Apesar da intensidade governativa, com Passos Coelho a enfrentar as ondas de levante no meio do xixi da populaça e o Relvas a ir para a Colômbia na esperança de erguer a taça, o país vive num ambiente de calmaria só alterada por uma tempestade no Estreito. O Paulo Macedo decreta a descida dos preços, a Assunção ergue a crista do CDS e dá o exemplo de como se reduz o Estado, o Álvaro diz baboseiras em Espanha e o Gaspar despareceu o colossal buraco orçamental.
Isto está tudo tão calmo que até o António José Seguro despareceu, depois de uma cansativa campanha contra Assis decidiu ir a banhos agora que sem oposição interna e com um velho amigo no governo estão reunidas as condições para uma liderança tranquila, o PS faz menos oposição ao governo do que o Facebook do independente que foi para vice-presidente da bancada parlamentar. Só faltou colocar na porta do PS um aviso informando “Pedimos desculpa por esta desejada interrupção, a oposição segue dentro de momentos”.
Neste ambiente de calmaria cada um gasta ou poupa os tostões que restam da melhor forma que sabe, antes que acabem sugados pelos impostos gasparianos. No meio de toda esta calmaria típica dos momentos que antecedem a tempestade até as redacções dos jornais entraram em letargia, estão sem notícias e já nem as edições online são consultadas. É um sinal destes tempos de loucura, o povo em vez de ler a versão PDF do “Povo Livre” vai ao Facebook do Passos Coelho na esperança de saber como esteve a noite no Manta Beach e já pouco importa se o Crespo vai ou não para correspondente em Washington, o telejornal da RTP perdeu em importância para o Facebook da Quinta da Coelha.
Por este andar o serviço público a ser desenhado pelo João Duque pouco mais será do que o boletim meteorológico e a edição lusa da televisão da Renamo transmitida directamente de Washington.