Nesta semana os protagonistas foram os do costume, Gaspar reapareceu para mais uma das suas “brutalidades” , o Álvaro enquanto não sabe o que fazer vai coscuvilhando nas facturas do anterior governo. Passos Coelho fez-se fotografar junto do “povo” na praia da Manta Rota onde pode substituir as suas previsões de desvios colossais pelas bruxarias da astróloga Maia na esplanada do Manta Beach.
O Gaspar tem um qualquer problema, apresenta um ar de abandonado e supera-se multiplicando medidas grossas, o homem quando aumenta impostos fá-lo logo à bruta, depois de tirar metade do subsídio de Natal aos portugueses decidiu que cada família deveria contribuir com mais doze euros mensais nas contas da luz e do gás. Se somarmos os doze meses isso significa que cada família vai pagar mais cento e quarenta e quatro euros. Quanto à despesa parece que nem o site que o PSD lançou na campanha eleitoral, pedindo sugestões de cortes na despesa, nem as promessas de Passos Coelho estão servindo de grande coisa, nem o mais pequeno corte na despesa.
Já o ministro da Economia é mais inofensivo, ainda anda a curtir o estatuto de ministro mas comporta-se como um blogger rasca, em vez de ideias em projectos para o país esta pobre alma passa o tempo na coscuvilhice ministerial em busca de material para promover a intriga contra o anterior governo. Deve achar que o Sócrates se dá ao trabalho de o ler ou de lhe responder.
Quem de forma surpreendente tem manifestado uma grande solidariedade com as politicas de José Sócrates é o ministro da Educação, se Passos Coelho se diz ser mais troikista do que a troika, o ministro Crato bem pode dizer que é mais Socrático do que o Sócrates, não só está a dar continuidade a uma boa parte das opções do anterior governo como ainda vai brindar os professores com uns milhares de despedimentos administrativos. Se é impossível aumentar o horário dos professores decide aumentar os alunos por turma, o que dispensa qualquer negociação com o Mário Nogueira. O sindicalista continua manso, mas o PCP já protesta, resta agora esperar pela reacção dos que andavam tão excitados depois de terem ajudado o PSD a chegar ao poder. Serão os professores os primeiros a dizer “volta Sócrates, já te perdoámos?”.
O PSD continua a dura tarefa de desocratizar o Estado transformando-o numa coelheira, mas como o Santana Lopes disse em tempos que poderia criar um novo partido foi necessário comprar-lhe o silêncio, deu os muitos milhões da Santa Casa para gerir, um dos melhores e menos badalados tachos da capital, tão bom que até o Santana pode dispensar o ordenado com o argumento de que já tem uma pensão. Se as despesas de um ministro estão limitadas e podem ser vasculhadas por um qualquer Álvaro que venha a seguir, já das despesas do provedor da Santa Casa ninguém sabe.