Foto Jumento
Libelinha, Praia do Cabeço, Castro Marim
Jumento do dia
Alberto João
Salazar não encontraria melhor estratégia para garantir a estabilidade social.
«O presidente do Governo madeirense afirmou hoje que a "estabilidade social" pedida pelo líder nacional do PSD no Pontal "só é possível se imediatamente forem tomadas medidas junto dos meios de comunicação social, aparelho de justiça e forças de segurança".» [DN]
«O presidente do Governo madeirense afirmou hoje que a "estabilidade social" pedida pelo líder nacional do PSD no Pontal "só é possível se imediatamente forem tomadas medidas junto dos meios de comunicação social, aparelho de justiça e forças de segurança".» [DN]
Destas não há mais
As férias na terra terminaram e como na célebre cena do palhete do filme "Pátio de Lisboa" apetece-me dizer "destas não há mais!". Ou estou muito enganado ou daqui a um ano estamos todos proletarizados e não me admiraria nada se o Gasparoika vender o ar que respiramos a uma qualquer Ongoing e depois teremos de andar equipados com um contador de ar, devidamente ligado ao Multibanco através da Via Verde.
Aliás, é bem porvável que um dia destes venhamos a ter praias privadas e com gente como a Dona Guedes a ir a banhos para a Praia Verde ainda se lembram de começar por aquela ponta. Não se admirem, depois da privatização da água tudo é possível, não á limite para o mercado e para a gula de rentabilização da imensidão de capitais em busca de rentabilidade fácil e também não faltam os políticos dispostos a vender a alma ao diabo.
Os maus gestores da crise
«Nos últimos 10 dias assistiu-se a um comportamento dos mercados mundiais que traz uma (ainda) maior urgência ao problema da crise soberana nacional, europeia e americana. Depois de várias semanas em negociações, os líderes do Congresso americano e o Presidente Obama chegaram a um acordo que foi claramente insuficiente para fazer face ao problema do défice excessivo dos Estados Unidos. Perante o conteúdo do acordo, as bolsas americanas reagiram de forma muito negativa e, dois dias depois, a Standard and Poor''s fez o downgrade da dívida americana de AAA para AA+.
À semelhança do que aconteceu com Portugal e acontece com a maioria dos downgrades feitos pelas agências de rating, o downgrade da dívida americana não trouxe nenhuma informação nova ao mercado. Já era sobejamente conhecido antes do downgrade que os EUA estão a acumular dívida a um ritmo muito acelerado que levará, necessariamente, a uma de três opções: uma redução do défice orçamental do Estado acompanhada por um maior crescimento da economia; os Estados Unidos entrarem em incumprimento, uma alternativa que me parece muitíssimo remota; ou, finalmente, os EUA, enquanto país soberano com a sua própria moeda, imprimirem dólares para pagarem o que devem.
Apesar da aparente ausência de nova informação relevante, na sequência do downgrade parece ter-se apoderado dos mercados internacionais um sentimento de medo e pânico que parece, à primeira vista, difícil de explicar. Em apenas alguns dias as bolsas mundiais perderam mais de 10 por cento do seu valor. A dias muito maus seguiram-se subidas abruptas que deram depois lugar a novas quedas. Não é fácil encontrar justificação para esta volatilidade. Os problemas nos EUA eram conhecidos há muito e a crise da dívida europeia vem-se arrastando há, pelo menos, um ano e meio. O problema de que se falou em relação aos bancos franceses não é baseado em novos dados e não houve eleições nem foram conhecidos dados que apontassem para um pior crescimento económico quer nos EUA, quer na Europa, quer no resto do mundo. O que foi, então, que provocou alguns dos piores dias do ponto de vista dos mercados bolsistas desde a crise financeira de 2008?
Vários analistas têm avançado uma série de explicações mas nota-se, na maior parte dos comentários, alguma perplexidade perante a violência do choque nos mercados. Há, certamente, uma componente pouco racional no que aconteceu e essa componente irracional é, quase por definição, difícil de explicar. Há também, no entanto, uma explicação simples que me parece importante neste caso - a semana passada pode ter sido o momento em que os investidores deixaram definitivamente de acreditar nos líderes políticos dos dois lados do Atlântico. Havia já uma enorme desconfiança em relação aos líderes europeus e uma desconfiança parecida, se não maior, em relação à capacidade dos políticos americanos resolverem a sua crise doméstica. Depois da semana passada, parecem ter desaparecido dos mercados os poucos que acreditavam que poderia haver coragem por parte destes responsáveis para lidarem com a crise grave com que o mundo ocidental se depara. Há uma abundância enorme de soluções apresentadas por vários economistas que levariam a uma inversão da crise actual. Já são é muito poucos os que acreditam que alguém as consiga implementar.» [i]
À semelhança do que aconteceu com Portugal e acontece com a maioria dos downgrades feitos pelas agências de rating, o downgrade da dívida americana não trouxe nenhuma informação nova ao mercado. Já era sobejamente conhecido antes do downgrade que os EUA estão a acumular dívida a um ritmo muito acelerado que levará, necessariamente, a uma de três opções: uma redução do défice orçamental do Estado acompanhada por um maior crescimento da economia; os Estados Unidos entrarem em incumprimento, uma alternativa que me parece muitíssimo remota; ou, finalmente, os EUA, enquanto país soberano com a sua própria moeda, imprimirem dólares para pagarem o que devem.
Apesar da aparente ausência de nova informação relevante, na sequência do downgrade parece ter-se apoderado dos mercados internacionais um sentimento de medo e pânico que parece, à primeira vista, difícil de explicar. Em apenas alguns dias as bolsas mundiais perderam mais de 10 por cento do seu valor. A dias muito maus seguiram-se subidas abruptas que deram depois lugar a novas quedas. Não é fácil encontrar justificação para esta volatilidade. Os problemas nos EUA eram conhecidos há muito e a crise da dívida europeia vem-se arrastando há, pelo menos, um ano e meio. O problema de que se falou em relação aos bancos franceses não é baseado em novos dados e não houve eleições nem foram conhecidos dados que apontassem para um pior crescimento económico quer nos EUA, quer na Europa, quer no resto do mundo. O que foi, então, que provocou alguns dos piores dias do ponto de vista dos mercados bolsistas desde a crise financeira de 2008?
Vários analistas têm avançado uma série de explicações mas nota-se, na maior parte dos comentários, alguma perplexidade perante a violência do choque nos mercados. Há, certamente, uma componente pouco racional no que aconteceu e essa componente irracional é, quase por definição, difícil de explicar. Há também, no entanto, uma explicação simples que me parece importante neste caso - a semana passada pode ter sido o momento em que os investidores deixaram definitivamente de acreditar nos líderes políticos dos dois lados do Atlântico. Havia já uma enorme desconfiança em relação aos líderes europeus e uma desconfiança parecida, se não maior, em relação à capacidade dos políticos americanos resolverem a sua crise doméstica. Depois da semana passada, parecem ter desaparecido dos mercados os poucos que acreditavam que poderia haver coragem por parte destes responsáveis para lidarem com a crise grave com que o mundo ocidental se depara. Há uma abundância enorme de soluções apresentadas por vários economistas que levariam a uma inversão da crise actual. Já são é muito poucos os que acreditam que alguém as consiga implementar.» [i]
Autor:
Manuel Neves Adelino.
Parece que a agricultura não é só uma questão de gravatas
«Faltam cerca de 700 milhões de euros para concluir o empreendimento de Alqueva, cujo investimento global está estimado em 2,5 mil milhões de euros. Desde o arranque do projecto, em 1995, já foram gastos 1,8 mil milhões de euros na construção da barragem e em 67 mil hectares de regadio (61% dos 110 mil hectares previstos), apurou o DN junto de uma fonte oficial.
"É a hora do tudo ou nada", diz o presidente de uma associação de agricultores do Alentejo, desafiando a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, a "respeitar" o compromisso do anterior Executivo para concluir o empreendimento em 2013.» [DN]
"É a hora do tudo ou nada", diz o presidente de uma associação de agricultores do Alentejo, desafiando a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, a "respeitar" o compromisso do anterior Executivo para concluir o empreendimento em 2013.» [DN]
Parecer:
Começa a ser tempo destes ministros se deixarem de tretas.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se à ministra o que pensa sobre o Alqueva.»
Paulo Portas ministro das Finanças?
«O MNE garante que até Setembro será apresentado um plano de cortes nos ministérios e que este não afectará "salários nem pensões". » [DE]
Parecer:
É o que parece.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Faça-se um sorriso.»
CML quer alinhar no saque ao lado do governo
«O vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa, Nunes da Silva, revelou ontem que é desejo da autarquia da capital ter todas as entradas rodoviárias da cidade com a respectiva portagem. Tal iria incluir o IC19 (que liga a Sintra) e o IC2 (que liga ao Carregado).
A ideia, segundo Nunes da Silva, é que essas portagens revertam para o financiamento dos transportes públicos de Lisboa, o que implicaria a criação de uma só empresa que congregasse os serviços de transporte prestados pelo Metro, Carris e ainda a EMEL (a única que dá receitas aos cofres da câmara). A cobrança dessas portagens serviriam para garantir, de acordo com o vereador da Mobilidade, a viabilidade financeira dessa nova empresa.
Para tal, segundo avançou o TVI24, a Câmara de Lisboa aguarda uma audiência com o Secretário de Estado dos Transportes para abordar essa hipótese, embora, legalmente, a autarquia de Lisboa possua poderes para avançar com portagens à entrada cidade ou em determinadas zonas, tal como já o faz nos bairros históricos como o de Alfama, Santa Catarina e Bairro Alto, onde cobra entrada, excepto aos moradores.» [i]
A ideia, segundo Nunes da Silva, é que essas portagens revertam para o financiamento dos transportes públicos de Lisboa, o que implicaria a criação de uma só empresa que congregasse os serviços de transporte prestados pelo Metro, Carris e ainda a EMEL (a única que dá receitas aos cofres da câmara). A cobrança dessas portagens serviriam para garantir, de acordo com o vereador da Mobilidade, a viabilidade financeira dessa nova empresa.
Para tal, segundo avançou o TVI24, a Câmara de Lisboa aguarda uma audiência com o Secretário de Estado dos Transportes para abordar essa hipótese, embora, legalmente, a autarquia de Lisboa possua poderes para avançar com portagens à entrada cidade ou em determinadas zonas, tal como já o faz nos bairros históricos como o de Alfama, Santa Catarina e Bairro Alto, onde cobra entrada, excepto aos moradores.» [i]
Parecer:
São todos a sacar o mais que podem.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Lamente-se.»
CDS marginalizado na escolha de Santana para a Santa Casa
«Passos Coelho convidou Santana Lopes para presidir à Santa Casa da Misericórdia sem ter previamente consultado o seu parceiro de coligação. Tanto Paulo Portas como o ministro da Segurança Social, Pedro Mota Soares, foram apanhados de surpresa com a escolha do ex--primeiro-ministro para provedor da Santa Casa, soube o i junto de fontes do partido. E, na quinta-feira passada, quando a informação já circulava a uma velocidade estonteante, os gabinetes do CDS negavam que qualquer convite do género estivesse iminente.
Como se pode ler nos estatutos da própria Santa Casa, a tutela da instituição "é exercida pelo membro do Governo que superintende a área da segurança social e abrange, além dos poderes especialmente previstos nos Estatutos, a definição das orientações gerais de gestão, a fiscalização da actividade da Misericórdia de Lisboa e a sua coordenação com os organismos do Estado ou dele dependentes". O facto de o ministro Pedro Mota Soares não ter sido "tido nem achado" no convite feito a Pedro Santana Lopes evidencia como o PSD está aplicado em pôr o parceiro menor de governo no bolso. Afinal, Paulo Portas está amarrado à necessidade de cumprir o programa da troika e, neste momento, não tem grande margem política para reagir às desautorizações feitas ao seu partido. O facto de ter ficado eleitoralmente abaixo das expectativas (os famosos 14%) enfraqueceu-o nas negociações e, como se está a ver, no governo.
Mas além da escolha de Santana Lopes ter sido feita à margem do ministro da tutela, Pedro Passos Coelho decidiu dar um poder imenso ao ex-ministro das Finanças Braga de Macedo, que vai presidir ao novo instituto que resultará da fusão entre a Agência Portuguesa de Investimento (AICEP) e o IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e Inovação), como foi noticiado na última edição do semanário Sol. » [i]
Como se pode ler nos estatutos da própria Santa Casa, a tutela da instituição "é exercida pelo membro do Governo que superintende a área da segurança social e abrange, além dos poderes especialmente previstos nos Estatutos, a definição das orientações gerais de gestão, a fiscalização da actividade da Misericórdia de Lisboa e a sua coordenação com os organismos do Estado ou dele dependentes". O facto de o ministro Pedro Mota Soares não ter sido "tido nem achado" no convite feito a Pedro Santana Lopes evidencia como o PSD está aplicado em pôr o parceiro menor de governo no bolso. Afinal, Paulo Portas está amarrado à necessidade de cumprir o programa da troika e, neste momento, não tem grande margem política para reagir às desautorizações feitas ao seu partido. O facto de ter ficado eleitoralmente abaixo das expectativas (os famosos 14%) enfraqueceu-o nas negociações e, como se está a ver, no governo.
Mas além da escolha de Santana Lopes ter sido feita à margem do ministro da tutela, Pedro Passos Coelho decidiu dar um poder imenso ao ex-ministro das Finanças Braga de Macedo, que vai presidir ao novo instituto que resultará da fusão entre a Agência Portuguesa de Investimento (AICEP) e o IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e Inovação), como foi noticiado na última edição do semanário Sol. » [i]
Parecer:
Isto vai acabar mal.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Espere-se para ver.»
Alemãs querem Grécia fora do Euro
«Mais de metade dos alemães quer que a Grécia saia da Zona Euro e não está disponível para mais resgates financeiros a países que não conseguem lidar com os seus desequilíbrios orçamentais, revela uma sondagem da Bloomberg/YouGov.» [Jornal de Comércio]
Parecer:
Algo está mal quando se fazem sondagens que partem do pressuposto de que os eleitores alemães podem decidir que pertence ou não ao euro.
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Pergunte-se ao Durão Barroso o que tem andado a fazer.»