Quando comemos algo estragado é frequente o organismo rejeitar o alimento indesejado com uma diarreia, desfazemo-nos em caca mas a coisa passa, o corpo rejeita o que o prejudica dessa forma original.
As sociedades também tê as suas diarreias ainda que quando está em causa um país em vez de se usar o termo diarreia, a vulgar caganeira, opta-se por termos como revolução, insurreição, ou outros, conforme a dimensão e características do fenómeno. Na história da humanidade já vimos grandes “diarreias” e indisposições à parte os países livraram-se de muita caca. Foi o caso da revolução francesa e de outras grandes revoluções.
Nós portugueses somos um povo de gente simpática, vai fazendo revoluções mas nunca evacuamos, o resultado a é que ficamos sempre com a caca cá dentro, a cheirar mal e provocar a putrefacção do país. A última vez que fizemos uma revolução andámos armados em imbecis, pusemos um deles à frente da junta, tapámos os canos das armas com cravos e o resultado foi o que se viu, uns tempos de pois o Cavaco, um famoso político que parece ter desparecido, recusou a pensão a Salgueiro Maia para a dar a um conhecido inspector da PIDE.
O Ricardo Salgado e familiares fizeram um estágio no estrangeiro e regressaram a tempo de ficar com mais do que tinham e acabar por dar cabo de tudo. Os militares fizeram uma revolução sem diarreia e agora só têm direito à última fila de uma cerimónia anual, enquanto uma imensa classe política faz fila à porta dos gabinetes dos muitos Salgados oferecendo os seus serviços a troco de gorjeta, umas vezes compatíveis com os seus estatutos de deputados, outras nem tanto.
Ao fim de quarenta anos de democracia o país está à beira de uma imensa diarreia pois está empazinado com tanta corrupção, incompetência e oportunismo, está farto de fedelhos especialistas em truques de propaganda política e na destruição de adversários, está enojado com uma justiça que só condena nas primeiras páginas dos jornais.
Pediram-nos sacrifícios e enchem os ricos, falam num melhor Estado e mais justo e o BdP trata da vidinha do filho do Durão Barroso enquanto os nossos jovens são convidados a emigrar, o pais aproxima-se de uma profunda crise mas ninguém para pensar, é o ver se te avias, o país afunda-se e o poder desenrasca os seus como pode. Isto vai acabar numa imensa diarreia.