segunda-feira, julho 19, 2010

Umas no cravo e outras na ferradura

FOTO JUMENTO

Flores secas no Parque Florestal de Monsanto, Lisboa

JUMENTO DO DIA

Helena André, ministra do Trabalho

As negociações de vencimentos da Função Pública deixou de ser competência do ministério das Finanças passando a caber ao ministério do Trabalho ou Helena André passou a ser a porta-voz do governo?

«A ministra do Trabalho, Helena André, esclareceu hoje que o aumento dos salários da Função Pública cabe ao Ministério das Finanças e assegurou que, neste momento, “não há qualquer decisão sobre esta matéria”.

O esclarecimento de Helena André surge na sequência de uma entrevista que deu ao Diário de Notícias, na qual a ministra diz que a Função Pública terá um ajustamento dos salários de 1,4 por cento (valor igual ao da inflação) em 2011.» [i]

AZEITE TAMBÉM EXPLIVA A CRISE

«Há dias, Marcelo Rebelo de Sousa criticou Passos Coelho por na visita a Espanha ter atacado o uso da golden share nos negócios PT/Telefónica: "Deu a sensação de amanteigar os espanhóis", disse o professor. Não vou pela análise política nem pela económica, fico-me pelo léxico. Gosto da palavra amanteigar, popular, mas incomoda-me o facilitismo de Marcelo ao usar um tipo de gordura, de origem animal, que vai mal com as tradições dos países em causa - já para não falar no anacronismo de a empregar em tempos de vacas magras. Repito, não sei o que fez Passos Coelho aos espanhóis, sei é que as palavras devem ser usadas com propriedade. Até porque as gorduras podem, sim, explicar as questões económicas: o azeite extravirgem, por exemplo, pode ilustrar a crise financeira europeia. A escassez vai fazê-lo mais caro cerca de 20 por cento, garante a última edição da revista britânica especialista em alimentos, The Grocer. E não é apesar da crise, é por causa dela. Os produtores espanhóis e gregos (com Itália, o trio de maiores exportadores mundiais) preferem guardar o seu azeite nas vasilhas e talhas dos lagares a colocá-lo no mercado - os seus 0,8 por cento de acidez são poupança melhor do que as taxas improváveis pagas pelos bancos.» [DN]

Parecer:

Por Ferreira Fernandes.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»

"NÃO PODEMOS DESCOBRIR QUE EXISTEM POBRES EM 2010!"

«O Presidente da República falou dos novos pobres. Foi um aviso ao Governo?

A preocupação do Governo com o desemprego e a pobreza tem sido permanente. Há uma rede social no terreno em cooperação com as câmaras e juntas de freguesia para obstar a essas situações.

Mas o alerta do Presidente não foi suave. Acha que tem razão?

Penso que todos nós temos de estar muito conscientes da evolução social da sociedade, mas não podemos descobrir que existem trabalhadores pobres em 2010! Sabemos que existem desde sempre.

Foi um alerta populista ou sentimental?

Creio que o Presidente da República anda no terreno e tem a possibilidade de contactar com as pessoas. Eu também ando e tenho uma grande consciência da realidade do País. Não podemos reduzir alguns dos problemas estruturais a questões que surgem neste momento.» [DN]

Parecer:

Uma boa respostas de Helena André a Cavaco Silva.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aprove-se.»

CAVACO VAI OUTRA VEZ DE JIPE

«Nunes Liberato, chefe da Casa Civil do Presidente da República, já perguntou à deputada do PS Celeste Correia, secretária da mesa do Parlamento: "Então, vai-nos estragar as férias outra vez?"

Em causa estão as dezenas de diplomas que se vão acumulando ao longo do ano no Parlamento - sendo só aprovados em cima das férias do Verão e enviados a seguir para o Palácio de Belém, para promulgação.

No ano passado, o Presidente da República queixou-se de nunca ter tido tanto trabalho nas férias. Disse até que os diplomas eram tantos que foi preciso um jipe para os levar para a sua casa de praia, no Algarve. Chegou ao ponto do sarcasmo: "Felizmente não tinha férias marcadas com a família no Quénia!" Uma referência implícita ao facto de Sócrates, no Verão de 2005, não ter interrompido as suas férias com a família naquele país africano, apesar de Portugal enfrentar uma das vagas de incêndios mais devastadoras dos últimos anos.» [DN]

Parecer:

à falta de coqueiros para subir pode entreter-se a ler diplomas.

Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»

FRANZ SAUER