FOTO JUMENTO
Garça-branca-pequena [Egretta garzetta], Algarve
JUMENTO DO DIA
Manuel Alegre
Manuel Alegre parece ignorar que ao dizer que alguém é co-responsável está a assumir que há mais responsáveis, isto é, ao acusar Cavaco Silva de co-responsabilidade da situação do país está a assumir implicitamente a culpa de Sócrates.
Por falar em co-responsabilidade seria bom apurar quem pressionou Sócrates para substituir Correia de Campos no ministério da Saúde por uma ministra que tem grandes responsabilidades na derrapagem das contas. Recorde-se que durante o debate do OE de 2010 quando foi questionada por um deputado sobre a despesa do ministério esta ministra admitiu desconhecer os números, dizendo que era o secretário de Estado que os conhecia.
E que posições teve Alegre em relação ao encerramento de serviços de saúde que deixavam de fazer sentido com os novos hospitais? Optou pelo populismo alinhando ao lado do PSD pela sua manutenção.
Alegre diz que Cavaco devia ter usado os seus poderes presidenciais, enfim, devia ter feito como ele que produziu muitas declarações de voto sempre que as medidas do governo não eram muito populares.
«O também candidato à Presidência reagiu à apresentação feita na segunda-feira do manifesto presidencial de Cavaco Silva, criticando a apreciação deste de que “que Portugal precisa de um Presidente com muita experiência”.
"Ele falou muito da experiência, falando de si próprio, e de que Portugal precisa de um presidente com muita experiência, portanto precisa de um Presidente como ele", relatou Manuel Alegre, citado pela agência Lusa, salientando ainda, do discurso de Cavaco Silva, que terá feito "muitos avisos" ao Governo durante o actual mandato.
"A experiência parece que não serviu para grande coisa e os avisos também não", apontou Manuel Alegre, criticando que Cavaco Silva não tenha "usado os poderes presidenciais que detém", o que interpreta como "uma experiência falhada".» [CM]
O ORÇAMENTO DO ESTADO PASSOU
«Claro que o primeiro passo compete ao Governo (legítimo), mas minoritário, que detém o poder, pelo voto livre dos portugueses. Um Governo que, para ser mais eficaz, deveria ser renovado, ter menos ministros e muito menos secretários de Estado e assessores. Que dê o exemplo de austeridade e da situação de emergência em que estamos. Capaz de dizer a verdade inteira, aos portugueses, sobre a situação e como pensa que a devemos ultrapassar. Um Governo que reganhe a confiança da maioria dos portugueses. Porque só com o apoio do PS ou tendo um PS reticente não será capaz de nos tirar dos apuros. O primeiro-ministro deve compreender isto e ter a percepção de que o tempo para o conseguir é curto.
Só dizendo a verdade inteira, o Governo pode mobilizar a vontade maioritária dos portugueses. Atrevo-me a sugerir que o primeiro-ministro fale aos portugueses, a todos, olhos nos olhos, sem intermediários, pelas televisões e pelas rádios. As conferências de imprensa, que tem dado, obrigam-no a responder às intrigas e às banalidades da actualidade. Não é isso que interessa aos portugueses. Representam a espuma dos dias, de que todos estamos fartos. O que interessa é a situação daqui para o futuro e como vamos vencer as dificuldades que temos.
Os portugueses estão com medo do futuro. É por isso que é importante que saibam, com clareza, pela boca do primeiro-ministro, o plano que tem para sair da crise. Ora, de momento, ninguém melhor do que o primeiro-ministro - com a energia e a coragem que tem demonstrado - poderá fazê-lo. Mas atenção: o tempo é curto. Apelar à inteligência, ao bom senso e ao patriotismo dos portugueses será a única maneira de os mobilizar eficazmente para o que aí vem.» [DN]
Autor:
Mário Soares.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
WIKILEAKS É SÓ UMA MODA
«Já houve diplomatas que pintaram os factos de cor-de-rosa. O embaixador alemão que intermediou o casamento de Ana de Clèves com Henrique VIII levou um quadro onde o pintor Holbein tirara as marcas de varíola da cara da princesa. Mas, na verdade, é mais próprio da diplomacia falar mal - logo que confidencialmente. Durante o longo reinado de Isabel II de Espanha (1833-1868), nenhuma embaixada em Madrid deixou de mandar dizer ao seu governo que Francisco Bourbon, o rei consorte, era conhecido por "Paquita"... A definição de Churchill sobre o seu aliado De Gaulle - "parece um lama fêmea acabado de sair do banho" - não se tornou pública durante a II Guerra Mundial. Felizmente, para paz no mundo, há informações cujo sigilo só se levanta dezenas de anos depois. O segredo é necessário para quase tudo. Para os Estados é crucial. Washington quis saber se a presidente argentina era maluca? Um embaixador americano garante que Kadhafi usa botox? O rei saudita pediu aos Estados Unidos para bombardear o Irão?... Eis o que só saberíamos daqui a meio século. Sabê-lo agora é grave? Se for mesmo grave, ou os segredos serão adequados aos tempos modernos da Internet ou os métodos persuasivos para que foram inventadas certas agências - CIA, MI-6... - serão utilizados. Ou, ou. Ou/e. Mas que os Estados vão continuar a ter segredos, vão.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Afixe-se.»
UM RAPAZ BEM INTEGRADO NO REGIME
«Notícia SÁBADO
Cavaco disse à PIDE que estava “integrado” no salazarismo...29-11-2010Por Pedro Jorge Castro
Não foi qualquer gesto subversivo que levou a polícia política a interessar-se por Aníbal António Cavaco Silva. Foi o general Martiniano Homem de Figueiredo, responsável pela Autoridade Nacional de Segurança, que em Maio de 1967 pediu ao director da PIDE que mandasse averiguar se havia alguma informação em desabono deste jovem de Boliqueime.
Se a PIDE não se opusesse, Cavaco Silva, portador do BI número 153955, poderia ser autorizado a manusear documentação classificada até ao grau de “Nato Secreto” (o segundo nível mais restrito de informação) na Comissão Coordenadora da Investigação para a NATO – como era desejo do general, que tinha sido deputado à Assembleia Nacional e presidente do Sporting, antes de assumir o comando operacional das várias entidades de defesa do país.Aníbal tinha 28 anos e a vida encaminhada: já estava casado com a actual primeira-dama, cumprira o serviço militar em Moçambique e tinha dois filhos. Trabalhava já como investigador da Fundação Calouste Gulbenkian e professor assistente do ISCEF (Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras) onde tinha sido um dos melhores alunos.
A polícia política abriu o processo número 995/67 e pediu ao chefe de gabinete do ministro da Educação que fizesse comparecer Cavaco Silva na sede da PIDE, na Rua António Maria Cardoso. O professor faltou à primeira convocatória mas, após uma insistência do director da PIDE, em Dezembro de 1967, preencheu o “formulário pessoal pormenorizado”, um boletim de 4 páginas que era burocraticamente designado como “modelo 566”.
A alínea 12 colocava uma questão directa: “Sua posição e actividades políticas”. Na linha de baixo, num momento em que António de Oliveira Salazar - então com 78 anos - cumpria o seu 35.º ano como líder da ditadura, Cavaco Silva escreveu: “Integrado no actual regime político”. Deixou mais uma linha e acrescentou: “Não exerço qualquer actividade política”.
Na alínea 23, solicitado a indicar “duas pessoas idóneas (de preferência oficiais do Exército, Marinha ou Força Aérea) que o possam abonar moral e politicamente”, o actual Presidente da República quis fazer mais do que o formulário requisitava. Com a sua caneta riscou o “duas” e anotou por cima “três”, para o caso de a PIDE não reparar que tinha indicado um nome extra.
Deu então os nomes de um membro da União Nacional - o partido do regime liderado por Salazar - José Rodrigues Alho, que exercia a profissão de fiscal da Carris (a empresa que geria os autocarros e eléctricos em Lisboa); do presidente da Junta de Freguesia de Santo Condestável, o tenente do exército Artur Ticão; e de um membro do secretariado da Defesa Nacional, o capitão António Ferreira da Costa.
Depois de prestar todas as informações sobre os seus dados de identificação, como nome, morada actual e endereços anteriores (viva num 5º andar da R. Padre Francisco e antes tinha residido noutro 5º andar na vizinha Rua Almeida e Sousa, na zona de Campo de Ourique, em Lisboa), locais onde estudou, situação militar (“Teve algum castigo? Não tive punições”), empregos, nomes e dados dos pais, esposa, irmãos, cunhados e sogros, foi ainda confrontado com a alínea 20, onde lhe era perguntado se algum destes familiares tinha residido na União Soviética ou Satélites – uma pergunta obrigatória, num contexto de Guerra Fria, a qualquer candidato a manusear documentos relacionados com a Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Na folha de rosto do boletim está agrafada, no canto superior esquerdo, uma sua foto tipo-passe, de blazer, pullover, camisa branca e gravata escura. Na última página, a seguir à data (Lisboa, 21/12/1967), o respondente rubricou a sua assinatura: “Aníbal António Cavaco Silva”. Depois, num espaço reservado para observações, entendeu que devia prestar uma informação adicional sobre a família: “O sogro casou em segundas núpcias com Maria Mendes Vieira, com quem reside e com quem o declarante não priva.”
Os funcionários da PIDE recolheram informações sobre o “porte moral e político” do então professor e investigador, os homens indicados por Cavaco Silva foram contactados, e o agente Amorim concluiu que “moral e politicamente nada se conseguiu apurar em seu desabono”.
A direcção de campanha de Cavaco Silva não respondeu aos pedidos de esclarecimento feitos pela SÁBADO e, através do assessor de imprensa Francisco Azevedo e Silva, comentou apenas: “Este tipo de guerra suja não pega com o candidato prof. Cavaco Silva. A sua vida e todos os aspectos da sua carreira política, antes e depois do 25 de Abril, é totalmente transparente e é, aliás, integralmente revelada na autobiografia”. Na autobiografia não há qualquer referência a este episódio.
No livro Cavaco Silva contou que quando era estudante e passava junto à residência oficial de Salazar, atravessava para o passeio do outro lado da rua porque “os muros altos e os polícias impunham respeito”. E recordou a sua indignação quando rejeitaram o seu pedido de adiamento para cumprir o serviço militar e o convocaram para fazer a recruta em 1962, por causa da guerra colonial: “Fiquei revoltado e acentuou-se em mim a rejeição ao regime de Salazar”. O livro foi lançado 35 anos depois de se ter declarado “integrado” no Estado Novo.» [Sábado]
Parecer:
Vergonhoso o facto de não assumir o passado.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Divulgue-se.»
MAIS UMA DEMISSÃO NO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
«"O ministro da Justiça, Alberto Martins, aceitou hoje o pedido de demissão que lhe foi apresentado pelo diretor-geral da Administração da Justiça", refere uma nota do gabinete de imprensa do Ministério da Justiça.
Segundo a nota, "o ministro da Justiça desencadeou já, junto do Conselho Superior da Magistratura, o processo de autorização de exercício de funções pelo magistrado designado para novo director-geral". » [CM]
Parecer:
Começam a haver sinais de desagregação.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se a Sócrates se faz uma remodelação ou prefere retirar-se.»
UM CASAL MUITO "SOLIDÁRIO"
«A britânica Sarah Moore o namorado americano, Geoff Daniels, garantem que já fizeram sexo com mais de 5 mil pessoas. Ao longo de 19 anos, o casal tem ajudado homens, mulheres e casais a superarem os problemas relacionados com o sexo, intitulando-se como “parceiros substitutos”.
Sarah Moore já teve relações sexuais com 3.323 homens, incluindo 52 virgens, enquanto que Geoff Daniels dormiu com 2.162 mulheres, ajudando 49 a perder a virgindade.
“Estamos orgulhosos da maneira como ganhamos a vida. Nunca nos sentimos mal por dormir com os maridos ou mulheres das outras pessoas”, disse Sarah ao Jornal inglês ‘The Sun’, sublinhando que não é prostituta.» [CM]
UM CHUPA-CHUPA MUITO ORIGINAL
«Farta dos comuns chupa-chupas existentes no mercado, uma empresa alemã decidiu inovar atribuindo ao doce um formato, no mínimo, bizarro: em forma de vagina.
O 'PussyLolly', como foi baptizado, está disponível apenas por encomenda na internet, sendo possível encomendar fora da Alemanha.
"Seja em festa pública ou privada, ou simplesmente como um presente especial, o 'PussyLolly' é uma ideia extraordinária para os mais crescidos", refere o site do produto que tem um aroma de ameixa.» [CM]
MAIS UMA COMISSÃO SOBRE CAMARATE?
«Presente no lançamento do livro de Freitas do Amaral Camarate - Um Caso ainda em Aberto, Passos Coelho disse que o PSD "vai ponderar, muito serenamente, com os restantes partidos", se deverá ser formada a 9.ª Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
O líder social-democrata garante que serão analisadas quaisquer informações ou indícios relevantes que possam "trazer mais luz" sobre o que se passou há 30 anos. E acrescenta que o PSD vai tomar uma posição a curto prazo em relação a esta "matéria sensível e importante": saber se há ou não indicações que permitam pensar que existe "um dever de esclarecimento ainda por cumprir". » [DN]
Parecer:
Isto começa a enjoar.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao PSD se está disponível para suportar os custos da comissão.»
CORTE DOS VENCIMENTOS NA FP É O MAIOR NA HISTÓRIA DA UE
«A crise global combinada com a política de austeridade total prometida pelo Governo vai atirar Portugal para uma recessão em 2011 (uma queda de 1% do produto) e empurrar o desemprego para níveis históricos. Os ordenados do privado vão estagnar, perdendo poder de compra, e o corte na massa salarial no sector público será superior a 11%, o mais violento de sempre e o maior dos 27 países da União Europeia (UE).
Estas são algumas das más notícias ontem ventiladas pela Comissão Europeia, no relatório das previsões de Outono.
Os técnicos do executivo europeu provam o que a maioria dos economistas já avisa há muito tempo: estão reunidas as condições para que Portugal acumule, até 2012 inclusive, meia década perdida no crescimento, no emprego e no bem-estar da população.» [DN]
Parecer:
E ainda há três meses Teixeira dos Santos dizia que tudo estava conforme as previsões.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Substitua-se o cavalo da estátua do D. José por Teixeira dos Santos.»
BCE ESTÁ A PRESSIONAR PORTUGAL?
«Os responsáveis do Banco Central Europeu tentaram forçar a Irlanda a aceitar ajuda financeira externa no princípio deste mês e agora estão a fazer o mesmo com Portugal, disse o ministro irlandês da Justiça.
"Claramente, foram pessoas fora deste país que estavam a tentar, no princípio deste mês, empurrar-nos, enquanto Estado soberano, para fazer um pedido de empréstimo, atirar a toalha antes sequer de considerarmo isso, enquanto Governo", disse Dermot Ahern numa entrevista à televisão RTE, citada pela Bloomberg.
"E se repararem, estão a fazer agora o mesmo com Portugal", acrescentou o ministro da Justiça irlandês.» [i]
Parecer:
Querem resolver o problema à custa dos mais vulneráveis.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se-lhes o manguito.»
LEVANTAR TODO O DINHEIRO DOS BANCOS NO DIA 7 DE DEZEMBRO
«Depois de um vídeo onde o ex-futebolista Eric Cantona apela a uma revolução monetária e incita as pessoas a levantarem todo o seu dinheiro do banco, vários países aderiram a este movimento.
Portugal é um deles e até já existe uma página no Facebook onde se pede que no dia 7 de Dezembro, terça-feira, todos levantem o dinheiro dos bancos. Segundo o comunicado na página, o objectivo "não é fazer o sistema colapsar de imediato", mas sim "educar a população sobre como o sistema financeiro REALMENTE opera". Na página do movimento, perto de 1400 pessoas dizem querer participar na iniciativa.» [i]
Parecer:
Uma ideia interessante.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Equacione-se a hipótese.»
UE QUER FLEXIBILIDADE DO MERCADO DE TRABALHO
«O Governo português deve rever a definição de despedimento por justa causa e reduzir “substancialmente” as indemnizações que as empresas têm que suportar quando despedem um trabalhador.
Estas são algumas das recomendações concretas da Comissão Europeia para “aumentar a flexibilidade” do mercado de trabalho e “evitar” a discrepância entre os níveis de protecção garantidos a quem tem um contrato a termo e a quem está no quadro, afirmou hoje ao Negócios o porta-voz do Comissário Europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn. » [Jornal de Negócios]
E Sócrates nega pressões da Comissão:
«Nas declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro negou a existência de qualquer tipo de pressão da Comissão Europeia para que Portugal flexibilize os despedimentos e procurou esclarecer qual o alcance das reuniões que terá com os parceiros sociais sobre o mercado de trabalho.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Tal como as coisas estão é evidente que a legislação laboral constitui um entrave à criação de emprego.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Proceda-se à revisão da lei.»
MAIS UNS TACHOS
«Numa altura em que Governo e PSD estão a constituir uma equipa conjunta para reavaliar a pertinência das parcerias publico-privadas (PPP) e das grandes obras públicas planeadas, José Sócrates avança com uma nova empresa pública para gerir este tipo de projectos no futuro.
Chama-se Agência para o Investimento Público e Parcerias e, segundo o decreto-lei que está a ser ultimado, funcionará como uma entidade de coordenação de cúpula, agregando os projectos que estão a ser desenvolvidos por cada um dos ministérios.» [Jornal de Negócios]
Parecer:
Isto é gozar com os portugueses, corta-se para haver mais dinheiro para gastar em boys.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»