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Alerto João
Só numa república de bananas (não das bananas) é que uma personagem como Alberto João Jardim faz chantagem sobre um país sempre que lhe quer extorquir dinheiro. E quem são os bananas? Além do próprio são os que daqui a uns dias vão aparecer ao lado do Alberto João dando-lhe cobertura e apelando aos madeirenses para que votem nesta versão tropical-portuguesa e alguns políticos africanos que estão em risco de extinção.
A sorte dele é que a Madeira não é um enclave no norte de África, a esta hora estaria a correr sérios riscos de ser afastado do poder.
A sorte dele é que a Madeira não é um enclave no norte de África, a esta hora estaria a correr sérios riscos de ser afastado do poder.
Cuidado com as recomendações
«Enquanto Professor de Finanças, uma das perguntas que me fazem mais frequentemente é o que irá acontecer aos mercados financeiros, sejam os mercados de acções, de dívida ou de commodities como o ouro ou o petróleo. A resposta que eu dou raramente satisfaz o meu interlocutor. Em geral, respondo que não sei. Posso ponderar cenários, avaliar riscos potenciais e oferecer algumas alternativas plausíveis, mas não me é possível ir além disso. É, de alguma forma, equivalente a perguntar a alguém o que irá acontecer quando se atira uma moeda ao ar. Se a moeda não for enviezada, ou sai caras ou sai coroas e a probabilidade de cada uma dessas alternativas é de aproximadamente 50 por cento. Mas não é possível afirmar de que lado vai cair a moeda.
Não estou sozinho nesta admissão de ignorância. Quase todos os académicos que conheço partilham desta perspectiva sobre os mercados. Há muito poucas pessoas que consigam prever de forma consistente a direcção em que os mercados vão evoluir. Sabemos que, em média e ao longo de períodos longos de tempo, os mercados de acções tiveram um retorno superior aos mercados de dívida. Mas para efeitos de formulação de previsões, mesmo esse facto passado é controverso. A maioria dos académicos de economia e de finanças recomendam, portanto, que investidores individuais diversifiquem os seus investimentos, ou seja, que não ponham os ovos todos no mesmo cesto.
Curiosamente, alguns comentadores de economia e finanças dos jornais e televisões não partilham desta perspectiva. Em vez disso, ouvem-se por parte de alguns afirmações sobre o movimento futuro dos mercados que são perturbadoras. Um exemplo muito recente foi um comentário feito por um jornalista de economia na segunda-feira passada num canal de notícias português. Nesse comentário, quando lhe perguntaram se investir neste momento em ouro seria uma boa alternativa, esse jornalista respondeu sem hesitação que era uma "excelente alternativa". Para além de outras elaborações erradas, a principal justificação para esta recomendação era que o ouro, desde Janeiro último até àquela data, já tinha valorizado 28 por cento e que, nos últimos 5 anos, a valorização média do ouro tinha sido de 20 por cento ao ano.
O mais grave desta justificação não é o facto de ser absurda. O mais grave desta explicação é o facto de fazer parecer o ouro um investimento "seguro" e de criar nos espectadores a impressão de que é um dado adquirido que o ouro vai ser um bom investimento nos próximos 6 ou 12 meses.
É importante perceber que o analista em causa pode ter razão. É possível que o ouro continue a subir. Mas também é perfeitamente possível que o ouro venha a descer, e muito. Entre 1980 e 1990 o preço do ouro caiu 38 por cento em termos nominais. Entre 1990 e 2000 caiu mais 27 por cento. Entre 2000 e 2010 aumentou 350 por cento. Uma estimativa razoável para a valorização do ouro durante os próximos 10 anos é, portanto, de que esta ficará algures entre -40 e +350 por cento. Toda a gente sabe que o ouro tem subido muito nos últimos anos mas isso não pode, em si, ser razão suficiente para prever que o preço continue nessa direcção. Não é particularmente grave que este analista não conheça conceitos básicos de finanças. O que é grave é que alguém lhe peça para dar recomendações sobre esses temas.» [i]
Não estou sozinho nesta admissão de ignorância. Quase todos os académicos que conheço partilham desta perspectiva sobre os mercados. Há muito poucas pessoas que consigam prever de forma consistente a direcção em que os mercados vão evoluir. Sabemos que, em média e ao longo de períodos longos de tempo, os mercados de acções tiveram um retorno superior aos mercados de dívida. Mas para efeitos de formulação de previsões, mesmo esse facto passado é controverso. A maioria dos académicos de economia e de finanças recomendam, portanto, que investidores individuais diversifiquem os seus investimentos, ou seja, que não ponham os ovos todos no mesmo cesto.
Curiosamente, alguns comentadores de economia e finanças dos jornais e televisões não partilham desta perspectiva. Em vez disso, ouvem-se por parte de alguns afirmações sobre o movimento futuro dos mercados que são perturbadoras. Um exemplo muito recente foi um comentário feito por um jornalista de economia na segunda-feira passada num canal de notícias português. Nesse comentário, quando lhe perguntaram se investir neste momento em ouro seria uma boa alternativa, esse jornalista respondeu sem hesitação que era uma "excelente alternativa". Para além de outras elaborações erradas, a principal justificação para esta recomendação era que o ouro, desde Janeiro último até àquela data, já tinha valorizado 28 por cento e que, nos últimos 5 anos, a valorização média do ouro tinha sido de 20 por cento ao ano.
O mais grave desta justificação não é o facto de ser absurda. O mais grave desta explicação é o facto de fazer parecer o ouro um investimento "seguro" e de criar nos espectadores a impressão de que é um dado adquirido que o ouro vai ser um bom investimento nos próximos 6 ou 12 meses.
É importante perceber que o analista em causa pode ter razão. É possível que o ouro continue a subir. Mas também é perfeitamente possível que o ouro venha a descer, e muito. Entre 1980 e 1990 o preço do ouro caiu 38 por cento em termos nominais. Entre 1990 e 2000 caiu mais 27 por cento. Entre 2000 e 2010 aumentou 350 por cento. Uma estimativa razoável para a valorização do ouro durante os próximos 10 anos é, portanto, de que esta ficará algures entre -40 e +350 por cento. Toda a gente sabe que o ouro tem subido muito nos últimos anos mas isso não pode, em si, ser razão suficiente para prever que o preço continue nessa direcção. Não é particularmente grave que este analista não conheça conceitos básicos de finanças. O que é grave é que alguém lhe peça para dar recomendações sobre esses temas.» [i]
Autor:
Manuel Neves Adelino.
Jornalista mas patriota
«Revela o "Expresso" que espiões do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) obtiveram ilegalmente, tudo indica que da Optimus, uma lista dos telefonemas e SMS do então jornalista do "Público" Nuno Simas para fins pouco claros mas que se julga visarem a identificação das suas fontes.
Tenho uma boa notícia para o SIED e, já agora, também para o Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP): no que me diz respeito escusam de recorrer a práticas criminosas e podem solicitar-me directamente todos os números para que telefono e me telefonam que, com a patriótica intenção de facilitara vida aos esforçados espiões da República, terei o maior gosto em fornecer-lhos de imediato.
Proponho-me ainda gravar as comunicações que fizer e receber (e, no caso de cartas e correspondência avulsa, incluindo publicidade não solicitada, fotocopiar), mandando tudo ao SIED e ao SIRP, bem como, se for caso disso, igualmente informação detalhada sobre a cor e padrões da minha roupa interior.
Por fim, já que possuo cópia (ilegal, mas isso que importa?) das informações a meu respeito obtidas pela PIDE/DGS nos saudosos tempos anteriores ao SIED e ao SIRP, terei também o maior gosto em partilhá-las com o Sistema de Informações da República.
Só com uma mais que justa condição: que me seja deduzido em sede de IRS o valor da poupança em pessoal e meios que assim proporcionarei ao agora Estado Democrático.» [JN]
Tenho uma boa notícia para o SIED e, já agora, também para o Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP): no que me diz respeito escusam de recorrer a práticas criminosas e podem solicitar-me directamente todos os números para que telefono e me telefonam que, com a patriótica intenção de facilitara vida aos esforçados espiões da República, terei o maior gosto em fornecer-lhos de imediato.
Proponho-me ainda gravar as comunicações que fizer e receber (e, no caso de cartas e correspondência avulsa, incluindo publicidade não solicitada, fotocopiar), mandando tudo ao SIED e ao SIRP, bem como, se for caso disso, igualmente informação detalhada sobre a cor e padrões da minha roupa interior.
Por fim, já que possuo cópia (ilegal, mas isso que importa?) das informações a meu respeito obtidas pela PIDE/DGS nos saudosos tempos anteriores ao SIED e ao SIRP, terei também o maior gosto em partilhá-las com o Sistema de Informações da República.
Só com uma mais que justa condição: que me seja deduzido em sede de IRS o valor da poupança em pessoal e meios que assim proporcionarei ao agora Estado Democrático.» [JN]
Autor:
Manuel António Pina.
Não era boy?
"i" de Inganados?
«O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho reuniu-se esta manhã com Júlio Pereira, em São Bento, Lisboa. Este mantém-se como patrão das secretas. » [DN]
Parecer:
Afinal nem todos eram boys?
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao gester dos boys Miguel Relvas.»
Os ladrões perderam o respeito à PJ?
«A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem que estava a tentar arrombar a porta de um carro estacionado à porta das instalações daquela força policial, no Porto, e entregou o caso à PSP, foi hoje anunciado. » [DN]
O Alberto manda, o Governo obedece
«O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, disse hoje acreditar que o Governo não vai acabar com a zona franca da Madeira e que essa eventualidade "de certeza levantaria de novo a questão da independência deste território".» [DN]
Parecer:
O que seria da evasão nacional sem a simbólica zona franca da bandalheira.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
Começou o assalto aos direitos laborais
«A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) defende que as férias não devem superar os 22 dias úteis.
A proposta consta num documento entregue ao Governo e a que a Lusa teve a acesso, no qual a CPCI apresenta um conjunto de sugestões para a concretização das medidas do memorando da 'troika' para o sector da construção e do imobiliário.» [DE]
A proposta consta num documento entregue ao Governo e a que a Lusa teve a acesso, no qual a CPCI apresenta um conjunto de sugestões para a concretização das medidas do memorando da 'troika' para o sector da construção e do imobiliário.» [DE]
Parecer:
Como se alguma vez as construtoras tiveram prejuízos...
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se o espectáculo triste em que estão a transformar este país.»
Quando muitos prognosticavam a morte do "Câmara Corporativa" eis que é o "Albergue Espanhol" que depois de se arrastar durante as últimas semanas à espera do milhão de visitas fecha as portas. É uma pena, a direita fica mais pobre, mas a vida política portuguesa é assim, chega-se ao poder, fica-se mais rico com os cargos governamentais, mas mais pobre de ideias. Parece que o vírus do poder faz mais mal ao pensamento do que a famosa "asfixia democrática".
Aos resistentes do "Albergue Espanhol" aqui ficam os parabéns pelo contributo que deram para o debate político, esperemos que depois do poder não fiquem demasiado aburguesados e anafados e regressem às lides e lutas blogosféricas.