Jumento do dia
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal
Um dia os dossiers entregues por Queiroz Pereira ao governador do Banco de Portugal terão de ser tornados públicos para se saber o tipo de responsabilidades que tem o governador em todo o processo BES, designadamente no aumento de capital criminoso através do qual foram roubados mais de mil milhões de euros a investidores.
Basta fazer uma recolha de todas as intervenções de Carlos Costa para se perceber que as suas declarações serviram para iludir pequenos accionistas e clientes do banco até ao final da passada sexta-feira. Resta saber agora o nível de premeditação das intervenções para se apurar a real responsabilidade do governador do Banco de Portugal em todo este processo muito duvidoso.
«Os bancos intermediários financeiros que tomaram firme o último aumento do capital do antigo BES (que colocaram os títulos no mercado e se responsabilizaram por ficar com as acções sobrantes) podem vir a ser responsabilizados caso o prospecto de emissão da operação tenha omitido informação relevante para a análise correcta dos investidores.
Entre os visados encontram-se o BES Investimento, o Morgan Stanley, a UBS, a Merrill Lynch, o Citigroup, o J.P. Morgan e o banco Nomura.
A operação que reforçou o capital do antigo BES em 1047 milhões de euros, e que ficou concluída em Maio, serviu para a equipa de gestão liderada por Ricardo Salgado colocar os rácios de capital do ainda segundo maior banco privado acima dos 7% exigidos pelos reguladores. Os fundos foram levantados junto de investidores institucionais, mas também junto de milhares de clientes do retalho que subscreveram as acções a 0,65 cêntimos aos balcões do antigo BES.
Ao contrário dos institucionais que têm acesso a informação relevante e experiência de mercado de capitais, a generalidade dos clientes de retalho do BES, que se tornaram accionista do banco em Maio, não dispõem de dados completos sobre a instituição e o funcionamento da bolsa.» [Público]
Dúvida
Carlos Costa, governador do Banco de Portugal
Um dia os dossiers entregues por Queiroz Pereira ao governador do Banco de Portugal terão de ser tornados públicos para se saber o tipo de responsabilidades que tem o governador em todo o processo BES, designadamente no aumento de capital criminoso através do qual foram roubados mais de mil milhões de euros a investidores.
Basta fazer uma recolha de todas as intervenções de Carlos Costa para se perceber que as suas declarações serviram para iludir pequenos accionistas e clientes do banco até ao final da passada sexta-feira. Resta saber agora o nível de premeditação das intervenções para se apurar a real responsabilidade do governador do Banco de Portugal em todo este processo muito duvidoso.
«Os bancos intermediários financeiros que tomaram firme o último aumento do capital do antigo BES (que colocaram os títulos no mercado e se responsabilizaram por ficar com as acções sobrantes) podem vir a ser responsabilizados caso o prospecto de emissão da operação tenha omitido informação relevante para a análise correcta dos investidores.
Entre os visados encontram-se o BES Investimento, o Morgan Stanley, a UBS, a Merrill Lynch, o Citigroup, o J.P. Morgan e o banco Nomura.
A operação que reforçou o capital do antigo BES em 1047 milhões de euros, e que ficou concluída em Maio, serviu para a equipa de gestão liderada por Ricardo Salgado colocar os rácios de capital do ainda segundo maior banco privado acima dos 7% exigidos pelos reguladores. Os fundos foram levantados junto de investidores institucionais, mas também junto de milhares de clientes do retalho que subscreveram as acções a 0,65 cêntimos aos balcões do antigo BES.
Ao contrário dos institucionais que têm acesso a informação relevante e experiência de mercado de capitais, a generalidade dos clientes de retalho do BES, que se tornaram accionista do banco em Maio, não dispõem de dados completos sobre a instituição e o funcionamento da bolsa.» [Público]
Dúvida
Num momento vergonhoso para as instituições públicas Marques Mendes comunicou ao país o que o governador do Banco de Portugal iria comunicar mais de 24 horas depois. Pela primeira vez na história dos países ocidentais uma decisão de tal responsabilidade e com tão grande impacto foi comunicada por um comentador muito antes de aparentemente decidida e com o governo escondido na praia.
Dado que há razões para suspeitar de que alguns amigos puderam ter conhecimento da transformação das acções do BES em lixo a tempo de se livrarem das acções enquanto foram negociadas na bolsa, importa saber quem deu a conhecer a decisão em relação ao BES a Marques Mendes e em que dia e hora tal sucedeu.
Dado que há razões para suspeitar de que alguns amigos puderam ter conhecimento da transformação das acções do BES em lixo a tempo de se livrarem das acções enquanto foram negociadas na bolsa, importa saber quem deu a conhecer a decisão em relação ao BES a Marques Mendes e em que dia e hora tal sucedeu.
E se exportássemos a ideia de Carlos Costa?
«Salomão tinha um pouco de Carlos Costa, resolvia os problemas à machadada, metade do bebé para um lado, metade para outro. Mas a sentença do nosso banqueiro, good bank/bad bank, ainda é mais sábia: quem nunca sonhou ter um bebé que além do sorriso lindo e da suavidade das bochechas, estivesse livre do lixo tóxico que é o choro de madrugada e o pivete das fraldas? Seria o good baby ideal. Se fôssemos um povo que soubesse patentear as suas boas ideias, ainda hojea PT teria metade da Oi, paga por um fee sobre cada chícara consumida no Brasil - afinal, foi o sargento-mor português Francisco de Melo Palheta que levou para lá o primeiro pé de café. Mas o que lá vai, lá vai, e hoje o que conta é pôr a render a ideia de domingo à noite do nosso Carlos Costa. Desde logo, expandir os setores onde aplicar a brilhante dicotomia good bank, bad bank. Uma seleção nacional de Cristiano Ronaldo, depurada de Postiga. Na PJ, guardávamos os poetas que dão os nomes às operações policiais e despedíamos os inspetores. A ideia era guardar de cada profissão exclusivamente aquilo em que ela se tem mostrado exímia. Os grandes patrões, por exemplo, passavam só a dar lições - aí, são muito bons. Já os comentadores televisivos iam para o good bank militar. Com eles nas fronteiras, em caso de guerra os invasores seriam desviados para os lugares mais errados que se possa imaginar. Infelizmente, eles continuam explicadores das coisas, onde são bad bank.» [DN]
Autor:
Ferreira Fernandes.