sábado, julho 10, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

A campa do "Nyko" no Jardim Zoológico de Lisboa

JUMENTO DO DIA

Campos e Cunha

Campos e Cunha foi ministro de José Sócrates até ao dia em que a sua continuação no governo se tornou insustentável por causa da má imagem que resultava de ganhar uma pensão vitalícia por conta de uma passagem pelo Banco de Portugal. Perante a indignação social que a sua pensão suscitava justificou-se com o argumento ridículo de que a sua pensão era um direito adquirido.

Desde que saiu do governo notabilizou-se por não ter perdido uma oportunidade para criticar as medidas do governo de José Sócrates, tanto se esforçou por se vingar de Sócrates que finalmente foi recebido no regaço do PSD, ao que parece em nome da "alternativa".

Se a alternativa que Pedro Passos Coelho passa por gente como Campos e Cunha o melhor é começar já a procurar por uma alternativa a Pedro Passos Coelho.

DISCRIMINAÇÃO POSITIVA

Sempre que em Portugal se quer dar uma borla recorre-se ao conceito mágico da discriminação positiva, isso significa que uns pagam pelos outros com base em médias estatísticas. É por isso que por morar em Lisboa qualquer pobre é alvo de discriminação positiva, como se um pobre morasse seis meses em Chelas, três na Lapa e outros três na Quinta da Marinha.

AS REGIÕES, DE NOVO!

«A Comissão Coordenadora Regional do Norte e o Conselho Regional do Norte organizaram esta semana, no Porto, uma conferência sobre o contributo da regionalização do continente para o desenvolvimento económico do País.

A iniciativa visa claramente repor a regionalização administrativa na agenda política. O seu principal mérito é o de chamar a atenção para que a regionalização do continente constitua o único capítulo da Constituição portuguesa, que, ao fim de trinta e quatro anos, permanece integralmente por concretizar.

Naturalmente que não é por a Constituição o prever que, por si só, o processo de regionalização vai avançar. Mas, de alguma forma, o facto de este capítulo da nossa Lei Fundamental permanecer como o único em que existe uma efectiva omissão integral de aplicação merece uma clarificação por parte dos agentes políticos. Na realidade, ao estarmos a aproximar-nos de um período de revisão constitucional, conviria que os partidos políticos clarificassem as suas intenções: ou bem que existe uma vontade de desencadear um debate que permita um consenso amplo sobre a criação das regiões administrativas no continente, ou bem que, não havendo, seria imprescindível que se percebesse, ao menos, qual o significado de manter na Constituição um objectivo que não beneficia de uma intenção concretizadora suficientemente consistente.» [DN]

Parecer:

Por António Vitorino.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

IRÃO SAI (NUM CASO) DA IDADE DA PEDRA

«O Irão já não vai matá-la à pedrada, talvez já só a mate por forca. O Times londrino de ontem anunciava - da edição em papel, de manhã, à notícia ao fim da tarde, online - esse passo de gigante da civilização. Em 2005, Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, foi acusada de ter tido "relações ilícitas" com dois homens, na cidade de Tabriz. Foi condenada a 99 chicotadas. Perguntaram ao filho, de 17 anos, se ele não preferia sair da sala. Ele disse que não: "Não queria deixá-la sozinha." Novo julgamento condenou Sakineh à morte, por lapidação. Depois disso, Sajad, o filho, continuou a não deixá-la sozinha. Fez várias viagens à capital, Teerão, pedindo misericórdia ao ayatollah Ali Khamenei, Líder Supremo do Irão - nunca foi recebido. Com a revolução islâmica, em 1979, os religiosos introduziram a morte por lapidação no código penal. A condenada é lavada, envolta num lençol e enterrada até ao peito - um círculo de homens atira-lhe pedras até ela morrer. Ontem, soube-se que o regime iraniano saiu, num caso pontual, da idade da pedra. Deve saudar-se sempre o movimento quando o contraponto é um corpo preso por um lençol, braços e pernas tolhidos na terra e, de livre, só o terror dos olhos à espera de pedras. Hoje é o dia raro em que podemos passar pelo embaixador da República Islâmica do Irão em Lisboa e cumprimentá-lo. Efusivamente.» [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

QUEIROZ: A NOVA VÍTIMA DAS VENDAS DO SOL

«'Reajo com espanto, porque tivemos a conversa nos termos em que o Sol a noticiou. Só posso reagir com estranheza. Mantive uma conversa na terça-feira e foi nessa conversa que ele disse a frase que está em causa. Não percebo a reacção dele", referiu.

A entrevista ao seleccionador nacional, onde este terá dito que "tendo em conta a estrutura amadora da Federação, as coisas correram muito bem à selecção", foi feita pelo telefone. Pedro Prostes da Fonseca diz que não entende o desmentido. "Não faço ideia. Presumo que ele deixou cair uma frase inadvertidamente e está à custa do semanário Sol a tentar recuperar isso", disse, deixando em aberto a hipótese de divulgar a gravação: 'Isso é uma questão que tenho que falar com a direcção do jornal, porque eu não tenho legitimidade para o fazer. A entrevista foi gravada e estou completamente tranquilo".» [DN]

Parecer:

Parece que já não é José Sócrates a queixar-se do SOL.

O ingénuo jornalista diz que gravou a conversa, só não explica se foi com autorização e em que contexto as coisas foram ditas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Jogue-se o jornalismo mais os jornalistas do Sol para a sanita e puxe-se o autoclismo.»

JÚDICE DEFENDE QUE ACCIONISSTAS PODEM PEDIR INDEMNIZAÇÃO AO ESTADO

«Se continuar a utilizar a golden share, o Estado pode vir a ser processado pelos accionistas ou por qualquer outra entidade que se considere lesada pelo uso dos direitos especiais na PT. A hipótese foi admitida ao DN pelo advogado José Miguel Júdice que explicou que "se houver uma entidade que se sinta prejudicada pela aplicação de uma norma que é ilegal tem o direito de pedir indemnização por responsabilidade extracontratual e tem três anos para o fazer".

Desde os mais pequenos accionistas da PT até a pesos-pesados como o BES, todos os que se sentirem lesados podem interpor um processo ao Estado.

Até ontem, as dúvidas jurídicas existentes sobre a legalidade da golden share na PT davam alguma blindagem ao Estado. No entanto, no entender de José Miguel Júdice, "a partir do momento que há uma decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, as entidades podem pedir a indemnização ao Estado, que pode a qualquer momento retirar aquilo que fez no passado".» [DN]

Parecer:

Por outras palavras, José Miguel Júdice oferece-se para advogado dos accionistas da PT.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sugira-se aos accionistas que façam fila à porta do escritório de José Miguel Júdice.»

DO FUTEBOL PARA OS GANGUES

«Ninguém confirma que houve tiroteio, mas a GNR garante que sentiu necessidade de intervir, na madrugada de quarta-feira, num bar da Caparica, onde dois grupos rivais - o futebolista Miguel estaria integrado num deles - se envolveram numa zaragata. E apesar de o futebolista, através do seu empresário, garantir que estava no Algarve quando aconteceram desacatos à porta do bar Ngaru Beach Lounge, na praia da Cabana do Pescador, na Costa de Caparica, o próprio dono do bar, Nuno Campos, garantiu ontem ao DN que Miguel esteve na festa africana organizada na madrugada de quarta-feira e para a qual alugou o seu estabelecimento.» [DN]

Parecer:

Começa a ser muito frequente a presença do futebolista em lutas de gangues.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aceitam-se apostas sobre o futuro de Miguel.»

LUÍS CUNHA NO REGAÇO DO PSD

«"Alternativa" é o lema das jornadas parlamentares do PSD que se realizam na segunda e terça-feira da próxima semana, no Auditório Novo da Assembleia da República. Dois antigos ministros das Finanças, Ernâni Lopes, que fez parte do Governo de bloco central liderado por Mário Soares, e Luís Campos e Cunha, que assumiu a pasta durante muito pouco tempo no primeiro Governo de José Sócrates, estarão presentes.

E são eles, tal como o sociólogo Manuel Villaverde Cabral e Vítor Bento, presidente da SIBS e conselheiro de Estado, que vão debater com o deputados sociais-democratas as "alternativas" ao poder rosa. Vão apontar os "impasses e os bloqueios da sociedade portuguesa" e as "mudanças necessárias". O líder do PSD encerrará os trabalhos com a sua própria alternativa ao PS e a dois dias do debate do estado da Nação.» [DN]

Parecer:

Deve estar a preparar-se para chegar a algum cargo que lhe proporcione mais uma pensão vitalícia daquelas que são os contribuintes a pagar.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao PSD se aceira "arrependidos" e ressabiados.»

O POLVO PREVÊ A VITÓRIA DA ESPANHA

«Até aqui o polvo 'Paul' ainda não falhou. O animal tem previsto sempre o vencedor dos jogos e já antecipa o próximo campeão mundial: a Espanha.

A última previsão foi acompanhada em direto por várias televisões europeias. O famoso animal sentou-se em cima de um cubo com a bandeira espanhola e ignorou outro igual com a bandeira holandesa. Isto significa que serão os espanhóis a levar a taça no domingo.

Além disso, 'Paul' advinha ainda que a Alemanha vai ganhar ao Uruguai, ocupando assim o terceiro lugar do pódio. » [Expresso]

Parecer:

Temos que trazer o polvo para Portugal para prever quando é que o Ministério Público consegue concluir o processo Freeport.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Compre-se o polvo e depois da previsão faça-se salada de polvo.»

ESPANHA CORTA NOS SUBSÍDIOS ÀS ENERGIAS RENOVÁVEIS

«O Governo espanhol estima poupanças de 1,2 mil milhões de euros até 2013 com os cortes que vai efectuar nos subsídios que concede para a produção de energia eólica e solar, noticiou a Bloomberg.Segundo a mesma fonte, que cita fontes próximas da análise feita pelo Governo, o corte nos subsídios pode chegar a 1,3 mil milhões de euros. O objectivo do Governo liderado por Zapatero passa por reduzir o diferencial entre o que os consumidores de energia pagam e o que esta efectivamente custa no mercado grossista. » [Jornal de Negócios]

Parecer:

Quanto se estará a gastar em Portugal?

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao ministro da Economia.»

SINH NGUYEN