sábado, março 14, 2009

Crise, romantismo e oportunismo

Comparada com o que sucederia à economia portuguesa se fossem aplicadas as medidas propostas pelo PCP, BE e alguns alegristas a actual crise financeira não passaria de uma pequena simulação. A mistura de um falso romantismo com oportunismo político levam personalidades como Louça, Jerónimo de Sousa a tentar mobilizar as massas criando a falsa ideia de que o paraíso é possível, para o alcançar bastaria mudar algumas políticas.

Vejam-se as dificuldades no acesso ao crédito e imagine-se o que sucederia se estes partidos chegassem ao poder. A primeira consequência seria uma profunda crise financeira com as empresas a fecharem por falta de financiamento e a perda de mercados.

Mas é evidente que o problema seria fácil de resolver, sem limites ao défice público aumentar-se-iam os subsídios de desemprego, aumentava-se o emprego público e tornavam-se gratuitos todos os serviços públicos. Como estas medidas seriam insuficientes para travar o desemprego alterava-se a legislação laboral para dificultar o desemprego e, se tal não bastasse, as empresas com lucros seriam proibidas de despedir.

Imaginação minha? Basta ler as propostas do BE e do PCP para se concluir que é exactamente o que se propõe.

Como seriam financiadas as empresas? Com subsídios estatais. Como se conseguiriam mercados para empresas cada vez menos competitivas? Negociando com amigos como Cuba ou Coreia do Norte. Como manter o emprego? Aumentando o emprego público financiado por défices públicos crescentes.

Todavia estas soluções fáceis e românticas ainda conquistam a simpatia de muita gente, para isso ajuda a ignorância e o oportunismo de alguns grupos corporativos. Não admira que a CGTP consiga mobilizar uma boa parte dos eleitores do PCP para grandes manifestações. Enquanto o mundo, incluindo a poderosa China comunista, procuram soluções para uma crise de dimensões ainda não definidas, por cá o Carvalho da Silva e outros têm solução fácil para tudo.

Depois esqueceriam “Abril” e andariam décadas a falar do Portugal de 2009, mais uma grande experiência comunista em Portugal.