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Vila Real de Santo António
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Nuno Crato, ministro da Educação
De um ministro da Educação espera-se que assegure o regular funcionamento do sistema de ensino.
«Autarquias continuam à espera que o ministério envie a lista das 266 escolas a encerrar e temem pelo início do ano lectivo, já daqui a um mês.
O silêncio do ministro Nuno Crato está a deixar os autarcas portugueses em sobressalto, pois não sabem que escolas do 1.º ciclo os seus municípios vão perder. Vários arriscam avançar com o nome de alguns estabelecimentos de ensino, mas não têm certezas. Embora haja a suspeita de que o Alentejo e a região centro sejam os mais afectados.» [DN]
«Autarquias continuam à espera que o ministério envie a lista das 266 escolas a encerrar e temem pelo início do ano lectivo, já daqui a um mês.
O silêncio do ministro Nuno Crato está a deixar os autarcas portugueses em sobressalto, pois não sabem que escolas do 1.º ciclo os seus municípios vão perder. Vários arriscam avançar com o nome de alguns estabelecimentos de ensino, mas não têm certezas. Embora haja a suspeita de que o Alentejo e a região centro sejam os mais afectados.» [DN]
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«Disse o Marcelo Rebelo de Sousa: "Não percebo porque é que o trabalho paga, e o capital não." Claro que o Marcelo percebe muito bem o porquê do facto. Mas o Marcelo gosta muito de dizer coisas e de dissimular os factos. Não é com a aplicação de reajustamentos incidentais que o mundo se recompõe e Portugal melhora. O Marcelo, inteligente e perverso, nada tolo e muito ligeiro, é daqueles comentadores do óbvio que não arriscam nenhuma opinião contrária às opiniões dominantes. Irrita um pouco, à direita e à esquerda, mas trata-se de brotoeja passageira.
A afirmação do Marcelo, no comentário habitual, aos domingos, na TVI, constitui a repetição, dramática por ser repetição, do conteúdo do seu método de ideias. Acaso ele desejasse criar contenciosos, desfazer compromissos de classe e outros, atacar o preço pago pelo poder, tudo isso seriam razões do nosso contentamento. Sobretudo, do nosso esclarecimento fundamental. Mas não. No essencial, o Marcelo cala, consente, desvia, e crê, com cinismo e advertida fidelidade, no sistema louco que nos destrói e liquida lentamente.
O que é grave. O Marcelo é um intelectual muito arguto, muito lido e muito capaz de nos surpreender. Assim, torna mais pesada a responsabilidade que lhe cabe nesta cumplicidade tenebrosa. O espectáculo mediático, por ele protagonizado, todos os domingos, é o fácil recurso à atenção dos outros. Claro que gosto de o ver e de o ouvir. E admito, sem reticências, que o aprecio pessoalmente. Não faz batota. Ou, melhor, a batota que pratica é outra: pertence aos domínios da prestidigitação e do malabarismo. Sabe, como nenhum outro preopinante das televisões, utilizar a frase-chave, a locução com efeito pirotécnico, a contradição como testemunho da diferença.
O Marcelo dá umas bicadas, pequeninas para não degenerarem em infecção, mas, infelizmente, nunca nos informa, nunca toma posição antagónica àquela que pertence ao discurso e à acção reinantes. "Não percebo porque é que o trabalho paga, e o capital não." A frase contém, no seu bojo, algo de degradante, por imoral. O sistema de que é paladino permite e estimula a indignidade, aquela e outras mais.
O Marcelo, lido em Keynes, tem, desde há muito, conhecimento de que o capitalismo é autofágico porque não sobrevive à tentação de "fornecer os ricos com meios para que fiquem mais ricos". E, também, de que esta etapa acelera o processo de dissolução do sistema, quando se lhe pode aplicar a metáfora de Dostoievski, Os Irmãos Karamazov: "Se não há Deus, tudo é permitido."
Os factos estão ao alcance do nosso julgamento. As leis do "mercado" são- -nos impostas sem debate, sem a formulação necessária para que as compreendamos.
O Marcelo diz que não percebe! Não percebe? Homessa!» [DN]
A afirmação do Marcelo, no comentário habitual, aos domingos, na TVI, constitui a repetição, dramática por ser repetição, do conteúdo do seu método de ideias. Acaso ele desejasse criar contenciosos, desfazer compromissos de classe e outros, atacar o preço pago pelo poder, tudo isso seriam razões do nosso contentamento. Sobretudo, do nosso esclarecimento fundamental. Mas não. No essencial, o Marcelo cala, consente, desvia, e crê, com cinismo e advertida fidelidade, no sistema louco que nos destrói e liquida lentamente.
O que é grave. O Marcelo é um intelectual muito arguto, muito lido e muito capaz de nos surpreender. Assim, torna mais pesada a responsabilidade que lhe cabe nesta cumplicidade tenebrosa. O espectáculo mediático, por ele protagonizado, todos os domingos, é o fácil recurso à atenção dos outros. Claro que gosto de o ver e de o ouvir. E admito, sem reticências, que o aprecio pessoalmente. Não faz batota. Ou, melhor, a batota que pratica é outra: pertence aos domínios da prestidigitação e do malabarismo. Sabe, como nenhum outro preopinante das televisões, utilizar a frase-chave, a locução com efeito pirotécnico, a contradição como testemunho da diferença.
O Marcelo dá umas bicadas, pequeninas para não degenerarem em infecção, mas, infelizmente, nunca nos informa, nunca toma posição antagónica àquela que pertence ao discurso e à acção reinantes. "Não percebo porque é que o trabalho paga, e o capital não." A frase contém, no seu bojo, algo de degradante, por imoral. O sistema de que é paladino permite e estimula a indignidade, aquela e outras mais.
O Marcelo, lido em Keynes, tem, desde há muito, conhecimento de que o capitalismo é autofágico porque não sobrevive à tentação de "fornecer os ricos com meios para que fiquem mais ricos". E, também, de que esta etapa acelera o processo de dissolução do sistema, quando se lhe pode aplicar a metáfora de Dostoievski, Os Irmãos Karamazov: "Se não há Deus, tudo é permitido."
Os factos estão ao alcance do nosso julgamento. As leis do "mercado" são- -nos impostas sem debate, sem a formulação necessária para que as compreendamos.
O Marcelo diz que não percebe! Não percebe? Homessa!» [DN]
Autor:
Baptista-Bastos.
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«O convite do Executivo liderado por Pedro Passos Coelho já estará feito: Pedro Santana Lopes deve substituir Rui Cunha na função de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.» [CM]
Parecer:
Todos têm o seu preço e a Santa Casa é um preço bem elevado.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Mandem-se os parabéns a Santana Lopes.»
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