Foto Jumento
"28", Lisboa
Imagens dos visitantes d'O Jumento
Festas do Barrete Verde e das Salinas, Alcochete [A. Cabral]
A mentira do dia d'O Jumento
Depois de uma primeira tentativa falhada e quando menos se esperava Mário Crespo teve finalmente sucesso no seu negócio têxtil, o Jumento apurou que as suas t-shirts estão a ter um tal sucesso ao ponto de já ser impossível encontrá-las nas lojas.
Jumento do dia
Depois de uma primeira tentativa falhada e quando menos se esperava Mário Crespo teve finalmente sucesso no seu negócio têxtil, o Jumento apurou que as suas t-shirts estão a ter um tal sucesso ao ponto de já ser impossível encontrá-las nas lojas.
Jumento do dia
Álvaro
Que o ministro não sabe o que diz e que revelou grande inexperiência na visita a Madrid não é novidade, mas vir agora dizer que houve um mal-entendido com a sua declaração relativa ao TGV é brincar com a inteligência de quem teve paciência para o ouvir. O Álvaro é cada vez mais a anedota deste governo.
«O ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, qualificou hoje como um “mal-entendido” as críticas suscitadas pelas suas afirmações sobre o TGV, garantindo que a opinião mantém-se e que o projeto continua suspenso.» [i]
«O ministro da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, qualificou hoje como um “mal-entendido” as críticas suscitadas pelas suas afirmações sobre o TGV, garantindo que a opinião mantém-se e que o projeto continua suspenso.» [i]
Quando o mundo enlouqueceu
«Como Passos Coelho prometera em campanha, o Governo entrou a matar. Aumentou o IRS, sacrificando os salários. Atacou os trabalhadores, facilitando os despedimentos.
Eliminou as ‘golden shares', beneficiando as empresas. E, por último, subiu os preços dos transportes, sem explicar porquê. Ou seja, foi igual a si próprio: apostou nas receitas, protegeu os mais ricos e triturou todos quantos já se encontravam no limiar da pobreza.
Mas, se bem me recordo, o objectivo era um ataque impiedoso às despesas. Eles até tinham uma lista pronta a entrar em acção: era tomar posse, pegar na lista e cortar, cortar, cortar. Pelos vistos, esqueceram-se. Os próximos alvos são idênticos aos anteriores: absorvem mais um fundo de pensões e antecipam o aumento de preços na electricidade e no gás. Desculpem, a intenção era mesmo gozar connosco?
2 - O futuro que a economia nos reserva é conhecido: o PIB, que tivera um crescimento ligeiro em 2010, começou a cair no início de 2011 e assim se deverá manter até ao final do primeiro trimestre de 2013 - nove trimestres consecutivos de recessão, como muito bem explicou o ministro das Finanças. De permeio serão destruídos mais 100 mil postos de trabalho, a taxa de desemprego ultrapassará os 13% da população activa e as duas dívidas continuarão como loucas a subir. É um cenário trágico, mas que a Troika nos impôs: nada a fazer.
Mas se aquele é um modelo suicida, ao promover uma consolidação tão violenta num espaço tão curto, já tenho dificuldade em perceber como é que o Governo ainda se propõe ir além do que foi acordado, ultrapassando a Troika pela direita e provocando uma recessão ainda maior. É um cenário de loucos.
3 - Por detrás desta obsessão orçamental está o controlo da dívida pública, que chegou a valores incomportáveis. Com um peso de apenas 50% do PIB em 2000, esta dívida tem vindo sistematicamente a crescer e ultrapassou a barreira dos 100% em 2011. Como o que conta é aquela relação face ao PIB, entrámos numa espécie de círculo vicioso: o que ganhamos em austeridade perdemos em recessão.
É aqui que tudo se complica. Como se sabe, Portugal foi recentemente beneficiado com uma redução das taxas de juro e com uma extensão dos prazos dos empréstimos, a troco do compromisso de exclusão total de qualquer cenário de reestruturação. Sucede que, em 2013, a dívida esperada é de 115% do PIB, com a economia estagnada: a reestruturação é inevitável. Como é que vamos descalçar a bota? Será este o pretexto para nos expulsarem do euro?
4 - Mas a dívida pública não esgota os problemas. Tão grave ou mais do que esta é a dívida externa, hoje com uma dimensão ainda maior e que também não pára de crescer. Um bom indicador para medir este fenómeno é o da balança corrente: o seu défice era de 10% do PIB em 2000, teve mutações ligeiras num ou noutro ano e terminou com os mesmíssimos 10% do PIB em 2010. Apesar do voluntarismo recente, praticamente nada mudou.
Hoje, com os cortes brutais no consumo e no investimento, as esperanças nalgum crescimento económico voltaram-se de novo para as exportações. Nada a opor, a opção parece sensata. Mas temos de ser realistas: dois terços das nossas exportações vão para a área do euro, que está em crise; e a parte restante vai para zonas as mais diversas onde é muito difícil entrar. A própria TSU parece não ser solução.
5 - Os principais cenários macroeconómicos de que se dispõe vão até ao final de 2012, com algumas excepções para as contas públicas, que incluem um ano mais. Mas o Banco de Portugal, com dados de Maio, arriscou projecções até 2016, o que torna o quadro menos depressivo: a esta luz, a retoma deverá iniciar-se em 2013 e as dívidas começarão a baixar logo a seguir. Com dados de hoje, presumo que fosse mais pessimista. Mas saboreemos o que há: a perspectiva é de um crescimento económico sustentável a médio prazo.
Ainda assim, devemos ser cautelosos. A dívida pública atingiu uma tal dimensão que só será possível controlá-la se o PIB nominal crescer a uma taxa nunca inferior a 5% ao ano. E em nenhum caso as projecções mencionadas sustentam este valor. O fantasma da saída do euro vai infernizar-nos a cabeça até ao fim.
6 - Sendo este o quadro, haverá condições para que o Governo venha a cumprir a legislatura? Esperamos todos que sim: as eleições foram limpas, a coligação é maioritária e o acordo com a Troika é para cumprir. Mas ninguém sabe até onde a contestação poderá chegar. E o propósito assumido de ir além do acordo foi manifestamente infeliz.
Aqui entra o líder do PS, António José Seguro. É óbvio que ele terá de cumprir o acordo, e já demonstrou inequivocamente que o fará. Mas nunca poderá validar o que for além disso. Do mesmo modo que deverá aproveitar esta liderança socialista para marcar as diferenças em relação a Pedro Passos Coelho. E há muitas frentes a explorar: o crescimento económico, a protecção ao emprego, a distribuição dos rendimentos, as acções sociais...
Eis um tema interessante. Mas fará sentido debatê-lo num mundo que enlouqueceu?» [DE]
Eliminou as ‘golden shares', beneficiando as empresas. E, por último, subiu os preços dos transportes, sem explicar porquê. Ou seja, foi igual a si próprio: apostou nas receitas, protegeu os mais ricos e triturou todos quantos já se encontravam no limiar da pobreza.
Mas, se bem me recordo, o objectivo era um ataque impiedoso às despesas. Eles até tinham uma lista pronta a entrar em acção: era tomar posse, pegar na lista e cortar, cortar, cortar. Pelos vistos, esqueceram-se. Os próximos alvos são idênticos aos anteriores: absorvem mais um fundo de pensões e antecipam o aumento de preços na electricidade e no gás. Desculpem, a intenção era mesmo gozar connosco?
2 - O futuro que a economia nos reserva é conhecido: o PIB, que tivera um crescimento ligeiro em 2010, começou a cair no início de 2011 e assim se deverá manter até ao final do primeiro trimestre de 2013 - nove trimestres consecutivos de recessão, como muito bem explicou o ministro das Finanças. De permeio serão destruídos mais 100 mil postos de trabalho, a taxa de desemprego ultrapassará os 13% da população activa e as duas dívidas continuarão como loucas a subir. É um cenário trágico, mas que a Troika nos impôs: nada a fazer.
Mas se aquele é um modelo suicida, ao promover uma consolidação tão violenta num espaço tão curto, já tenho dificuldade em perceber como é que o Governo ainda se propõe ir além do que foi acordado, ultrapassando a Troika pela direita e provocando uma recessão ainda maior. É um cenário de loucos.
3 - Por detrás desta obsessão orçamental está o controlo da dívida pública, que chegou a valores incomportáveis. Com um peso de apenas 50% do PIB em 2000, esta dívida tem vindo sistematicamente a crescer e ultrapassou a barreira dos 100% em 2011. Como o que conta é aquela relação face ao PIB, entrámos numa espécie de círculo vicioso: o que ganhamos em austeridade perdemos em recessão.
É aqui que tudo se complica. Como se sabe, Portugal foi recentemente beneficiado com uma redução das taxas de juro e com uma extensão dos prazos dos empréstimos, a troco do compromisso de exclusão total de qualquer cenário de reestruturação. Sucede que, em 2013, a dívida esperada é de 115% do PIB, com a economia estagnada: a reestruturação é inevitável. Como é que vamos descalçar a bota? Será este o pretexto para nos expulsarem do euro?
4 - Mas a dívida pública não esgota os problemas. Tão grave ou mais do que esta é a dívida externa, hoje com uma dimensão ainda maior e que também não pára de crescer. Um bom indicador para medir este fenómeno é o da balança corrente: o seu défice era de 10% do PIB em 2000, teve mutações ligeiras num ou noutro ano e terminou com os mesmíssimos 10% do PIB em 2010. Apesar do voluntarismo recente, praticamente nada mudou.
Hoje, com os cortes brutais no consumo e no investimento, as esperanças nalgum crescimento económico voltaram-se de novo para as exportações. Nada a opor, a opção parece sensata. Mas temos de ser realistas: dois terços das nossas exportações vão para a área do euro, que está em crise; e a parte restante vai para zonas as mais diversas onde é muito difícil entrar. A própria TSU parece não ser solução.
5 - Os principais cenários macroeconómicos de que se dispõe vão até ao final de 2012, com algumas excepções para as contas públicas, que incluem um ano mais. Mas o Banco de Portugal, com dados de Maio, arriscou projecções até 2016, o que torna o quadro menos depressivo: a esta luz, a retoma deverá iniciar-se em 2013 e as dívidas começarão a baixar logo a seguir. Com dados de hoje, presumo que fosse mais pessimista. Mas saboreemos o que há: a perspectiva é de um crescimento económico sustentável a médio prazo.
Ainda assim, devemos ser cautelosos. A dívida pública atingiu uma tal dimensão que só será possível controlá-la se o PIB nominal crescer a uma taxa nunca inferior a 5% ao ano. E em nenhum caso as projecções mencionadas sustentam este valor. O fantasma da saída do euro vai infernizar-nos a cabeça até ao fim.
6 - Sendo este o quadro, haverá condições para que o Governo venha a cumprir a legislatura? Esperamos todos que sim: as eleições foram limpas, a coligação é maioritária e o acordo com a Troika é para cumprir. Mas ninguém sabe até onde a contestação poderá chegar. E o propósito assumido de ir além do acordo foi manifestamente infeliz.
Aqui entra o líder do PS, António José Seguro. É óbvio que ele terá de cumprir o acordo, e já demonstrou inequivocamente que o fará. Mas nunca poderá validar o que for além disso. Do mesmo modo que deverá aproveitar esta liderança socialista para marcar as diferenças em relação a Pedro Passos Coelho. E há muitas frentes a explorar: o crescimento económico, a protecção ao emprego, a distribuição dos rendimentos, as acções sociais...
Eis um tema interessante. Mas fará sentido debatê-lo num mundo que enlouqueceu?» [DE]
Autor:
Daniel Amaral.
Dar o exemplo
«Quando foi noticiado que Passos ia a Bruxelas em classe económica, houve quem visse isso como pura demagogia populista e quem lesse no gesto uma deliberação saudável de exemplo. A declaração de que o Governo não teria férias devido ao muito que há a fazer e ao estado de emergência terá suscitado o mesmo tipo de reacções. Sucede que, como é público e notório, Passos tirou mesmo férias. Fez até questão de aparecer em vários media em calção de banho, em convívio familiar e "no meio do povo". Dir-se-á: coitado do homem, também tem direito. E tem até o direito de querer capitalizar a sua intimidade e exibir humildade. Mas, atenção, ninguém encomendou a Passos o sermão sobre a recusa de ir de férias. E, tendo feito esse anúncio solene, o mínimo seria que cumprisse o anunciado.
Não o fez. O que não o impediu de, no discurso do Pontal, afirmar que "o Governo ainda não teve tempo para se sentar". Isto na mesmíssima semana em que deixou o ministro das Finanças, um denominado independente, dar a cara isolado por um Conselho de Ministros que segundo os jornais terá durado dez horas e sido "muito duro" devido a uma alegada discussão de cortes na despesa - cortes na despesa que, ficámos a saber na conferência de imprensa dada por Vítor Gaspar, se concretizaram afinal num aumento brutal de impostos na electricidade e no gás. Uma reviravolta que o ministro tentou explicar - mal, de resto - em entrevistas televisivas, nas quais embatucou com o despesismo, criticado pela "tróica" (e por Portas), da Madeira. "Não me cabe fazer esse tipo de observação", respondeu Gaspar a Judite Sousa, aproveitando no entanto para, com desfaçatez, associar os Açores à ideia de despesismo. Ora se não cabe ao ministro das Finanças e segunda figura do Governo, investido, no caso, em primeira, fazer observações sobre despesismo, quando ainda por cima outro ministro já o fez, cabe a quem?
Ao PM caberá, certamente. Mas ao fim de, nas suas palavras, "nem dois meses de Governo", e num momento em que apela à "não conflitualidade social" em nome do desígnio comum de salvar o País, Passos despejou a direcção do Executivo e o enfrentar das feras no regaço do inexperiente politicamente e claramente a precisar, ele sim, de sol Vítor Gaspar para ficar em Manta Rota a dar entrevistas às revistas cor-de-rosa. E por lá continua quando o ministro da Economia admite que a coligação dê o dito pelo não dito quanto ao TGV (causando uma apoplexia ao deputado independente do PSD Abreu Amorim) e o Expresso noticia que o ministro adjunto Relvas, o mesmo que nomeou uma comissão para definir o que é serviço público de TV (coisa que o seu antecessor e colega de partido Morais Sarmento fez em 2002), "sondou" Mário Crespo para correspondente da RTP em Washington, um "lugar" que este assegura almejar há muito.
Que é um exemplo, é, Passos. De dizer uma coisa e fazer outra, de populismo infrene, de calculismo e marketing desavergonhados. E isto em dois meses. Chapeau.» [DN]
Não o fez. O que não o impediu de, no discurso do Pontal, afirmar que "o Governo ainda não teve tempo para se sentar". Isto na mesmíssima semana em que deixou o ministro das Finanças, um denominado independente, dar a cara isolado por um Conselho de Ministros que segundo os jornais terá durado dez horas e sido "muito duro" devido a uma alegada discussão de cortes na despesa - cortes na despesa que, ficámos a saber na conferência de imprensa dada por Vítor Gaspar, se concretizaram afinal num aumento brutal de impostos na electricidade e no gás. Uma reviravolta que o ministro tentou explicar - mal, de resto - em entrevistas televisivas, nas quais embatucou com o despesismo, criticado pela "tróica" (e por Portas), da Madeira. "Não me cabe fazer esse tipo de observação", respondeu Gaspar a Judite Sousa, aproveitando no entanto para, com desfaçatez, associar os Açores à ideia de despesismo. Ora se não cabe ao ministro das Finanças e segunda figura do Governo, investido, no caso, em primeira, fazer observações sobre despesismo, quando ainda por cima outro ministro já o fez, cabe a quem?
Ao PM caberá, certamente. Mas ao fim de, nas suas palavras, "nem dois meses de Governo", e num momento em que apela à "não conflitualidade social" em nome do desígnio comum de salvar o País, Passos despejou a direcção do Executivo e o enfrentar das feras no regaço do inexperiente politicamente e claramente a precisar, ele sim, de sol Vítor Gaspar para ficar em Manta Rota a dar entrevistas às revistas cor-de-rosa. E por lá continua quando o ministro da Economia admite que a coligação dê o dito pelo não dito quanto ao TGV (causando uma apoplexia ao deputado independente do PSD Abreu Amorim) e o Expresso noticia que o ministro adjunto Relvas, o mesmo que nomeou uma comissão para definir o que é serviço público de TV (coisa que o seu antecessor e colega de partido Morais Sarmento fez em 2002), "sondou" Mário Crespo para correspondente da RTP em Washington, um "lugar" que este assegura almejar há muito.
Que é um exemplo, é, Passos. De dizer uma coisa e fazer outra, de populismo infrene, de calculismo e marketing desavergonhados. E isto em dois meses. Chapeau.» [DN]
Autor:
Fernanda Câncio.
«Durante o executivo liderado por José Sócrates, eu - como a larga maioria dos comentadores - critiquei severamente a tentativa descarada de o governo instrumentalizar a RTP (bem como outros órgãos de comunicação social privados, através de meios muito insidiosos e até ilegais). O PSD - e muito bem! - desde o consulado de Manuela Ferreira Leite que denunciou a falta de imparcialidade da estação pública, a qual, durante muito tempo, tomava pornograficamente partido pelo Governo. O PSD falava, então, da necessidade de uma Política de Verdade. Mais uma vez, parece que, em política, tudo é relativo: quem está no Governo, só se interessa por perpetuar o seu poder; quem está na oposição aparece com um oportunista e falso moralismo. Infelizmente, até neste aspecto, a asserção popular de que PS e PSD são iguais soa a realidade inegável.
1. Estas considerações surgem a que propósito? O leitor mais cauto certamente já acertou: surgem na sequência do caso Mário Crespo. De novo, o EXPRESSO marca agenda informativa, dando conta aos seus leitores de que Miguel Relvas, o singular ministro dos Assuntos Parlamentares, convidou Mário Crespo para ser o correspondente da RTP nos Estados Unidos da América. Hoje, o jornalista, ao pretender desmentir a notícia, acabou por confirmá-lá: o jornalista da SIC afirmou, em declarações ao EXPRESSO, que recebeu apenas um convite informal. O que é ainda mais grave. O gabinete de Miguel Relvas, em primeiro lugar, remeteu-se ao silêncio: é o chamado silêncio confirmativo envergonhado. E o caso não é para menos.
2. Antes de mais, tenho sempre dúvidas em destrinçar um convite formal de um convite informal. Meus senhores, este assunto é muito sério para andarmos com brincadeiras: ao nível ministerial, não há convites formais e convites informais. Há convites, ponto final. Qual a relevância de saber o grau de formalidade do convite? Nenhuma! É gravíssimo que um ministro anda por aí a oferecer cargozinhos, com a agravante de nem ter competência para o fazer, a amiguinhos, amigos ou amigalhaços! Então, os portugueses pagam o salário, através dos nossos impostos, ao ministro dos Assuntos Parlamentares para ele escolher o correspondente da RTP nos EUA, na Somália, na conchichina, ou noutro sítio qualquer? Mas que vergonha é esta? Se é para isso que o senhor ministro serve, então, tenho uma sugestão: para cumprir as metas acordadas com o FMI, em vez de sobrecarregar brutalmente os portugueses com aumento de impostos, demita-se o ministro! Não faz falta nenhum ao país: não está a defender os interesses coletivos de todos nós. Pode estar a defender alguns interesses, mas não o interesse de Portugal e dos portugueses. Se assim for, não faz falta. Não merece ser ministro do nosso país.
3. Dito isto, todos nós sabemos qual é a intenção do Governo: calar desde já uma voz que poderá ser incómoda no futuro. E matar um estilo de jornalismo mais interventivo, mais ao estilo americano. É verdade que Mário Crespo é mais próximo do PSD do que do PS: contudo, o governo está a actuar numa lógica de precaução, isto é, mais vale arrumar com o tipo já do que em momento posterior. Além do mais, Miguel Relvas acha profundamente que o Estado pode ser um clube de amigos: não há regras, não há procedimentos de contratação, não há competências, nada! Daí que convidar Mário Crespo, que Relvas conhece do Frente a Frente na SIC Notícias, é um acto normalíssimo. Mas não é: há uma coisa que se chama Direito e príncipio da legalidade.
4. Por último, convém tecer uma breve consideração sobre a reacção de Mário Crespo. É um jornalista que admiro, muito corajoso, que já sofreu repressálias pela sua irreverência face ao poder político. No entanto, a sua atitude desta feita desiludiu-me. E muito. Porquê? Porque quando o JN censurou a sua crónica, Mário Crespo fez um tremendo barulho falando de uma decapitação profiisional por José Sócrates. Na altura, dei-lhe razão: o governo do PS, numa atitude digna de um regime ditatorial, tentou silenciar o jornalista. Agora, o governo Passos Coelho quer calar Crespo e...este aceita sem problemas! Diferença: nesta ocasião, Passsos Coelho oferece um lugarzinho nos EUA ao jornalista! Afinal, a liberdade de expressão não é um valor fundamental para Mário Crespo? Ora, eu, como apologista da coerência, acho esta diversidade de reacção um pouco criticável. Quanto a mim, gostaria muito de poder contar com defensores acérrimos da democracia, em que o Estado de Direito e a liberdade de expressão são pedras basilares. Defensores de uma democracia a sério: não de uma democracia só Rosinha ou de uma democracia só laranjinha. As democracias monocolores não valem nada:são ditaduras mascaradas e violentas! Enfim, será muito pedir que- finalmente- alguém leve a sério a liberdade de expressão e os direitos fundamentais dos cidadãos? Ou tudo tem um preço?» [Expresso]
1. Estas considerações surgem a que propósito? O leitor mais cauto certamente já acertou: surgem na sequência do caso Mário Crespo. De novo, o EXPRESSO marca agenda informativa, dando conta aos seus leitores de que Miguel Relvas, o singular ministro dos Assuntos Parlamentares, convidou Mário Crespo para ser o correspondente da RTP nos Estados Unidos da América. Hoje, o jornalista, ao pretender desmentir a notícia, acabou por confirmá-lá: o jornalista da SIC afirmou, em declarações ao EXPRESSO, que recebeu apenas um convite informal. O que é ainda mais grave. O gabinete de Miguel Relvas, em primeiro lugar, remeteu-se ao silêncio: é o chamado silêncio confirmativo envergonhado. E o caso não é para menos.
2. Antes de mais, tenho sempre dúvidas em destrinçar um convite formal de um convite informal. Meus senhores, este assunto é muito sério para andarmos com brincadeiras: ao nível ministerial, não há convites formais e convites informais. Há convites, ponto final. Qual a relevância de saber o grau de formalidade do convite? Nenhuma! É gravíssimo que um ministro anda por aí a oferecer cargozinhos, com a agravante de nem ter competência para o fazer, a amiguinhos, amigos ou amigalhaços! Então, os portugueses pagam o salário, através dos nossos impostos, ao ministro dos Assuntos Parlamentares para ele escolher o correspondente da RTP nos EUA, na Somália, na conchichina, ou noutro sítio qualquer? Mas que vergonha é esta? Se é para isso que o senhor ministro serve, então, tenho uma sugestão: para cumprir as metas acordadas com o FMI, em vez de sobrecarregar brutalmente os portugueses com aumento de impostos, demita-se o ministro! Não faz falta nenhum ao país: não está a defender os interesses coletivos de todos nós. Pode estar a defender alguns interesses, mas não o interesse de Portugal e dos portugueses. Se assim for, não faz falta. Não merece ser ministro do nosso país.
3. Dito isto, todos nós sabemos qual é a intenção do Governo: calar desde já uma voz que poderá ser incómoda no futuro. E matar um estilo de jornalismo mais interventivo, mais ao estilo americano. É verdade que Mário Crespo é mais próximo do PSD do que do PS: contudo, o governo está a actuar numa lógica de precaução, isto é, mais vale arrumar com o tipo já do que em momento posterior. Além do mais, Miguel Relvas acha profundamente que o Estado pode ser um clube de amigos: não há regras, não há procedimentos de contratação, não há competências, nada! Daí que convidar Mário Crespo, que Relvas conhece do Frente a Frente na SIC Notícias, é um acto normalíssimo. Mas não é: há uma coisa que se chama Direito e príncipio da legalidade.
4. Por último, convém tecer uma breve consideração sobre a reacção de Mário Crespo. É um jornalista que admiro, muito corajoso, que já sofreu repressálias pela sua irreverência face ao poder político. No entanto, a sua atitude desta feita desiludiu-me. E muito. Porquê? Porque quando o JN censurou a sua crónica, Mário Crespo fez um tremendo barulho falando de uma decapitação profiisional por José Sócrates. Na altura, dei-lhe razão: o governo do PS, numa atitude digna de um regime ditatorial, tentou silenciar o jornalista. Agora, o governo Passos Coelho quer calar Crespo e...este aceita sem problemas! Diferença: nesta ocasião, Passsos Coelho oferece um lugarzinho nos EUA ao jornalista! Afinal, a liberdade de expressão não é um valor fundamental para Mário Crespo? Ora, eu, como apologista da coerência, acho esta diversidade de reacção um pouco criticável. Quanto a mim, gostaria muito de poder contar com defensores acérrimos da democracia, em que o Estado de Direito e a liberdade de expressão são pedras basilares. Defensores de uma democracia a sério: não de uma democracia só Rosinha ou de uma democracia só laranjinha. As democracias monocolores não valem nada:são ditaduras mascaradas e violentas! Enfim, será muito pedir que- finalmente- alguém leve a sério a liberdade de expressão e os direitos fundamentais dos cidadãos? Ou tudo tem um preço?» [Expresso]
Autor:
Lemos Esteves.
Avaliar ou não avaliar, eis a questão
«A avaliação dos professores é uma daquelas sagas tipo "Guerra das Estrelas". A força avança um pouco, a seguir o império contra-ataca e recomeça tudo de novo. Interminável, repetitivo e entediante.
Por estes dias estamos numa espécie de prelúdio dado o aparecimento em cena de um novo governo cheio de boas vontades, declarações patrióticas e sobretudo muita indefinição. Nunca é fácil iludir a realidade. E esta, no tema específico da avaliação dos professores, não podia ser mais adversa para quem acaba de chegar.
É preciso não esquecer que PSD e CDS se aliaram ao PCP, Bloco e sindicatos na guerra contra a avaliação. Chegaram mesmo, num ato indigno que até desagradou a Cavaco Silva, a aprovar no Parlamento, claramente fora de prazo, a sua suspensão. Agora, perante o concreto, e tal como vai sucedendo noutras matérias, nada é tão peremptório e definitivo. O novo ministro, por quem tenho estima pessoal diga-se a título de declaração de interesses, bem se esforça por realizar a quadratura do círculo, ou seja, agradar a professores e sindicatos mantendo a avaliação. O que, como se sabe, é uma impossibilidade matemática já que os professores pura e simplesmente não querem qualquer tipo de avaliação. Toda a conversa sobre metodologias, sistemas, quotas, alunos, excesso de trabalho, burocracias, etc., só tem um único e muito preciso objetivo: inviabilizar qualquer processo de avaliação séria. Aliás, basta olhar para as "contrapropostas" da Fenprof. Remetem invariavelmente para a autoavaliação, ou seja, para avaliação nenhuma.
Neste contexto, Nuno Crato parece seguir a tática de dizer o que os professores querem ouvir e fazer o que eles não querem aceitar. Pelo meio vai fazendo algumas cedências consideradas menores. Uma delas, contudo, de menor não tem nada e é particularmente perniciosa. Refiro a de isentar os professores "mais velhos" da avaliação. Um terço em números redondos, o que não é pouco.
A ideia é péssima qualquer que seja a perspetiva. O "já não vale a pena avaliar os velhos" remete para uma forma de discriminação intolerável. Que infelizmente continua a ser recorrente. José Pacheco, especialista de educação da Universidade do Minho, vai ao ponto de considerar que "os professores com mais anos de carreira 'nem sempre estão mentalmente preparados' para responder às novas exigências do sistema de ensino". Caberia perguntar se não estão "mentalmente preparados" então o que fazem na escola? Mas será mesmo assim? Será uma fatalidade genética? Ou, é precisamente a falta de exigência e de avaliação que conduz ao deixa andar, à passividade e, sobretudo, a essa desistência de se continuar a aprender, evoluir e melhorar capacidades? Só envelhece mentalmente quem quer.
Eventualmente, alguns professores "mais velhos" terão ficado satisfeitos por escaparem à avaliação. Mas haverá quem, legitimamente, se sinta ofendido. Esta isenção é um opróbrio e só estranha que sociedade e professores não reajam com veemência a esta forma de discriminação que, no fundo, diminui e marginaliza os "velhos". "Já não vale a pena" é uma morte antecipada.
Na outra perspetiva, a de privilegiar quem com o tempo chegou a um certo estatuto profissional e portanto não deve mais ser avaliado, estamos ainda pior. É certo que vivemos numa sociedade que trata de forma diferenciada os privilegiados. O chefe tem sempre razão, o senhor doutor não pode ser incomodado, o rico é um cidadão exemplar. De qualquer modo, tem-se evoluído no sentido de separar os privilégios do mérito. É esse, por exemplo, o caso da ciência em que, nas publicações ou para efeito de avaliação e financiamento de projetos de investigação, o professor catedrático é tratado exatamente nas mesmas condições do jovem licenciado. Isto é, pelo mérito das respetivas propostas. E os resultados não podiam ser melhores.
Não vale a pena iludir os factos. Todos os professores devem ser avaliados, da mesma maneira, com o mesmo grau de exigência. Novos e velhos. Em princípio ou em fim de carreira. De contrário, através da discriminação ou do favorecimento, tanto faz, continuaremos a não ter uma avaliação séria e digna desse nome. Não se pode ter medo do império. Darth Vader não pode vencer.» [Jornal de Negócios]
Por estes dias estamos numa espécie de prelúdio dado o aparecimento em cena de um novo governo cheio de boas vontades, declarações patrióticas e sobretudo muita indefinição. Nunca é fácil iludir a realidade. E esta, no tema específico da avaliação dos professores, não podia ser mais adversa para quem acaba de chegar.
É preciso não esquecer que PSD e CDS se aliaram ao PCP, Bloco e sindicatos na guerra contra a avaliação. Chegaram mesmo, num ato indigno que até desagradou a Cavaco Silva, a aprovar no Parlamento, claramente fora de prazo, a sua suspensão. Agora, perante o concreto, e tal como vai sucedendo noutras matérias, nada é tão peremptório e definitivo. O novo ministro, por quem tenho estima pessoal diga-se a título de declaração de interesses, bem se esforça por realizar a quadratura do círculo, ou seja, agradar a professores e sindicatos mantendo a avaliação. O que, como se sabe, é uma impossibilidade matemática já que os professores pura e simplesmente não querem qualquer tipo de avaliação. Toda a conversa sobre metodologias, sistemas, quotas, alunos, excesso de trabalho, burocracias, etc., só tem um único e muito preciso objetivo: inviabilizar qualquer processo de avaliação séria. Aliás, basta olhar para as "contrapropostas" da Fenprof. Remetem invariavelmente para a autoavaliação, ou seja, para avaliação nenhuma.
Neste contexto, Nuno Crato parece seguir a tática de dizer o que os professores querem ouvir e fazer o que eles não querem aceitar. Pelo meio vai fazendo algumas cedências consideradas menores. Uma delas, contudo, de menor não tem nada e é particularmente perniciosa. Refiro a de isentar os professores "mais velhos" da avaliação. Um terço em números redondos, o que não é pouco.
A ideia é péssima qualquer que seja a perspetiva. O "já não vale a pena avaliar os velhos" remete para uma forma de discriminação intolerável. Que infelizmente continua a ser recorrente. José Pacheco, especialista de educação da Universidade do Minho, vai ao ponto de considerar que "os professores com mais anos de carreira 'nem sempre estão mentalmente preparados' para responder às novas exigências do sistema de ensino". Caberia perguntar se não estão "mentalmente preparados" então o que fazem na escola? Mas será mesmo assim? Será uma fatalidade genética? Ou, é precisamente a falta de exigência e de avaliação que conduz ao deixa andar, à passividade e, sobretudo, a essa desistência de se continuar a aprender, evoluir e melhorar capacidades? Só envelhece mentalmente quem quer.
Eventualmente, alguns professores "mais velhos" terão ficado satisfeitos por escaparem à avaliação. Mas haverá quem, legitimamente, se sinta ofendido. Esta isenção é um opróbrio e só estranha que sociedade e professores não reajam com veemência a esta forma de discriminação que, no fundo, diminui e marginaliza os "velhos". "Já não vale a pena" é uma morte antecipada.
Na outra perspetiva, a de privilegiar quem com o tempo chegou a um certo estatuto profissional e portanto não deve mais ser avaliado, estamos ainda pior. É certo que vivemos numa sociedade que trata de forma diferenciada os privilegiados. O chefe tem sempre razão, o senhor doutor não pode ser incomodado, o rico é um cidadão exemplar. De qualquer modo, tem-se evoluído no sentido de separar os privilégios do mérito. É esse, por exemplo, o caso da ciência em que, nas publicações ou para efeito de avaliação e financiamento de projetos de investigação, o professor catedrático é tratado exatamente nas mesmas condições do jovem licenciado. Isto é, pelo mérito das respetivas propostas. E os resultados não podiam ser melhores.
Não vale a pena iludir os factos. Todos os professores devem ser avaliados, da mesma maneira, com o mesmo grau de exigência. Novos e velhos. Em princípio ou em fim de carreira. De contrário, através da discriminação ou do favorecimento, tanto faz, continuaremos a não ter uma avaliação séria e digna desse nome. Não se pode ter medo do império. Darth Vader não pode vencer.» [Jornal de Negócios]
Autor:
Leonel Moura.
A coisa está a compor-se
«"Miguel Relvas não me convidou para nada, não houve nenhuma conversa", garante o jornalista ao CM, sublinhando que não foi "convidado nem sondado" pelo ministro ou por qualquer outro elemento ligado ao Governo. Apesar disso, assume a "apetência" que tem pelo lugar de correspondente em Washington. "É conhecido o meu interesse naquele lugar, gostei de lá estar", disse. Mário Crespo vai mais longe e revela que há quatro anos, quando a RTP abriu concurso para substituir Pedro Bicudo (ganho por Vítor Gonçalves, actual director adjunto de Informação da RTP), chegou a concorrer, apesar de ser um dos principais quadros da SIC e o concurso ser interno. "Concorri formalmente a esse lugar", assume, acrescentando que o fez por carta e directamente para Almerindo Marques, na altura presidente da RTP. "Incomodado" com a notícia, Crespo assume que, "se o lugar existir, se for convidado e se gostar das condições", pode voltar a ser correspondente em Washington.» [CM]
Parecer:
Não foi convidado mas já concorreu..
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aceitam-se apostas em como o Crespo vai ser o eleito.»
TGV acelera dúvidas na coligação
«O CDS, parceiro de coligação do PSD no governo, não ficou descansado com as palavras do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, em Madrid, que adiou para Setembro uma decisão sobre a construção da linha de TGV Lisboa-Madrid. "O ministro disse pouco mais que nada. Foi uma má gestão da informação, ir a Espanha dizer que só há uma decisão em Setembro. Não nos deixa descansados", afirma ao i Hélder Amaral, vice-presidente da bancada centrista e deputado na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas. "Se o ministro não quis ir mais longe por falta de dados é uma coisa. Se foi porque não sabe o que vai fazer preocupa-me", assegura.
Do lado do PSD também restaram dúvidas das declarações do ministro: "Não gostei nada das declarações do ministro da Economia acerca do TGV. O governo não pode desdizer-se numa questão tão relevante", escreveu no Facebook Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD. E acrescentou: "O PSD e o CDS garantiram que se tratava de um investimento ruinoso, agora não podem mudar de opinião, de modo mal camuflado, excepto se existirem dados relevantes que a isso obriguem. Ora, tudo o que sabemos sobre o TGV continua a provar que não se deve fazer."
A palavra "suspensão" é agora menos comum no léxico social-democrata. "O programa do governo diz assim tão claramente que vai suspender a ligação Lisboa-Madrid? O governo sempre disse que a linha era para reavaliar", afirma ao i o deputado laranja, Luís Campos Ferreira, presidente da Comissão de Economia e Obras Públicas. No programa do governo pode ler-se: "Suspender o projecto de alta-velocidade Lisboa-Madrid. Poderá sujeitar-se o projecto a uma reavaliação, incluindo o seu conteúdo e calendário, numa óptica de optimização de custos, à luz dos novos condicionalismos, e que deverá ter em conta o estatuto jurídico dos contratos já firmados".» [i]
Do lado do PSD também restaram dúvidas das declarações do ministro: "Não gostei nada das declarações do ministro da Economia acerca do TGV. O governo não pode desdizer-se numa questão tão relevante", escreveu no Facebook Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD. E acrescentou: "O PSD e o CDS garantiram que se tratava de um investimento ruinoso, agora não podem mudar de opinião, de modo mal camuflado, excepto se existirem dados relevantes que a isso obriguem. Ora, tudo o que sabemos sobre o TGV continua a provar que não se deve fazer."
A palavra "suspensão" é agora menos comum no léxico social-democrata. "O programa do governo diz assim tão claramente que vai suspender a ligação Lisboa-Madrid? O governo sempre disse que a linha era para reavaliar", afirma ao i o deputado laranja, Luís Campos Ferreira, presidente da Comissão de Economia e Obras Públicas. No programa do governo pode ler-se: "Suspender o projecto de alta-velocidade Lisboa-Madrid. Poderá sujeitar-se o projecto a uma reavaliação, incluindo o seu conteúdo e calendário, numa óptica de optimização de custos, à luz dos novos condicionalismos, e que deverá ter em conta o estatuto jurídico dos contratos já firmados".» [i]
Parecer:
Ficamos com a sensação de que nesta coligação não sabem muito bem o que andam a fazer.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pela aprovação do TGV.»
Ganda Gaspar
«O programa da troika ainda agora arrancou e os efeitos da austeridade já estão a tomar proporções inéditas. Em Julho, o consumo privado em Portugal recuou 3,4%, a maior queda, pelo menos, desde 1978.» [DN]
Parecer:
Mais um pouco e vamos todos à sopinha dos pobres.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Cavaco voltou ao Facebook
«O Presidente da República anotou hoje a sua estranheza perante uma das propostas de Angela Merkel e Nicolas Sarkozy esta terça-feira, que diz respeito à constitucionalização de limites ao défice (e dívida) pública dos países da zona euro, como forma de garantir a sustentabilidade dos respectivos orçamentos.
Num curto texto colocado na sua página do Facebook, Cavaco Silva é cauteloso, mas ainda assim afirmativo nessa rejeição: "Constitucionalizar uma variável endógena como o défice orçamental - isto é, uma variável não directamente controlada pelas autoridades - é teoricamente muito estranho. Reflecte uma enorme desconfiança dos decisores políticos em relação à sua própria capacidade de conduzir políticas orçamentais correctas."» [DN]
Num curto texto colocado na sua página do Facebook, Cavaco Silva é cauteloso, mas ainda assim afirmativo nessa rejeição: "Constitucionalizar uma variável endógena como o défice orçamental - isto é, uma variável não directamente controlada pelas autoridades - é teoricamente muito estranho. Reflecte uma enorme desconfiança dos decisores políticos em relação à sua própria capacidade de conduzir políticas orçamentais correctas."» [DN]
Parecer:
Gosto deste tom de galo-da-índia.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Aguarde-se pelo comentário de Passos Coelho na revista "Maria".»
Ganda Cristas!
«Muitas das soluções apresentadas pela ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Assunção Cristas, no que diz respeito ao futuro dos projectos da Parque Expo, “foram em grande medida propostas pela equipa de gestão cessante”, avançou ao PÚBLICO a própria empresa.» [Público]
Parecer:
É uma senhora cheia de ideias novas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»