Ferreira Leite iniciou um conjunto de encenações públicas que terminam sempre com a mesma conclusão, o Governo de Sócrates é uma desgraça, nele nada se aproveita, é culpado de tudo e mais alguma coisa, só se esqueceu de o culpar da mudança climática. Desta vez parece que o conselheiro não é Pacheco Pereira, pelos convidados tudo leva a crer que a ajuda está a vir de António Borges, o que é um facto curioso pois o seu vice-presidente quase anda desaparecido, é cada vez mais raro vê-lo ao lado da líder.
Já António Costa atacou o Governo para ficar bem aos olhos dos lisboetas, aproveitou o encerramento da esquadra do Rêgo para criticar o ministro da Administração Interna, usou o seu estatuto de número dois do PS para conseguir um tratamento governamental de excepção. Como se isso não bastasse e talvez porque Helena Roseta anunciou a sua intenção de candidatar à autarquia, António Costa aproveitou a sua presença na Quadratura do Círculo para propor a Sócrates uma “coligação” com Alegre, a intenção é clara, dar uma parte do poder a Manuel Alegre para conseguir o apoio de Helena Roseta já que uma candidatura da alegrista resultará numa vitória eleitoral de Pedro Santana Lopes. Enfim, cada um vende o que tem e o que não tem, António Costa já está a vender o futuro governo e ainda faltam muitos meses para as eleições.
Enquanto António Costa trata da sua saúde política os nossos deputados estão preocupados com a saúde das nossas criança e decidiram uma redução do sal nos papo-secos consumidos nas escolas. Num país onde se consome sal às carradas, começando pelos pratos do nosso querido bacalhau, a culpa da hipertensão é dos papo-secos. Por estes andar ainda vão fazer como em Houghton Regis, uma localidade a norte de Londres onde os funerais dos obesos estão sujeitos a uma sobretaxa.
Igualmente preocupado com os consumidores cujo dia se comemora hoja o Governo adoptou normas para limitar os abusos da banca nos juros do crédito ao consumo mas deixou ao Banco de Portugal a regulamentação da norma. Está-se mesmo a ver o resultado, ou a regulamentação só será adoptada no dia de São Nunca na parte da tarde ou no final o Banco de Portugal ainda vai arranjar forma de os amigos banqueiros aumentarem as taxas de juro. Afinal é para proteger os banqueiros que pagamos principescamente a Vítor Constâncio e “sus muchachos” do Banco de Portugal.