segunda-feira, dezembro 09, 2013

Umas no cravo e outras na ferradura


 
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Barrancos
  
 Jumento do dia
    
Aleandre Soares dos Santos, merceeiro holandês

O merceeiro holandês parece não perceber duas coisas, que não tem autoidade parapropor alianças entre PS e PSD e que no actual contexto tal aliança seia remeter o PS para papel de ala liberal dos extremistas que estão no governo.

Quem tudo fez para derrubar o governo de um partido deveria sentir vergonha nas trombas e abster-se de sugerir quaisquer alianças envolvendo esse partido. Alexandre Soares dos Santos e a sua fundação, o tea party português, tiveram um papel activo no derrube de um governo que provavelmente não ia de encontro aos seus interesses

«Alexandre Soares dos Santos diz que em junho de 2014, data fixada para o final do programa de ajustamento, gostaria de ver um acordo entre PS e PSD a dez anos que tivesse como objetivo "recuperar o País", sem olhar para as próximas eleições.» [DN]
 
      
 Afinal ele era muito popular
   
«Mandela é tanta coisa, de santo universal a arma de arremesso num país longínquo... É tempo, talvez, de ir ao osso. Quis Mandela, e tudo o mais decorreu disso, que os homens fossem iguais. Olhando para trás, não é coisa pouca, eram raros os adeptos. Conheci Mandela no primeiro domingo de abril de 1961, em Luanda, tinha eu 12 anos. Nessa tarde, um rapazito negro, o Silvestre, com quem eu jogava bola, foi morto na estrada da Cuca por colonos. Ao saber da morte, puxei a pala do boné para os olhos e vi Mandela, embora sem ainda lhe conhecer o sorriso e o nome. Anos depois, tinha eu 18, já lhe conhecia o nome, e ia ao Seminário de Luanda, para falar a rapazes da minha idade, exilados na capital, vindos de Cabinda e Malanje. Eles negros católicos, eu branco incréu, falávamos da fé que nos unia (com mandamento único: os homens são únicos). Uma velha senhora que vive hoje em Lisboa, a D. Maria Antónia, fazia bolos que o filho dela e eu, um negro e um branco, íamos levar às prisões onde estavam homens fiéis à supracitada crença. Julgo lembrar-me de que havia poucas donas Marias Antónias. E nós, jovens que na véspera da visita de Marcelo Caetano a Luanda, em 1969, distribuíam panfletos que repetiam a tal igualdade, também não éramos muitos. Por essa altura, disseram-me: "Vai e defende que os homens não são iguais." Não fui, como me disse Mandela. Tive sempre a estranha sensação de que poucos o conheciam. Hoje vejo que não. Ainda bem.» [DN]
   
Autor:
 
Ferreira Fernandes.
      
 Tea Party à portuguesa
   
«Há quem tenha ficado muito revoltado, chocado até, com a posição assumida pelo secretário de Estado da Integração Europeia, Bruno Maçães, numa mesa redonda sobre "governância económica e crise europeia", em Atenas. Em termos muito simples, este cavalheiro, representando o Estado português, mostrou total alinhamento com as posições alemães e contra qualquer tipo de iniciativa, dos países mais afectados pela crise, para encontrar uma alternativa. Mais tarde, quando acusado de ser mais troikista que a troika, mais alemão que os alemães e fanático da velocidade do ajustamento, veio para uma rede social orgulhar-se de assim ser tratado.

Ora, eu acho que o ex-autor de discursos de Passos Coelho merece ser elogiado. Não pelas posições expressas, mas pela maneira clara e desassombrada como exprimiu a posição do Governo português e as convicções políticas e ideológicas de quem nos governa.

Bruno Maçães, um dos principais ideólogos do primeiro-ministro, fez cair todas as máscaras. Não é que já não suspeitássemos, mas agora ficou absolutamente claro que o Governo não negoceia com a troika. Ou melhor, negoceia mas dentro do espírito "tu dizes mata, e eu esfola". Hoje, estes liberais de badana devem estar a esconjurar Gaspar, esse traidor que não percebeu o sentido da História.

Espero que agora não exista mais discussão sobre o porquê do Governo ter aplicado o dobro da austeridade contratada no memorando. Nem sobre se o primeiro-ministro queria dizer outra coisa quando afirmou que este seria sempre o seu programa, mesmo sem memorando. Ficou cristalino que aquilo de ir para além da troika não foi um "erro de comunicação". Era mesmo assim. E às tantas até foi escrito pelo Maçães.

Afinal não se pediu nada. Nem mais prazo, nem menos esforços para a classe média, nem para ninguém: é preciso esmagar. "Drill, baby, drill": o Maçães é capaz de ter aproveitado este slogan desse movimento que tanto admira, o Tea Party americano - é um confesso admirador e apoiante de Sarah Pallin -, e sugerido aos nossos credores que o adaptassem aos portugueses: "Perfurem, rapazes, perfurem, que os meus concidadãos ainda não estão secos."

Como é do conhecimento de quem frequenta este espaço, não tenho dúvida nenhuma de que o caminho prosseguido pela Europa e caninamente seguido pelo Governo português está a levar a própria Europa, e ainda mais rapidamente Portugal, para uma situação que terminará em desagregação económica, social e, finalmente, política. Que no fim deste "reajustamento", não vai haver nada para reajustar: nem empresas, nem emprego, nem nada. Que o nosso incipiente Estado social se tornará uma gigantesca sopa de pobres. Que o fim acelerado da classe média destruirá a democracia.
É, no entanto, esse o fim do caminho que Passos Coelho, Maçães e camaradas defendem. Na perspectiva deles, o País estará muito melhor depois de tudo isso acontecer. Pensarão, com certeza, que a democracia - uma democracia sem classe média e em que a liberdade económica será tudo e as outras liberdades pouco ou nada - se aguentará. A vida vista desde um gabinete na faculdade, rodeado de grandes idealistas que nunca conheceram uma empresa, uma exploração agrícola, uma fábrica, um hospital, uma escola pública, uma família pobre ou sequer de classe média deve ser um mundo fantástico. Onde se mexe na folha de cálculo, se tira dali e põe acolá, e tudo bate certo. Onde se pensa que a liberdade pode existir sem igualdade e a igualdade é um conceito comunista.

E o serviço nacional de saúde, a educação pública ou o salário mínimo instrumentos limitadores da liberdade individual. Um mundo dividido entre fortes e fracos, vencedores e derrotados, empreendedores e funcionários, velhos e novos, ricos e pobres.

Muito se podia rir a esquerda, se não tivesse em grande parte também entregue a patetas parecidos com estes. Gente que pensa que os direitos crescem nas árvores e que o dinheiro é uma coisa que se produz numa máquina. Visionários que dão como garantido que não há altos e baixos na vida da comunidade e que os filhos ficarão sempre melhor que os pais. Tipos que julgam que as dívidas são uns papéis sem valor. Lunáticos que acham que o Estado social é um dado adquirido e que não exige um constante esforço de adaptação aos tempos, às condições económicas e à realidade social.
Neste momento estamos nas mãos do Tea Party à portuguesa e de indivíduos como o Bruno "Pallin" Maçães. Os irmãos americanos destes inconscientes estão a destruir o Partido Republicano e a direita americana. Estes estão apenas a destruir a direita e o centro-direita português - sob o olhar de quem apenas critica pela calada e espera pela "melhor oportunidade" para os parar.

Nos Estados Unidos, esta gente não conseguiu levar os seus planos para a frente. Tinha de nos calhar a nós, desgraçados portugueses, sermos o laboratório deste bando de loucos furiosos» [DN]
   
Autor:

Pedro Marques Lopes.
   
   
 O Alberto agarra a chantagemm independentista 
   
«"Eu não sou separatista, mas também já não estou para aturar este sistema político que não nos dá a capacidade de termos um sistema fiscal próprio, que não nos dá mais capacidade legislativa, que não nos dá o direito de termos um sistema de justiça próprio. Acabou, vamos lutar contra isto, chamem-nos os nomes que quiserem, mas a luta da autonomia vai ser reacendida agora neste ano de 2014", disse Alberto João Jardim no tradicional jantar de Natal do PSD/M.

Antes, o líder social-democrata considerou que a Madeira anda a ser tratada de forma "inadmissível".

"Fomos tratados como um território separado. A dívida da Madeira foi para recuperarmos do dinheiro que durante cinco séculos e meio nos roubaram. Está provado que dois terços daquilo que a Madeira produziu foi sonegado por Lisboa e quando nos endividámos para poder voltarmos ao direito que tínhamos de sermos portugueses como os outros, o tratamento de Lisboa foi os madeirenses que paguem a sua própria dívida, a dívida da Madeira não é dívida portuguesa", declarou.» [DN]
   
Parecer:

Trata-se de mero oportunismo, o Alberto já morreu politicamente, apenas se esqueceram de o enterrar.
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Vomite-se.»
  
 Assim se enriquece sem paga impostos
   
«Cavaco Silva foi hoje acompanhante da mulher na inauguração da exposição com cerca de 200 presépios da coleção pessoal da primeira-dama que podem ser visitados até 26 de janeiro, no Museu Abade de Baçal, em Bragança.

Maria Cavaco Silva não sabe ao certo o número dos que compõem a sua coleção pessoal. "São talvez três vezes mais" do que os expostos em Bragança, e hoje cresceu com mais três exemplares.» [DN]
   
Parecer:

À conta das prendas a dama da Quinta da Coelho já tem umas largas centenas de presépios, um vasto património sem que algumas vez tenha pago impostos sobre esta riqueza
   
Despacho do Director-Geral do Palheiro: «Sujeitem-se as prendas dos políticos a declaração obigatória e a IRS.»
        

   
   
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