FOTO JUMENTO
Óbidos
IMAGEM DO DIA
Ninho de andorinha-das-chaminés [Hirundo rustica] (imagem de A. Cabral)
A MENTIRA DO DIA D'O JUMENTO
Num gesto de grande coerência Passos Coelho chamou os seus assessores mais próximos e à volta de uma bica comunicou-lhes que ia propor a mudança de nome do PSD, disse-lhes que se defendia que se deveria expurgar a constituição de tudo o que cheirasse a socialismo porque Portugal deixou essa via há muito tempo, seria da mais elementar coerência que depois das propostas que fez manter a social-democracia no nome do seu partido era o mesmo que a constituição afirmar que o objectivo do país era atingir o socialismo.
O seu grupo de amigos liberais concordou e aplaudiu e Pedro Passos Coelho foi mais longe e antes de mudar a constituição do país para viabilizar a extinção do estado social vai reunir o congresso do PSD para adoptar um nome mais condizente com as políticas que este partido tem defendido.
JUMENTO DO DIA
Investigadores do caso Freeport
O mínimo que se pode dizer do caso Freeport é que os prejuízos que deu ao país e à democracia portuguesa tiveram consequências bem mais gravosas do que qualquer crime que tenha sido cometido. Além disso, os crimes cometidos ao longo de anos à sua sombra, contra a dignidade de pessoas e contra a democracia, foram bem mais graves do que os que supostamente foram cometidos pelos arguidos que venham a ser acusados. Para não falar da imagem do país que foi arrastado pelo lodo por este processo.
Os investigadores do processo levaram anos para que o país fique a saber que muito do que se disse à sombra do processo eram mentiras. É demasiado tempo para que agora a montanha tenha parido um rato.
«O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) anunciou hoje que deu por concluído o processo Freeport relacionado com o licenciamento do 'outlet' de Alcochete. A SIC está a avançar que dos sete arguidos do processo, dois foram acusados.
“O processo Freeport está dado como concluído e amanhã [terça-feira] será divulgada uma nota”, comunicou hoje o DCIAP à agência Lusa. » [Público]
TESTEMUNHOS PARA MEMÓRIA FUTURA
««Se agora o Governo reconhece que estava errado e vem ao encontro do que o PSD apresentou, é de saudar, é positivo e mostra que o caminho certo era do PSD», considerou.
Segundo o líder parlamentar do PSD, a cobrança das referidas taxas «era absolutamente discriminatória, injustificadamente discriminatória». «E não ia ao encontro do acesso à saúde de uma forma universal como nós entendemos», acrescentou. » [TVI24]
Aguiar-Branco a propósito das taxas moderadoras nas cirurgias.
BANCOS COM 'Y' DÃO-ME 'STRESS'
«Voltando ao bife de lombo que foi a notícia, no universo geral de vacas magras, da boa prestação dos bancos portugueses no tal exame do stress. O episódio leva-me a lembrar o que os agoirentos diziam ainda há pouco. Não recuemos muito, as boas notícias foram a 23 de Julho mas uma semana antes, a 15 de Julho, o banco britânico Barclays Capital atirou uma notícia que foi agarrada com sofreguidão pelos jornais portugueses (um, popular, pô-la em manchete: não era um pai que violava três filhas mas era igualmente má notícia, isto é, boa, que isso de puxar para baixo é que vende papel). Dizia o britânico Barclays que a banca portuguesa estava nas ruas da amargura, o crédito malparado era mato e seriam precisos 5,9 (adoro a exactidão) mil milhões de euros de injecção de capital. Ora, os testes de stress, lembro, foram feitos aos quatro maiores bancos portugueses (Caixa, BCP, BES e BPI), representantes de três quartos da banca nacional, onde há também pequenos bancos, como o Barclays português, com 3% de quota de mercado e muita ambição de crescer, mas, claro, nada tendo a ver com a falsa estimativa lançada pela casa- -mãe. O facto é este: o agoiro do Barclays britânico não se confirmou (apesar de a exactidão - 5,9 mil milhões, não seis - parecer que lidávamos com especialistas). Até uma boa explicação para esse erro, não me apetece usar um balcão bancário com "y". » [DN]
Parecer:
Por Ferreira Fernandes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
VERTIGEM DO ERRO
«Em poucos dias, o principal partido da oposição cometeu erros que destruíram o bom trabalho mediático até aqui construído.
Primeiro, em doses mínimas e depois de chofre, gerou uma proposta para rever dois terços da Constituição. Perante reacção negativa logo recuou, atribuindo a paternidade a uma mera comissão interna, disposto a aceitar alterações. O que levou Pedro Passos Coelho (PPC), foi ele que deu a cara, a chamar este esotérico tema para um momento em que se prepara o primeiro OE após duas formas consecutivas de ajustamento financeiro, onde tanta energia será necessária para negociar acordos que façam progredir o país ao menor custo?
Conheciam os autores da proposta a história constitucional portuguesa, em especial a revisão de 1982, seus motivos e fautores? Sabem eles que a economia social de mercado, baseada em alto nível de protecção social, está inscrita no Tratado de Lisboa, que apoiaram ou até votaram? Sabem eles que a passagem da Saúde e da Educação públicas para o mercado arrasta mais desigualdades, acrescidas ineficiências e dispêndio aumentado de recursos públicos? Entendem eles a diferença que vai entre a expressão justa causa com situações tipificadas, para a expressão motivo atendível, sem conteúdo conhecido? Conhecem eles a evolução do triunfalismo mercadibilista de há vinte anos para os sucessivos fracassos da ‘supply side economics', o mais grave dos quais estamos a sofrer na pele?
A minha tese é que não conhecem. Vivem ainda no encantamento libertário que atribui ao Estado todos os males da economia e ao mercado todas as virtudes do progresso. Acreditam piamente que os empresários são heróis enérgicos e os trabalhadores vilões preguiçosos. Que o Estado é um ninho de exploradores do dinheiro dos contribuintes, um santuário de aproveitadores e uma escola de deseducação cívica. Que os doentes são quase sempre culpados de ter doenças, os pobres responsáveis pela sua pobreza, os explorados vítimas da sua inércia. Que o Estado deve apenas limpar a estrada por onde passarão os empreendedores, criando condições para o lucro máximo, taxando-os ao mínimo, mesmo à custa da distorção das próprias regras do mercado, desde que seja "por bem".
Falta a estes teóricos prática de governo. Confrontar os seus planos com a vida. Atender aos parceiros sociais sem ser por eles detido. Dialogar com as corporações sem ser por elas capturado. Regular as actividades sem ser por elas regulado. Desenhar o interesse público sem o deixar confundir ou enlear pelo privado. Limpar a estrada para que todos por ela passem, sem que as margens rugosas sejam apenas para os desprotegidos. Amparar os caídos como cidadãos e não como sujeitos passivos da compaixão. Transmitir a filhos e netos um mundo saudável, equilibrado e sustentável. Tudo isto é o modelo social europeu e é muito diferente da proposta de Pedro Passos Coelho» [DE]
Parecer:
Por António Correia de Campos.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
TANTO "STREES" PARA ISTO
«Os bancos portugueses portaram-se bem? Sem dúvida: são os melhores da Europa do Sul. O que confirma que são bem geridos e que não é por sua culpa que os mercados financeiros não funcionam. Mas, por muito bem que se tenham saído nos testes, isso, de per si, não garante o regresso da liquidez aos mercados interbancários. Ou seja, não dependem apenas de si…
O ambiente ficou mais desanuviado? Sem dúvida e até é provável que a tensão nos mercados alivie nos próximos dias. Mas os Estados têm de dar novas provas de seriedade, como pôr as finanças públicas em ordem (e fazer do CEBS, que elaborou os testes, uma verdadeira "Inspecção Bancária" da União) se os mercados o exigirem. Até porque apetece fazer uma pergunta: não havia pontinha de verdade na desconfiança que mercados e analistas manifestaram nos últimos meses? Humm...!!!» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Parece que Camilo Lourenço teria preferido uns chumbos nos testes de 'stress', juntando a Louçã naqueles que ficaram incomodados com os resultados.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Arquive-se por enjoo.»
PORTAS QUER AJUDAR PSD A RECTIFICAR O ERRO DA REVISÃO CONSTITUCIONAL
«O líder do CDS-PP, Paulo Portas, defendeu hoje a necessidade de ajudar o PSD a “retificar o tiro” na revisão constitucional, citando os exemplos da liberalização dos despedimentos e as questões da saúde.
“É preciso ajudar o PSD a rectificar o tiro na revisão constitucional”, afirmou hoje Paulo Portas, considerando que “em tempo de crise não é justo falar em liberalizar o despedimento”, mas sim “flexibilizar a contratação”.» [Público]
Parecer:
Mais cínico é impossível.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
QUEM SE RECUSAR A TRABALHAR PERDE O RENDIMENTO MÍNIMO
«A Segurança Social vai cancelar o apoio aos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI), entre os 18 e os 55 anos, que recusem "emprego conveniente", trabalho socialmente necessário ou propostas de formação.
A medida, inserida na nova lei de condição de recursos, entra em vigor a 01 de Agosto
Após a "cessação da prestação" por motivo de recusa de emprego conveniente, trabalho socialmente necessário, formação ou outras medidas activas de emprego, o beneficiário do RSI ficará inibido de aceder a esta prestação durante um período de 24 meses. » [DN]
Parecer:
Este mecanismo deveria ter sido adoptado desde que foi criado o rendimento mínimo. Estou ansioso por ver porem a trabalhar alguns dos beneficiários do rendimento mínimo do meu bairro, será um verdadeiro milagre.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proponha-se a generalização da medida a todos os apoios sociais.»
OU PASSOS COELHO É SOLIDÁRIO OU PASSE BEM
«A festa anual do PSD/M mudou de recinto - transferiu-se do planalto do Chão da Lagoa para a herdade da Fundação Social-Democrata -, mas não mais do que isso. O registo é o mesmo, no aparato, na música, nos milhares de pessoas que assistem, na linguagem, nas críticas à oposição, aos jornalistas, ao Governo da República e ao PSD nacional, mas também aos apelos à continuidade de Alberto João Jardim à frente dos destinos da Madeira.
Com as eleições legislativas regionais de Outubro de 2011 no horizonte, Jaime Ramos, secretário- -geral do PSD/M, exortou, pela enésima vez, o eleitorado madeirense a pedir a recandidatura de Jardim até porque "as coisas mudaram", numa alusão à crise financeira grave que a Madeira atravessa, à revisão constitucional, e não só. A sucessão de Jardim é um drama interno do partido, daí que a prorrogação seja um alívio, nem que seja a curto prazo.» [DN]
Parecer:
Um dia destes farão as pazes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
CINCO REVELAÇÕES SOBRE ALBERTO JOÃO JARDIM
«A vida de Alberto João Cardoso Gonçalves Jardim, de 67 anos e há 32 no poder na Madeira, é contada pela jornalista Maria Henrique Espada na biografia não autorizada que acaba de lançar, "Alberto João Jardim - O Rei da Madeira". Alguns aspectos menos conhecidos:
1 - O primeiro discurso político público foi em honra de Salazar
Fê-lo quando tinha 18 anos, no dia 28 de abril de 1961, por ocasião do 72º aniversário de Salazar. Foi na sede da Liga 28 de Maio, na sessão organizada pela Mocidade Portuguesa, que geria a residência de estudantes de Lisboa onde Alberto João vivia.
2 - Demorou 13 anos a licenciar-se
Licenciou-se em Direito em 1973, 13 anos depois de ter iniciado o curso. Acabou-o estando já na Madeira, e como trabalhador estudante, com média final de 11 valores.
3 - Chorou com um raspanete aos 32 anos
Em 1975, quando era diretor do "Jornal da Madeira", o presidente da Junta de Planeamento, brigadeiro Carlos Azeredo, ficou furioso com a cobertura a uma conferência de imprensa sua. Chamou-o, deu-lhe uma descompostura, e ameaçou até dar-lhe um coice.
4 - Ponderou integrar a rede armada na Madeira no PREC
No 11 de março de 1975 e no 25 de novembro do mesmo ano, período conhecido por PREC (Processo Revolucionário Em Curso), pensou aderir a uma rede armada que o PPD Madeira tinha organizado na ilha, para resistir no caso de se instalar um regime comunista no continente.
5 - Foi o único político português fotografado em cuecas
Foi em 1997, no Carnaval da Madeira, que ele criou na ilha e de que é um dos animadores. A fotografia, tirada quando mudava de roupa para participar no desfile, apareceu no extinto jornal "Tal & Qual". » [Expresso]
Parecer:
Gostei da ameaça de lhe darem um coice, para alguém que levou 13 anos para concluir um curso eu diria que se trataria de um problema na récua madeirense.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Dê-se a merecida gargalhada.»
QUEIROZ: UM PROFESSOR POUCO EDUCADO
«"Porque é que o Luís Horta não vai fazer controlo para a c... da mãe dele?": a frase começou a circular na internet (no blogue de António Boronha, antigo dirigente da Federação Portuguesa de Futebol) e foi atribuída a Carlos Queiroz, mal-humorado no dia em que recebeu a brigada da Autoridade Antidopagem (ADoP) em pleno estágio da selecção nacional, na Covilhã. Os funcionários da ADoP ficaram de olhos em bico, assim como os dois polícias que os acompanhavam ou o próprio staff médico da selecção. Afinal, o alvo (Luís Horta) era só o presidente da ADoP, ou seja, o bate-boca ofensivo já estava a entrar na esfera do Estado. Foi por isso que Laurentino Dias, o secretário de Estado do Desporto que tutela o organismo, mandou instaurar um processo e disse publicamente que o caldo estava entornado. "Os factos eram suficientemente graves para abrir um inquérito e despachá-lo para a Federação Portuguesa de Futebol. Fi-lo em defesa e protecção dos agentes que intervêm em nome do Estado em missões de interesse e serviço público." Ao mesmo tempo, nos bastidores, Laurentino terá comentado com Madaíl que não pode haver qualquer desculpabilização ou tolerância para com um treinador que até se tornou uma desilusão completa na África do Sul.» [ Link]
Parecer:
Se as palavras foram essas só lhe resta demitir-se ou esperar que seja demitido.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
24 BANCOS NÃO PASSARIA NOS TESTES DE 'STRESS' SE INCLUÍSSEM A DÍVIDA SOBERANA
«Segundo o banco de investimento norte-americano, seriam 24 os bancos europeus a falharem os testes de stress caso os testes de stress incluíssem a dívida soberana que as instituições têm no seu balanço.Neste caso, a escassez de capital seria de 15 mil milhões de euros, de acordo com o “reasearch”, que está a ser citado pela Bloomberg.E em vez dos sete bancos que falharam os testes, seriam 24 as instituições financeiras que seriam obrigadas a aumentar o seu capital. Segundo o Citigroup, 12 bancos espanhóis, sete da Grécia e Chipre, três da Alemanha, um da Itália e outro da Irlanda falhariam os testes, caso os reguladores tivessem optado por analisar toda a dívida soberana que os bancos têm no seu balanço.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Nenhum desses bancos é português.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Registe-se.»