencido de que a chantagem sobre o país por ocasião do orçamento para 2011 forçará o PS a aceitar o seu projecto.
É cada vez mais evidente que Pedro Passos Coelho não foi apenas um político patrocinado ao longo de anos pela Fomentivest de Ângelo Correia, é um candidato a primeiro-ministro patrocinado por interesses económicos que querem um país à medida dos seus interesses. Parece que Pedro Passos Coelho quer reformatar o país por encomenda.