Faz hoje 39 anos o famoso discurso do general Vasco Gonçalves, faz hoje alguns dias que o Alberto João Jardim afirmou que apoiaria um candidato presidencial que referendasse a Constituição e que se isso fosse constitucional as forças armadas e as polícias apoiariam tal pretensão, faz hoje dois dias que Passos Coelho fez um discurso que lembra o de há 39 anos.
Vasco Gonçalves sentia-se cercado e derrotado e escolheu um comício em Almada para o seu mais importante discurso. Alberto João Jardim já é um cadáver político que cheira mal que tresanda mas esqueceram-se de o enterrar. Passos Coelho sabe que falhou, as teses económicas do seu guru Gaspar foram um falhanço e o caso BES pôs um ponto final no seu governo pois muito antes das próximas legislativas terá de enfrentar a provável falência do novo banco inventado pelo patrão carinhoso do filho do Durão Barroso.
Passos Coelho que começou o seu mandato ignorando o comício do Pontal tenta aquecer o seu Verão com um discurso em que tenta ilibar-se da responsabilidade pelo desastre a que conduziu o país com um discurso inspirado em Vasco Gonçalves. Passos descobre inimigos do país e acusa tudo e todos de on impedir de salvar o país.
Mas é uma ofensa confundir o discurso de Vasco Gonçalves com o de Passos Coelho, antes de mais porque o general ainda hoje é recordado por muitos portugueses e Passos Coelho será esquecido pouco depois de nos livrarmos dele. Além disso, Vasco Gonçalves era um homem mais inteligente que o actual primeiro-ministro, para quem o apreciava fez um grande discurso, que empolgou e mobilizou os seus admiradores. O discurso de Passos Coelho pois mais terá conseguido do que atrasar umas garfadas de lombo de porco assado no forno.
Almada foi muito superior às ponchas do Alberto João e às amarguinhas de Passos Coelho, o discurso de Vasco Gonçalves teve a lucidez de quem se sabia desesperado, enquanto o Alberto não passa de um morto-vivo em fuga e Passos um político desesperado que ainda sonha com maiorias absolutas ou com um Seguro em vice no lugar de Paulo portas.