A
direita, desde a governamental à eclesiástica passou a semana a dar guinchinhos
de virgens com horror à violência, quem os ouve nem é capaz de imaginar a quantidade
de milhões de mortos que fizeram o seu código genético, os que há poucos anos
transportavam a morte são hoje os defensores da vida, os que usaram sistematicamente
a violência como instrumento de afirmação do poder são hoje os democratas mais
pacifistas. No fim da semana ainda vão limpar os seus poucos pecados com mais
uma mega operação nacional de caridade em favor de um banco alimentar, banco
porque a vocação desta gente é para gerir bancos e mesmo quando estão gerindo a
fome criam bancos. Mas como a fome, o atirar pessoas para a rua, o desemprego e
outras vantagens de uma economia gerida pelos tais mercados que ninguém sabe
onde ficam, tudo isso não é violência. Mata de fome e de doença, deixa uma
geração de jovens psicologicamente estropiada, expulsa milhares de portugueses
mas não, não é violência, chamam-lhe ajustamento. Já vi filhos de puta com mais
imaginação.
Por
falar nos ditos e nas ditas é preciso a um governante ter lata para depois do
discurso oficial do Deus nos livre de sermos gregos lembrar-se de ir para a Grécia
dar beijinhos nas brebas do rabo da senhora Merkel. Como era de esperar ficou
logo com a alcunha do alemão o que até é simpático, poderia ter ficado a ser
conhecido pelo boche ou pior ainda, com as ideias que foi vender aos gregos
mais r menos r seria coisa de somenos.
A
pobreza de espírito é tão grande que no meio desta récua governamental o macho ómega
acaba por ser o irrevogável Portas, que de demissionário passou a ideólogo do
governo e verdadeiro primeiro-ministro. Com Portas na liderança do governo
passaram a haver conflitos com a troika, o governo tudo faz para se livrar
dessa sarna e até a política económica não visa o empobrecimento, recusando uma
descida de salários no sector privado porque este já fez o ajustamento. À medida
que Portas se demarca da troika fica cada vez mais evidente que não é ele o
Miguel de Vasconcelos que o povo atirará pela janela no próximo 1640.
Entretanto,
a semana chegou ao fim sem que se saiba do paradeiro do Tozé, mas não pecamos a
esperança, talvez apareça na próxima semana.