Em vez de discutir os seus problemas os portugueses são induzidos a uma agenda política que apenas visa a conquista do poder, tem por único objectivo levar os portugueses a votarem condicionados por insinuações, falsas acusações, medo. Até a Presidência da República serviu de fonte de falsas acusações ao governo, com o Presidente da República a fomentar a dúvida em plena campanha eleitoral. A pouca vergonha instalou-se na política portuguesa e depois da vagas de santanistas, de magistrados, de jornalistas e assessores cavaquistas é a vez dos economistas, eu diria da ala dos namorados, traídos, arrependendidos e vingativos.
Lamentavelmente, o PSD que tem entre os seus apoiantes e simpatizantes conta com muitos e bons economistas, opta por se socorrer de ressabiados, gente vingativa, vedetas que enriquecem à custa de pareceres caros encomendados por amigos do poder ou de pensões absurdas generosamente pagas pelos impostos dos portugueses, para lançar o medo na sociedade, uma nova versão da tanga de Durão Barroso com o objectivo de criar um clima favorável a mudanças económicas e sociais. À falta de uma ditadura e de agentes da PIDE para assegurarem o silêncio dos portugueses, recorrem a cenários dramáticos, querem substituir o medo da PIDE pelo medo das agências de rating, da saída do Euro e da bancarrota.
Já perderam a vergonha na cara, vemos economistas que ganham fortunas a propor a redução dos salários dos outros, ex-ministros que justificaram pensões absurdas conseguidas de forma abusiva sugerir que se corte no rendimento dos que menos ganham com o seu trabalho. O mais grave é que o PSD prefere dispensar muita gente inteligente com que pode contar para optar por esta estratégia de medo e chega ao ponto de contratar esta gente (a custo zero na perspectiva de um bom tacho no próximo governo ou de mais pensões e pareceres e estudos desnecessários pagos a bom preço) para dizerem os seus disparates nas jornadas parlamentares, a dose foi tão exagerada que até os deputados social-democratas se sentiram envergonhados com tanto disparate.
Se Ernâni Lopes tem excelentes soluções para o país que passam por cortar nos rendimentos dos outros faço-lhe uma sugestão, que vá com a sua receita para o Borundi ou para a República Centro Africana, lá terá ditadores dispostos a acolher as suas receitas e milícias de assassinos que serão capazes de assegurar a adesão dos eleitores. Se Campos e Cunha acha que quantos mais votos brancos houver menos deputados deverão ser eleitos então que pegue no avião e vá para as Ilhas Desertas e teste aí os seus conceitos democráticos, de preferência sem incomodar as focas, que fazem mais falta ao país do que as suas idiotices. Se o sociólogo Cabral acha que deve ser apresentada uma moção de censura só para ver a esquerda unir-se então que compre uma vivenda no Portugal dos Pequeninos pois ali terá uma democracia à dimensão das suas idiotices.
O país não precisa desta gente, precisa de economistas ou sociólogos que estejam empenhados no bem colectivo e não em receber pensões, vender pareceres e impingir estudos da treta, precisa de economistas, sociólogos, cientistas, artistas, serralheiros, agricultores, pescadores e muitos outros portugueses que concordando ou não com as políticas, tendo ou não votado no partido do poder, estão empenhados no desenvolvimento do país, sabem respeitar as regras democráticas e, acima de tudo, não colocam um BMW ou umas férias nas Seychelles à frente do interesse nacional.
Se Campos e Cunha é assim tão, bom então que vá para a Goldman Sachs, para Harvard ou para o MIT, se Hernâni tem tantas soluções cedo o convidarão para presidir ao FMI, os Cabrais sabem tanto de sociologia terão lugar nas melhores universidades francesas. Cá é que não me parece que sejam muito necessários, já temos profetas da desgraça e motivadores profissionais em demasia.