Num país onde os opositores querem chegar ao poder a qualquer custo, onde tudo serve para denegrir e difamar os adversários, chegando-se ao cúmulo de promover processos de investigação que apenas servem para “legalizar” escutas abusivas só um doido quer ser político. Há anos que não vejo um governante ter o reconhecimento público a não ser depois de se demitir ou ser demitido, ainda recentemente isso sucedeu com Manuel Pinho que demitiu depois de perder a paciência com as provocações de um deputado admirador de Kim Jong-il. Ainda recentemente o país viu Mota Amaral ser abandonado pelos deputados da sua bancada só por ter sido fiel aos valores do seu próprio partido.
Com os mais capazes de fora cria-se um ambiente favorável a gente sem grande valor, a politiqueiros profissionais, aos traidores, aos magistrados sem escrúpulos, a vira-casacas. É isso que explica que um partido com dezenas de bons economistas tenha escolhido para falar mal do governo durante as suas jornadas parlamentares um ex-ministro do governo de Sócrates. Em Portugal os partidos apreciam mais os que mudam de partido sempre que isso lhes dá jeito, dos que se mantêm fiéis aos seus valores e princípios, prefere-se os que estão à venda dos que guiam a sua vida por valores.
Um sistema político que valoriza os ressabiados, os que mudam e campo político sem qualquer período de nojo é um sistema político que exclui os que têm valor e promove gente sem princípios, é um sistema que exclui os que servem o país em favor dos que servem do país, é um sistema que esclui os novos valores em favor de uma classe política corrompida que recusa a renovação.
O nosso meio político está a tornar-se num campo de ervas daninhas onde nada nasce em favor do crescimento e sucesso dessas ervas daninhas.